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Uso Racional de Medicamentos

Por:   •  26/1/2021  •  Trabalho acadêmico  •  2.097 Palavras (9 Páginas)  •  408 Visualizações

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FUNDAMENTOS PARA O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS

POR  MOACYR LUIZ AIZENSTEIN

3° EDIÇÃO

Introdução ao Uso Racional de Medicamentos


CONCEITOS E SITUAÇÃO ATUAL

      A Farmacoterapia tem um papel importante na prevenção, manutenção e recuperação da saúde e contribui para a melhora da qualidade e da expectativa de vida da população. O constante progresso das ciências da saúde tem possibilitado a introdução de novos compostos para a prevenção e o tratamento de doenças que eram consideradas incuráveis no passado.

      Contudo, a prescrição e utilização impróprias de medicamentos constituem uma das principais causas de complicações à saúde e prejuízos econômicos e sociais.

      Entre as impropriedades praticadas no uso de medicamentos, as mais prejudiciais à saúde são:

  • Tratamento exagerado de doenças simples
  • Tratamento inadequado em doenças graves e crônicas
  • Mal uso de antimicrobianos
  • Abuso de injetáveis
  • Automedicação
  • Não adesão ao tratamento
  • Erros na prescrição

Quanto aos erros de prescrição, o medicamento escolhido pode ser:

  • Incorreto para a condição específica
  • De eficácia duvidosa ou não demonstrada
  • De segurança não estabelecida
  • De via de administração, dose e duração incorretas
  • Incompatível com as características fisiológicas ou patológicas do paciente

Trabalhos publicados na literatura internacional relatam que, nos Estados Unidos, os prejuízos materiais e humanos ocasionados com o uso incorreto de medicamentos representam:

  • 4% de causas de óbito
  • 5% a 7% das causas de hospitalização
  • Aumento, em média, de 20% do período de internação

      Dentre os principais efeitos adversos descritos nesses trabalhos destacam-se: hemorragia, arritmia cardíaca, insuficiência renal e hepática, e alergia.

      No Brasil é grande o prejuízo social decorrente da utilização incorreta de medicamentos, que representa mais de 10% dos custos despendidos em saúde. A figura 1-1 esquematiza esses prejuízos na saúde e na economia.

      Vários fatores participam desta cadeia de eventos que levam ao uso incorreto, desde o hábito da autoadministração, o despreparo dos prescritores, os interesses mercantilistas da indústria farmacêutica e a omissão dos órgãos responsáveis pela regulação e fiscalização do exercício da assistência farmacêutica no Brasil. A figura 1-2 esquematiza os principais fatores relacionados ao uso incorreto de medicamentos.


O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS (URM)

      É a atitude que permite ao paciente receber medicação apropriada para sua situação clínica, nas doses adequadas às suas necessidades individuais, pelo tempo necessário e ao menor custo possível. O URM tem como objetivos maximizar a atividade terapêutica, minimizar os riscos para o paciente e evitar custos desnecessários.









        Figura 1-2 Fatores que influem no uso irracional de medicamentos no Brasil.

      Assim, o URM pode reduzir os custos coma saúde diminuindo as internações, o tempo de permanência hospitalar e prevenindo procedimentos clínicos e cirúrgicos dispendiosos.

      O URM se inicia durante a prescrição simultânea à análise da situação geral e das necessidades particulares do paciente. Assim, os profissionais de saúde devem dispor das informações clínicas sobre o estado geral do paciente e de todo o seu histórico farmacoterapêutico. Essas informações serão utilizadas na escolha da medicação adequada e no acompanhamento do paciente durante todo seu tratamento.

      Assim, a utilização de medicamentos, desde sua prescrição, dispensação, administração até o acompanhamento do paciente, exige a integração dos profissionais da equipe de saúde objetivando em cada intervenção o melhor resultado terapêutico através do URM.


PLANO TERAPÊUTICO

      Ao iniciar o atendimento ao paciente, a equipe de saúde deve procurar estabelecer a melhor conduta baseada nas informações clínicas atuais e na anamnese farmacológica, o que se intitula plano terapêutico. Fazem parte do plano terapêutico: escolha cuidadosa do medicamento a ser administrado e a determinação da sua dose, da via de administração, da posologia e da duração do tratamento. A análise da relação do risco e benefício na escolha dos fármacos deve sempre prevalecer com grande ênfase para a questão da segurança. Somente em casos de doenças terminais ou em situações clínicas de difícil controle a eficácia pode prevalecer em relação à segurança.

      Na elaboração do plano terapêutico, a história do paciente é muito importante. Neste plano devem constar os fármacos a serem evitados em razão de reações alérgicas prévias e possíveis interações entre eles.

      A possibilidade de um plano alternativo sempre deve ser considerada, em caso de o plano original falhar ou não poder ser utilizado por alguma outra razão. Assim, os elementos principais de um plano farmacoterapêutico incluem fatores referentes ao paciente e fatores referentes ao medicamento.

      Dentre os fatores referentes ao paciente temos:

  1. Verificar as várias fontes de informações sobre o paciente
  2. Estabelecer os objetivos terapêuticos desejados
  3. Estabelecer os problemas relacionados aos medicamentos (PRM) em uso
  4. Estabelecer o plano de acompanhamento

      Dentre os fatores referentes ao fármaco devem-se considerar os estudos publicados na literatura com sólidas evidências de suas propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas, seu índice terapêutico, seu custo e as formas de apresentação disponíveis.

1. Fontes de informações sobre o paciente

      Para elaboração do plano farmacoterapêutico é necessária uma anamnese completa do paciente. Dentre as informações mais importantes a serem obtidas para o sucesso do plano temos:

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