SEXUALIDADE DE ADOLESCENTES COM SINDROME DE DOWN
Exames: SEXUALIDADE DE ADOLESCENTES COM SINDROME DE DOWN. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: jakasbrasil • 20/3/2015 • 7.515 Palavras (31 Páginas) • 413 Visualizações
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 O QUE É A SÍNDROME DE DOWN?
2.1.1 Características gerais
De acordo com Leme e Cruz (2008), a Síndrome de Down é uma alteração que ocorre com um excesso de genes localizados no cromossomo 21, geralmente no braço longo do mesmo; esse excesso denomina-se trissomia do cromossomo 21.
Os autores acima ainda afirmam que, diferente do que muitas pessoas acreditam, a Síndrome de Down não é uma doença, mas sim um acidente genético que pode ocorrer durante a formação dos gametas óvulo ou espermatozóide, ou ainda após a união destes ou até por ocasião da formação do bebê, no início da gravidez, apesar de não se saber ainda a causa.
Caballo e Simon, (2007) afirmam que a deficiência mental distingue um grupo de pessoas que se identificam por suas dificuldades de enfrentar a aprendizagem escolar e o funcionamento da independência diante da comunidade; é diagnosticada geralmente nos primeiros anos de vida e até mesmo ainda no ventre. Esses indivíduos costumam apresentar atrasos nas habilidades motoras, cognitivas e sociais e, muitas vezes, tem dificuldade de conquistarem uma independência.
Os autores citados acima também sugerem que a deficiência mental seja uma capacidade intelectual inferior à média, acompanhada de limitações de atividades, mas que se trabalhada e adaptada, pode ser significativamente igual às outros adolescentes tidos como “normais”; mas sempre pensando que essa igualdade cognitiva não será compatível com a idade, visto que ela ocorre com certo atraso, então, a fase da adolescência cognitivamente será diferente das reações apresentadas pelo corpo do adolescente com Síndrome de Down.
De acordo com Silveira (2006), profissionais, pesquisadores e até escritores têm uma imagem das pessoas com Síndrome de Down como afetuosas, dóceis, bem-humoradas e com talentos especiais tais como música e mímica. Essa idéia é relatada desde os primórdios, com a impressionante descoberta de Longdon Down, quando ele considerava-os divertidos “... geralmente colorindo sua mímica...” (SILVEIRA, 2006, p.171). Longdon estava tão impressionado com tais habilidades que construiu em sua instituição, um teatro para a expressão dos sindrômicos e uso dos residentes. Ele também observou que as pessoas com Síndrome de Down são teimosas e obstinadas, ou seja, não existe nenhum tipo de coação que os induza a fazer algo que elas já decidiram não fazer.
Silveira ainda observou que uma característica comum de adolescentes com Síndrome de Down é a teimosia e essa atitude não depende do ambiente ou influências externas; não se sabe se essa teimosia é porque as instruções lhes dada é complexa demais ou o comportamento dos outros é rápido para que tal pessoa possa acompanhar. “...Assim, elas “congelam” ou apenas não fazem nada.” (SILVEIRA, 2006 , p. 176).
A autora supra citada induz ao pensamento de características dos adolescentes sindrômicos como sendo não somente afetuosos, gentis e engraçados, mas também, como qualquer outro adolescente considerado normal, eles também são maldosos, rabugentos e obstinados.
Os pais sempre comparam a personalidade dos filhos como sendo parecida com a de algum membro da família; assim Silveira (2006) descreve que as mães de adolescentes com Síndrome de Down, em sua maioria pensam que seu filho sindrômico não tem característica da família e sim características próprias da síndrome, por observação ou por algo que leram a respeito da síndrome; esse fato pode influenciar a maneira como tratam os adolescentes.
Matos et al (2006) afirmam que a família desenvolve um papel de suma importância no desenvolvimento global do adolescente, uma vez que cabe a ela o trabalho de estimular e levá-lo a superação, assim como maior conscientização da realidade para minimizar a discriminação e rejeição à deficiência física e mental.
Silveira (2006) sugere que semelhante as pessoas não sindrômicas, as com Síndrome de Down em questão são muito diferentes entre si e até mesmo quanto ao comportamento, personalidade e temperamento. Vale lembrar que estes também podem ser influenciados de acordo com o ambiente, doenças, dietas, drogas, álcool, alterações físicas, bioquímica e genética. Sabe-se que as influências do ambiente familiar e de instituições preparadas para receberem tais pessoas são de suma importância para o desenvolvimento do mesmo; isso garante o pensamento que a influência sendo a mesma, o resultado também será o mesmo de uma pessoa para outra.
2.1.2 História
De acordo com Carakushansky e Mustacchi (2001) o primeiro registro de uma pessoa com características de Síndrome de Down foi através de um quadro localizado no altar de uma igreja em Aachen, Alemanha, sendo pintado por volta de 1505, mas nesse período a síndrome não foi reconhecida como sendo uma cromossomopatia clínica.
Werneck (1992) cita em seu livro que no final do século passado, pessoas com deficiência mental eram tratadas e classificadas pertencendo a um mesmo tipo de doença ou condições, ou seja, ainda não havia conhecimento das classificações das doenças mentais.
A autora acima ainda afirma que, um grande avanço nos estudos da deficiência mental aconteceu em 1866, quando o médico inglês, John Langdon Down observou em uma população de portadores de retardo mental, alguns deficientes que se diferenciavam de uns e se igualavam a outros, como pela aparência física com os habitantes da Mongólia; apresentavam orelhas pequenas, redução da calota craniana, nariz pequeno, língua grande e protusa, cabelos ralos, baixa estatura e tendências a engordar.
Diz Carakushansky e Mustacchi (2001) que, John Longdon Down era superintendente de um asilo para crianças com retardo mental em Surrey, Inglaterra; com isso ele pôde fazer uma distinção entre as crianças, chamando um grupo com características iguais de “cretinos” (mais tarde caracterizada pelo hipotireoidismo) e o outro grupo que denominou de “mongolóides” por terem a aparência da população da Mongólia e, que naquele momento eram considerados uma população de baixo nível intelectual.
Na década de 60 esse termo foi criticado por ser discriminativo e, de acordo com os autores acima, o termo foi substituído e em decorrência do sobrenome do médico inglês Longdon Down, a Síndrome passou a ser conhecida como “Síndrome de Down”. Apesar de Longdon Down não ter identificado a causa física e genética dessa condição descrita por ele, sua descoberta foi essencial para novos estudos. (Carakushansky e Mustacchi, 2001)
Moreira, El-Hani e Gusmão (2000) descrevem que
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