A IDENTIFICAÇÃO DE CARBOIDRATOS

IDENTIFICAÇÃO DE CARBOIDRATOS

Alexsander SCHERER2

Andressa L. GALLAS1

Hellen KIRSCH 1

Stela CARVALHO1^[1]

Joyce da Silva FERNANDES3

Resumo: O artigo aborda o tema referente determinação dos carboidratos, a partir de reações químicas, na qual são utilizados soluções de carboidratos monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos, objetivando assim a identificação quanto ao seu grupo pertencente, além de que alguns testes auxiliam na identificação de algumas patologias recorrente a liberação do carboidrato nas excreções.

INTRODUÇÃO

Os carboidratos, conhecidos também como glicídios ou açúcares, são importantes biomoléculas que constituem a base da nutrição dos organismos não fotossintetizantes. Eles podem ser definidos como poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas ou ainda substâncias que liberam esses compostos quando sofrem o processo de hidrólise (quebra de uma molécula por água).  Exercem as mais variadas funções, como: seu papel energético, sua atuação na composição dos ácidos nucléicos, das paredes celulares e da carapaça dos insetos e a participação em processos de interação célula-célula. Os carboidratos são formados principalmente por carbono, hidrogênio e oxigênio, apresentando a seguinte fórmula geral: (CH2O)n. A partir dessa fórmula, podem ser denominados de hidratos de carbono. Vale destacar que alguns carboidratos fogem da fórmula geral e apresentam nitrogênio, fósforo ou enxofre em sua composição. As ligações características deste grupo é a ligação glicosídica. (HARVEY, 2012)

Harvey (2012) ainda destaca a classificação dos carboidratos em três grupos principais:   Monossacarídeos: São os açúcares mais simples de uma cadeia de carbono linear e que não podem ser hidrolisados. Sua fórmula estrutural (CH2O)n. Esse “n” pode variar de 3 à 7. Exemplo: podemos citar a glicose, frutose, galactose e manose.

Oligossacarídeos: são formados pela união de dois a 10 monossacarídeos. Quando ocorre a união de apenas dois monossacarídeos, recebem a denominação de dissacarídeo. Tendo moléculas relativamente pequenas, solúveis em água, razão por que interferem, assim como os monossacarídeos no equilíbrio osmótico das células. São também a principal forma de transporte dos carboidratos. Como são constituídos por duas hexoses, têm função energética. Como principais exemplos, podemos citar a maltose (glicose + glicose), lactose (galactose + glicose) e sacarose (glicose + frutose). (HARVEY, 2012)

Polissacarídeos: São formados por 10 ou mais monossacarídeos. Ao contrário dos monossacarídeos e dos dissacarídeos, os polissacarídeos são insolúveis em água; não alteram, pois, o equilíbrio osmótico das células e se prestam muito bem à função de armazenamento ou reserva nutritiva Como exemplo, podemos citar o amido, o glicogênio e a celulose, três importantes macromoléculas. O amido é uma importante reserva energética encontrada nos vegetais e nos fungos. A reserva energética encontradas nos animais é o glicogênio, que fica acumulado no fígado e nos músculos. Já a celulose é um importante componente da parede celular, sendo o carboidrato mais abundante na natureza. (HARVEY, 2012)

Para distinguirmos os carboidratos e informar a qual grupo são pertencentes é necessário realizar procedimentos, estes que são compostos de reagentes e solução

Reação de Barfoed é usada para pesquisas de monossacarídeos, baseando-se na redução do cobre, no meio ácido.  O cobre é reduzido a quente pelos monossacarídeos, com criação de óxido cuproso (aspeco avermelhado). Para dissacarídeos redutores o resultado também é positivo em um tempo de aquecimento mais prolongado. . O reativo de Barfoed é composto por 13,3 g de acetato de cobre cristalizado e 1,8 ml de ácido acético glacial para 200 ml de água destilada. É aplicado para distinguir monossacarídeos redutores e dissacarídeos redutores. Para reagente de barfoed os dissacarídeos são redutores mais fracos e reagem mais lentamente. Para essa reação os íons cobre II irão sofrer redução a cobre I encontrando-se em meio ligeiramente ácido. (FELTRE, 2002)

Reação de Benedict é usada geralmente para detectar excesso de açúcar na urina e detectar uma possível diabete A sua composição se dá pelo reagente químico Benedict que possui cor azulada, de sulfato de cobre, carbonato de sódio e citrato de sódio em água, e que muda de azul para amarelo ou vermelho na presença de açúcares redutores. Geralmente é usado para detectar a presença de certos tipos de carboidratos conhecidos como açúcares redutores, nos quais se incluem glicose, galactose, lactose, maltose e manose. (PEREIRA, 2007)

Reação de Seliwanoff é um teste químico que permite distinguir aldoses de cetoses, devido as diferenças na velocidade e intensidade da reação. Se um açúcar contiver um grupo cetona, é uma Cetose. Contiver um grupo aldeído, é uma aldose. Este teste baseia-se no princípio de que, quando aquecidas, as cetoses sofrem desidratação muito mais rapidamente que as aldoses. Como agente desidratante é utilizada uma solução é HCl 1:1 em água e como fenol emprega-se o resorcinol. Quando o reagente é adicionado a uma solução contendo uma cetose, a cor muda para vermelho, quando adicionado a uma solução contendo uma aldose, a cor muda mais lentamente para rosa. (RODRIGUES, 2016)

Teste de Iodo é utilizado para poder identificar o amido e ele pode ter maior concentração de amilose e amilopectina. Para distingui-las a partir do seu peso molecular podem sofrer reações de complexação, com formação de compostos coloridos, com a adição do iodo, resultando em complexo azul-preto e violeta, respectivamente. A coloração azul intensa é resultado da oclusão do iodo na amilose, enquanto que a amilopectina a interação com o iodo será menor e a coloração menos intensa, resultando na coloração violeta. (UFBP, 2017)

Reação de Molisch é um teste sensível para a presença de carboidratos. A reação acontece por meio da desidratação do carboidrato pelo ácido sulfúrico. dando origem a um aldeído, que sofre condensação com duas moléculas de fenol, resultando em compostos com cor vermelha ou púrpura. Todos os carboidratos tendem a levar a um resultado positivo. Além dos ácidos nucléicos e glicoproteínas também podem dar o mesmo, por possuírem carboidratos hidrolisados por ácidos minerais fortes. (RODRIGUES, 2014)