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Reanimação Neonatal

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Por:   •  19/8/2014  •  3.429 Palavras (14 Páginas)  •  389 Visualizações

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AULA REANIMAÇÃO NEONATAL – CENTRO OBSTÉTRICO – HRC 2013

Deve-se lembrar que, em nosso país, entre 2005 e 2009, 13 recém-nascidos morreram ao dia devido a condições associadas à asfixia perinatal, sendo cinco deles a termo e sem malformações congênitas;

Ao nascimento, um em cada 10 recém-nascidos (RN) necessita de ventilação com pressão positiva para iniciar e/ou manter movimentos respiratórios efetivos; um em cada 100 neonatos precisa de intubação e/ou massagem cardíaca; e um em cada 1.000 requer intubação, massagem e medicações, desde que a ventilação seja aplicada adequadamente;

Quadro 1: Condições perinatais associadas à necessidade de reanimação neonatal

Fatores Antenatais

Idade <16 anos ou >35 anos Idade Gestacional <39 ou >41 semanas

Diabetes Gestação múltipla

Hipertensão na gestação Rotura prematura das membranas

Doenças maternas Polidrâmnio ou Oligoâmnio

Infecção materna Diminuição da atividade fetal

Alo-imunização ou anemia fetal Sangramento no 2o ou 3o trimestres

Uso de medicações (ex. magnésio e bloqueadores adrenérgicos) Discrepância entre idade gestacional e peso ao nascer

Uso de drogas ilícitas Hidropsia fetal

Óbito fetal ou neonatal anterior Malformação ou anomalia fetal

Ausência de cuidado pré-natal

Fatores Relacionados ao Parto

Parto cesáreo Padrão anormal de FC fetal

Uso de fórcipe ou extração a vácuo Anestesia geral

Apresentação não cefálica Hipertonia uterina

Trabalho de parto prematuro Líquido amniótico meconial

Parto taquitócico Prolapso de cordão

Corioamnionite Uso de opióides 4h anteriores ao parto

Rotura de membranas >18 horas Descolamento prematuro da placenta

Trabalho de parto >24 horas Placenta prévia

Segundo estágio do parto >2 horas Sangramento intraparto significante

Pelo menos um profissional capaz de iniciar de forma adequada a reanimação neonatal esteja presente em todo parto.

Gestação a termo? - Ausência de mecônio? - Respirando ou chorando? - Tônus muscular bom?

Se a resposta é sim a todas as perguntas, considera-se que o RN está com boa vitalidade e não necessita de manobras de reanimação;

A FC é o principal determinante da decisão de indicar as diversas manobras de reanimação.

A FC deve ser avaliada por meio da ausculta do precórdio com estetoscópio;

A avaliação da coloração da pele e mucosas do RN não é mais utilizada para decidir procedimentos na sala de parto.

Recomenda-se que o RN a termo, saudável e com boa vitalidade ao nascer seja posicionado no nível da placenta por um a três minutos, antes de clampear o cordão umbilical.

O contato pele a pele com a mãe imediatamente após o nascimento, em temperatura ambiente de 26ºC, reduz o risco de hipotermia em recém-nascidos de termo, com boa vitalidade, desde que cobertos com campos pré-aquecidos.

RECÉM-NASCIDO COM LÍQUIDO AMNIÓTICO MECONIAL

Caso o neonato apresente, logo após o nascimento, movimentos respiratórios rítmicos e regulares, tônus muscular adequado e FC >100 bpm, levar o paciente à mesa de reanimação, colocar sob fonte de calor radiante, posicionar sua cabeça com uma leve extensão do pescoço, aspirar o excesso de secreções da boca e do nariz com sonda de aspiração traqueal No.10 e, a seguir, secar e desprezar os campos úmidos, verificando novamente a posição da cabeça e, então, avaliar a respiração e a FC. Se a avaliação resultar normal, o RN receberá cuidados de rotina na sala de parto.

Quando o neonato com líquido amniótico meconial fluido ou espesso, logo após o nascimento, não apresentar ritmo respiratório regular e/ou o tônus muscular estiver flácido e/ou a FC <100 bpm, o pediatra deve realizar a retirada do mecônio residual da hipofaringe e da traqueia sob visualização direta, sob fonte de calor radiante. A aspiração traqueal propriamente dita é feita através da cânula traqueal conectada a um dispositivo para aspiração de mecônio e ao aspirador a vácuo, com uma pressão máxima de 100 mmHg. Aspirar o excesso de mecônio uma única vez; se o RN permanecer com FC <100 bpm, respiração irregular ou apneia, iniciar a ventilação com pressão positiva (VPP).

Aqueles recém-nascidos com IG <37 semanas de gestação e aqueles de qualquer idade gestacional sem vitalidade adequada ao nascer precisam ser conduzidos à mesa de reanimação, indicando-se os seguintes passos: prover calor, posicionar a cabeça em leve extensão, aspirar vias aéreas (se necessário) e secar o paciente. Tais passos devem ser executados em, no máximo, 30 segundos.

Manter a temperatura corporal entre 36,5 e 37,0ºC e mantendo temperatura ambiente de 26ºC.

Em pacientes com peso ao nascer inferior a 1.500g, recomenda-se o uso do saco plástico transparente de polietileno de 30x50cm. Assim, logo depois de posicioná-lo sob fonte de calor radiante e antes de secá-lo, introduz-se o corpo, exceto a face, dentro do saco plástico e, a seguir, realizam-se as manobras necessárias. Emprega-se touca para reduzir a perda de calor na região da fontanela.

Uma vez feitos os passos iniciais da reanimação, avalia-se a respiração e a FC. Se houver vitalidade adequada, com respiração rítmica e regular e FC >100 bpm, o RN deve receber os cuidados de rotina na sala de parto. Se o paciente, após os passos iniciais, não apresenta melhora, indica-se a ventilação com pressão positiva.

VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA

A ventilação pulmonar é o procedimento mais simples, importante e efetivo na reanimação do recém-nascido, prematuro ou a termo, em

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