Plantas tóxicas
Trabalho Universitário: Plantas tóxicas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Danilo10lopes • 20/3/2015 • 1.890 Palavras (8 Páginas) • 520 Visualizações
PLANTAS TÓXICAS
Considera-se como planta tóxica aquela que possui princípio ativo capaz de promover distúrbios em animais, sendo classificadas como de interesse pecuário especialmente às responsáveis por quadros de intoxicação sob condições naturais de pastejo (BARBOSA et al., 2007).
Potencialmente qualquer planta apresenta certo grau de toxicidade, no entanto, pode-se considerar como tóxica a planta que promove sintomatologia de intoxicação após o contato ou ingestão.
Algumas mortes no rebanho geral são atribuídas a doenças como o carbúnculo hemático, ou picada de cobra venenosa, quando o verdadeiro motivo são as plantas tóxicas. Juntamente com a Raiva e o Botulismo, é uma das causas mais importantes de perda de bovinos no país. Estimativas da EMBRAPA indicam que 100 a 150 mil bovinos morrem envenenados anualmente.
Pode levar muitos anos para que os primeiros sintomas se manifestem, já que algumas plantas apresentam efeito tóxico cumulativo. Outras, se ingeridas em certas quantidades, levam à morte em poucas horas.
Os efeitos de uma planta tóxica sobre os animais dependem do princípio tóxico nela contido, da quantidade ingerida, da tolerância e intolerância animal à planta, das condições existentes no ambiente como fome, sede, cansaço, subalimentação.
Normalmente, os acidentes com plantas tóxicas acontecem em períodos críticos, por exemplo, estiagem. A falta de pastagem faz os animais se alimentarem de arbustos e ervas que em condições normais não seriam procurados.
PROFILAXIA
A erradicação das plantas tóxicas nas áreas de pastagem, é a medida mais eficiente, uma vez que na maioria dos casos não existem tratamentos eficientes.
Medidas profiláticas, entre outras, seriam: cercar as áreas perigosas; não permitir o acesso de animais a áreas onde existem plantas tóxicas; cuidados especiais em época de seca; cuidados com animais trazidos de outra região; evitar a movimentação dos animais pois o exercício contribui para o agravamento.
SINTOMAS
Os principais sintomas se dividem em intoxicação crônica e aguda. Na primeira, há emagrecimento progressivo, modificação de pêlos, chifres e unhas, lesões na boca e diarréia. Na forma aguda, notam-se inapetência, sialorréia, timpanismo, cólicas, poliúria,
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anúria, dificuldades respiratórias, mucosas roxas, taquicardia, diarréia com muco e sangue, tremores, convulsões, apatia, excitação, entre outros.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico deve basear-se no maior número de dados possíveis. Muito importante é o histórico, especialmente sobre sintomas e evolução. É preciso conhecer o habitat das plantas, as partes tóxicas, as quantidades necessárias para causar intoxicação.
Para evitar confusões de diagnóstico e prevenir futuras intoxicações e mortes por plantas tóxicas, deve-se recorrer aos exames laboratoriais, enviando partes do animal morto (necropsia ).
1-Asclepias curassavica
Oficial-de-sala, erva-leiteira, falsa erva-de-rato.
Encontrada em todo País.
Em geral o animal não ingere, a não ser em falta de alimento. Como é infestante de pastagem, o animal pode ingerir sem perceber.
Sintomas: move-se de um lado para o outro, dobra as patas, cai em decúbito ventral. Segue-se paralisia geral e morte.
Dose letal: 1grama/Kg P.V.
2- Pteridium aquilium
Samambaia
Encontrada em todo Pais.
Fome, feno contaminado.
Sintomas: nos bovinos surge a partir da terceira semana após a ingestão da planta. Possui efeito cumulativo. Febre alta, hemorragia na mucosa e pele, diarréia com sangue, anemia e morte.
Nos eqüinos os sintomas aparecem depois de um mês, afeta o sistema nervoso central. Andar incerto, posições anormais dos membros, incoordenação, tremores musculares, convulsões. O apetite e a temperatura permanecem normais até a morte.
3- Senecio brasiliensis
Maria-mole, flor–das–almas, berneira.
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Especialmente na região sul.
Ingerida isoladamente ou misturada ao pasto, pela grande incidência. Seus efeitos são cumulativos, folhas e frutos são tóxicos. Não representa grande perigo à pecuária, pois para intoxicar o animal, ele deverá ingerir quantidades razoáveis da planta;
Sintomas: inapetência, irritabilidade, apatia emagrecimento, palidez das mucosas, transtornos intestinais e urina escura.
4- Baccharis coridifolia
Mio-mio.
Ocorre em todo País, especialmente no sul.
Intoxicação em animais originários de regiões onde a planta não existe. É indicado esfregar a planta no focinho e na gengiva dos animais, ou dar por via oral pequena quantidade da planta.
Em animais da região pode ocorrer intoxicação, quando passam fome. Não tem efeito cumulativo.
Sintomas: anorexia, timpanismo leve a moderado, instabilidade, tremores musculares, animal irriquieto, focinho seco, secreção nos olhos, sialorréia, de excessiva, taquicardia. O animal morre dentro de 15 a 60 minutos após deitar de lado.
5-Palicourea marcgravii
Erva-de-rato, café-bravo, erva-café, vick, roxa, roxinha. A planta tóxica mais importante do Brasil e do grupo das que causam intoxicação superaguda é a Palicourea marcgravii, um arbusto da família Rubiaceae. Responsável pela morte súbita dos animais. Apresenta boa palatabilidade, alta toxidez, efeito cumulativo e em algumas regiões como a amazônica é a principal causa de morte em bovinos. A Palicourea marcgravii é encontrada em todo Brasil, com exceção da região sul e do estado do Mato Grosso do Sul. Ocorre em regiões de alta pluviosidade e terra firme, jamais em várzea. P marcgravii não sobrevive em exposição ao sol, portanto precisa de sombra, crescendo bem em beira de matas, capoeiras e ainda em pastos recém-formados como regiões de matas convertidas em campos de criação de gado. A intoxicação ocorre quando os bovinos ingerem a planta nessas condições. Folhas e frutos são tóxicos, sendo a dose letal das folhas secas de 0,6g/kg. Isso
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