CORRELAÇÃO DOS FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES PORTADORES DE HIV-1 ATENDIDOS EM UM SERVIÇO DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO NO MUNICÍPIO DE BELÉM-PA.

CORRELAÇÃO DOS FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES PORTADORES DE HIV-1 ATENDIDOS EM UM SERVIÇO DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO NO MUNICÍPIO DE BELÉM-PA.

1Carolina Silene M. Monteiro de Souza; 2Bruno Rafael Batista de Ataíde; 3Aldair da silva Guterres.

1Graduanda em nutrição, Universidade da Amazônia (UNINASSAU)

2Nutricionista Residente Fundação hospital de clinicas Gaspar Vianna (FHCGV) 3Universidade Federal do Pará (UFPA)

Nutricionista, Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB)

INTRODUÇÃO: O HIV (Vírus da imunodeficiência Humana) é um vírus que infecta o organismo invadindo as células CD4+ e células linfócitos T-helper, causando uma depleção progressiva destas células, ocasionando assim a imunodeficiência. Com os adventos dos medicamentos antirretrovirais (TARV), resultou-se na melhora da qualidade de vida e na redução da morbidade e mortalidade da população soropositiva, no entanto, o uso dos antirretrovirais está associado à deficiência e irregularidades no metabolismo do usuário. Diversas evidências mostram que há aumento dos distúrbios metabólicos em pacientes infectados pelo HIV, especialmente entre aqueles em uso da TARV. Entre as principais complicações, destaca-se a elevada prevalência de Síndrome Metabólica, Diabetes Mellitus 2, resistência à insulina, dislipidemia e lipodistrofia, condições estas comprovadamente associadas a aumento de risco cardiovascular. OBJETIVO: Correlacionar parâmetros antropométricos e de lipídeos circulantes, para verificação de risco cardiovascular em pacientes portadores de HIV-1 usuários de TARV. METODOLOGIA: Tratou-se se de um estudo descritivo e transversal, envolvendo portadores do HIV-1/AIDS atendidos em um Serviço de Atendimento Especializado (SAE) do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB) no período de janeiro a dezembro de 2015, sendo aprovado pelo comitê de ética do HUJBB sob número do parecer 516.962. Para avaliação dos parâmetros antropométricos, verificou-se o peso, altura, e Circunferência da Cintura (CC). O Índice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir dos dados de massa corporal e estatura, sendo dado pela formula em kg/m2 (OMS 1998). A Relação cintura-estatura (RCEST), foi obtida pela divisão da cintura pela estatura em centímetros.  Os dados bioquímicos dos pacientes foram coletados em seus respectivos prontuários no ato da consulta. Empregou o coeficiente de correlação de Pearson (r) para correlacionar os parâmetros antropométricos e bioquímicos. Em todas as analises estatísticas, adotou-se o nível de significância p < 0,05. Resultados: Ao relacionar os parâmetros antropométricos e lipídicos, para verificação de risco cardiovascular a CC se correlacionou positivamente com as concentrações séricas de Triglicerídeos (P = 0,003), Colesterol (P= 0,0014) e LDL-c (P= 0,023). Para a RCE as mesmas variáveis apresentaram correlações favoráveis, como para triglicerídeos (P= 0,001), Colesterol (P= 0,004) e LDL-c (P= 0,022). Em relação ao HDL-c, ambas variáveis antropométricas não apresentaram relação significativa, CC (p = 0.478) e RCE (p= 0.201). Conclusão: Neste contexto faz necessário a realização pesquisas relacionadas entre os usuários da terapia anti-retroviral e seus efeitos adversos relacionados com risco cardiovascular em portadores de HIV-1, bem como fornecerão subsídios para a formulação de políticas e programas públicos de saúde para prevenção de problemas cardiovasculares, imunológicos e nutricionais na população soropositiva.

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