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Saúde

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Por:   •  18/3/2015  •  1.441 Palavras (6 Páginas)  •  202 Visualizações

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As conexões realizadas pelo ser humano em relação ao que é externo a seu organismo, dependem de trilhões de “conexões ocultas”, as quais perfazem seu corpo, geralmente percebidas por estímulos externos e comandadas por respostas internas dadas pelo nosso sistema Nervoso Central.

Em Borboletas da Alma, uma obra escrita por Drauzio Varella, médico formado pela USP com larga experiência em oncologia, pois trabalhou por vinte anos no Hospital do Câncer, foi também médico voluntário na casa de detenção de São Paulo (Carandiru) por treze anos. Escritor consagrado de vários livros como: Estação Carandiru (1999), obra responsável por ele ganhar os prêmios Jabuti de Não ficção e Livro do ano. Escreveu também Por um Fio (2004), ambas as obras editada pela Companhia das Letras, além de escrever obras infantis como: De braços para o alto (2002), e Nas ruas do Brás(2000), esta última lhe rendeu os prêmios Novos Horizontes da Bienal de Bolonha, e Revelação Infantil da Bienal do Rio de Janeiro. Atualmente é responsável por um projeto prospectivo de plantas medicinais amazônicas no Rio Negro.

O autor descreve de forma simples e poética a organização e evolução dos organismos vivos no planeta Terra em um contexto biopsicossocial.

A obra é estruturada em V partes, das quais cada uma é subdividida em subtítulos de relevância ao tema principal de cada parte da obra. A primeira delas, Varella relata sobre a evolução da vida na Terra. Trilhões de espécies de organismos vivos já povoaram e ainda povoam nosso planeta. As que continuam aqui precisaram e constantemente passam por um processo de seleção natural, em que só os mais fortes e competitivos sobrevivem e se replicam. “A vida nada mais é que uma replicação eterna.” (p.15), conforma a teoria de Darwim, desfazendo o paradigma do pensamento anterior de que todos os seres vivos foram criados por um “Ser Transcendental”, dos quais o homem seria a criação mais primorosa. Uma das características principais, a qual nos identifica como seres “diferentes” das outras espécies, é a linguagem, processo localizado na região frontal do córtex cerebral (massa cinzenta), pois com ela conseguimos fazer conexões mais complexas e conscientes de nossas ações, algo nada parecido e por enquanto nas outras espécies; paradoxalmente, com o estudo e identificação do código genético de ratos e do homem, foi descoberto que ambos têm a mesma quantidade de genes (30.000), e só 300 deles são responsáveis pelas nossas diferenças, e é nessa pequena diferença que está toda a complexidade da evolução natural e competitiva do Homo Sapiens. Um dos grandes legados dessa descoberta é a clonagem de seres vivos, uma técnica polêmica, mas uma grande esperança para os seres humanos, por ter a capacidade de criar repor tecidos, órgãos e proteínas, os quais por algum defeito no seu metabolismo, não conseguem mais fazer a sua síntese. O objetivo da clonagem, por meio das células troncos em humanos, é a de diminuir o sofrimento e salvar vidas. Mas, em contraposição existe o receio de usarem essa extraordinária tecnologia para fins antiéticos. Mesmo com essa possibilidade, Varella ressalta a importância de se criar uma legislação, a qual garanta a ética profissional e a integralidade do homem, para o autor, é inadmissível a renúncia de tal tecnologia pelo medo da possibilidade de prováveis aplicações criminosas à vida humana.

Ainda na parte I da obra, o autor, com sua capacidade de falar de coisas complicadas de forma simples, relata sobre a concepção de onde se localiza a “alma humana”. “Há milhares de anos atrás, Aristóteles declarou que o coração era o local da alma.” (SILVERTHORN,2003), mas foi a cem anos que o anatomista espanhol, Cajal, descobriu células microscópicas, as quais faziam conexões surpreendentes no cérebro, descritas pelo anatomista com “as misteriosas borboletas da alma”. Estaria ali, a chave para abrir as portas secretas da mente humana? Estas células foram denominadas de neurônios, células nervosas:

“...estruturadas para transportar sinais elétricos de modo veloz ao longo de grandes distâncias. [...]Na maioria das vias, os neurônios se comunicam através de sinais químicos denominados neurotransmissores liberados através de uma pequena fenda denominada sinapse.”(SILVERTHORN,2003).

O encéfalo passou a ser considerado o centro da misteriosa “alma humana”.

Nas partes II e III da obra, Drauzio Varella nos ensina a cuidar com mais atenção do nosso dia-a-dia. A maneira como ele aborda os temas, nos permite entender melhor nosso mecanismo de defesas. Conselhos básicos para o nosso cotidiano como: a importância do sono, do planejamento familiar, de hábitos saudáveis de vida (alimentação, exercícios físicos), fatores estes, segundo Varella, foram quase que suprimidos em detrimento a modernidade de um mundo globalizado, o qual oferece facilidades na aquisição de nossas necessidades como: alimentos prontos, produtos tecnológicos, os quais propiciam o sedentarismo, dentre outros. Esses hábitos aos poucos arraigados ao dia-a-dia e difíceis de serem mudados como ressalta Varella, de ser mais fácil nos conformarmos com a colocação de uma ponte safena, a nos prevenirmos de um infarto do miocárdio fazendo uma simples caminhada diária de mais ou menos trinta minutos. Infelizmente é assim que a nossa mente “moderna” prefere pensar e agir. Mas o autor também lembra ao leitor que existe predisposições genéticas, mutações sofridas pelos nossos genes, a própria cadeia evolutiva intermediada pela seleção natural, fatores ambientais,

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