Nutrição E Hipertençao
Exames: Nutrição E Hipertençao. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: delcione • 21/1/2015 • 4.199 Palavras (17 Páginas) • 234 Visualizações
Nutrição e hipertensão arterial
1- Como deve ser a alimentação do paciente hipertenso ?
A dieta é um elemento importante no tratamento da hipertensão arterial. A dieta do hipertenso deverá ser pobre em sal e rica em potássio , magnésio e cálcio . A dieta pobre em sal ( hipossódica ) deverá restringir a ingesta diária de sal em 6 gramas ( 2,4 gramas de sódio ) , ou seja, 4 colheres rasas de café de sal = 4 gramas de sal , mais 2 gramas de sal próprio dos alimentos (evite: conservas , frios, enlatados, embutidos, molhos prontos, sopas de pacote, queijos amarelos, salgadinhos, etc…). O consumo de vinagre, limão, azeite de oliva, pimenta e ervas está permitido, pois estes alimentos não influenciam na pressão arterial. Uma dieta hipossódica pode reduzir a pressão arterial sistólica em 2 a 8 mmHg. Uma dieta rica em potássio e magnésio poderá ser obtida através de uma ingesta rica de feijões, ervilhas, vegetais verde escuros, banana, melão, cenoura, beterraba, frutas secas, tomates, batata inglesa e laranja. O cálcio da dieta poderá ser obtido através de derivados do leite com baixo teor de gorduras , como o leite e o iogurte desnatados e os queijos brancos. Uma dieta, chamada de DASH, composta de frutas, verduras, fibras, alimentos integrais, leite desnatado, pobre em colesterol e gorduras saturadas, demonstrou ser capaz de reduzir a pressão arterial sistólica em 8 a 14 mmHg.
2- O hipertenso pode ingerir bebidas alcóolicas? qual a quantidade permitida?
Não se deve estimular a ingesta regular de bebidas alcóolicas com o entuito de prevenir complicações cardiovasculares. Esta afirmação também é válida para o vinho tinto. A ingesta de bebidas alcóolicas pode causar dependência e , ainda , dificultar a perda de peso ( uma grama de etanol fornece 7 Kcal , ou seja , 2 latas de cerveja contém mais de 200 kcal ). O álcool também aumenta os níveis de glicemia , triglicerídeos e ácido úrico. Caso o hipertenso ingira bebida alcóolica , esta ingesta deverá ser limitada a 30 gramas de etanol nos homens (700 ml de cerveja = 2 latas de 350 ml ou 300 ml de vinho = 2 taças de 150 ml ou 100 ml de destilado = 3 doses de 30 ml) e 15 gramas de etanol nas mulheres, ou seja, 50% da quantidade permitida para homens. A diminuição da ingesta excessiva de bebidas alcóolicas pode diminuir a pressão arterial sistólica em 2 a 4 mmHg.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Fisiopatologia
A hipertensão arterial sistêmica primária é uma doença multifatorial, na qual diferentes mecanismos estão implicados, levando ao aumento do débito cardíaco e da resistência vascular periférica (KUSCHNIR & MENDONÇA, 2007).
A pressão sanguínea é o resultado da multiplicação do débito cardíaco pela resistência vascular periférica. O diâmetro dos vasos afeta acentuadamente o fluxo sanguíneo. Quando há uma diminuição do diâmetro a resistência e a pressão aumentam. Ao contrário, quando há um aumento de calibre do vaso, ocorre uma diminuição da resistência vascular e, conseqüentemente, a pressão abaixa (COUTO & TEODORO, 2003).
A fisiologia da pressão arterial, onde se pretende atender a necessidade do organismo de manter sempre um fluxo adequado às suas demandas, o coração, enzimas, íons, vasos e rins, sob o controle do sistema nervoso central (SNC), em sua secção autônoma, interagem harmoniosamente. Nossas necessidades corporais de sangue variam de momento a momento e de região do corpo, conforme as influências e solicitações internas e externas. Portanto, a regulação da pressão arterial é uma tarefa adaptativa bastante complexa. Detectar nossas necessidades biológicas e situacionais, bem como atuar na regulação da pressão arterial é um dos atributos do Sistema Nervoso Autônomo. A hipertensão é resultante de um complexo desequilíbrio nos sistemas responsáveis pela manutenção de um fluxo e volume sanguíneo satisfatório e do tônus da musculatura (LAGE & OLIVEIRA, 2003).
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) compromete órgãos nobres do organismo, sendo considerada um grande problema de saúde pública e o mais importante fator de risco para as doenças cardiovasculares (CASTRO; MONCAU & MARCOPITO, 2007).
Prevalência da hipertensão
A hipertensão é uma doença de alta prevalência no Brasil, atingindo os adultos jovens e os idosos em aproximadamente 20% a 50%, respectivamente. Em torno de 85% das pessoas que foram acometidas por acidente vascular encefálico e 40% das vítimas de infarto do miocárdio apresentam, como doença associada, hipertensão arterial sistêmica (CASTRO; ROLIM & MAURICIO, 2005).
Estimativas indicam que 1,2 bilhões de pessoas sofrem de pressão alta no mundo, sendo 31,5 milhões só no Brasil. Diversos estudos demonstraram uma prevalência elevada de hipertensão arterial na população brasileira. Em media, a prevalência se situa na casa de 15% da população geral adulta, variando conforme o estudo e a localidade pesquisada de 9 a 30% de prevalência. As regiões rurais apresentam menor prevalência de hipertensão em relação à metropolitana. A urbanização, os hábitos sociais e a atividade profissional são determinantes maiores (LAGE & OLIVEIRA, 2003).
À medida que envelhecemos, aumenta a prevalência de hipertensão, podendo esta acometer 54% da população acima de 65 anos e 65%dos pacientes acima de 70 anos. Indivíduos entre 55 e 65 anos têm 90% de chance de desenvolver hipertensão arterial ao longo da vida, com o aumento da idade, o estilo de vida começa a mudar, a refeição se torna uma obrigação e acaba o prazer de se alimentar bem. A atividade física já não é uma constante e os demais fatores ambientais que interferem para a instalação dessa patologia (COUTO & TEODORO, 2003).
Por apresentar alta prevalência, influência na gênese de doenças cerebrovasculares, coronarianas, doença de retina, insuficiência cardíaca, insuficiência renal crônica e doenças vasculares. O reconhecimento do aumento da prevalência da hipertensão arterial na população jovem e de suas possíveis complicações na vida adulta tem implicações importantes para a prevenção de doenças crônicas,
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