Irradiação de Alimentos: Aspectos Tecnológicos e Nutricionais
Por: Hermes Henrique • 14/5/2017 • Artigo • 2.793 Palavras (12 Páginas) • 483 Visualizações
Resumo
O uso da irradiação, um processo físico, na conservação de alimentos, é
relativamente recente e possui adeptos por ser um processo rápido, sem grande
produção de resíduos e por quase não elevar a temperatura interna do produto, não
há grandes alterações nutricionais e organolépticas. No entanto, apesar de já ser
aprovado para uso em cerca de 40 países, ainda há aspectos controversos que
inibem a sua aceitação geral e o público consumidor que sempre percebe o assunto
radiação com receio. O presente trabalho tem o propósito de esclarecer os
estudantes do curso de Nutrição e o público em geral sobre os aspectos técnicos e
nutricionais do referido processo, subsidiando a escolha consciente de produtos.
Introdução
A necessidade de produtos com menor custo, mais estáveis e que atendam a uma
população mais exigente tornam a conservação dos alimentos uma área de grande
interesse da Indústria. A preservação das características originais dos alimentos,
mantendo da melhor maneira possível suas características naturais e diminuindo a
chance de veiculação de microrganismos patógenos, tem sido uma preocupação
constante dos pesquisadores. Através dos séculos, as técnicas de preservação de
alimentos foram se desenvolvendo, com o avanço do conhecimento científico,
melhorando a qualidade sanitária dos produtos. (GAVA, 2009).
Dentre os métodos tradicionais de beneficiamento e preservação de alimentos, a
tecnologia da irradiação vem ganhando mais atenção, no controle de diferentes
microorganismos. Caracterizada por expor o produto a uma quantidade controlada
de radiação ionizante (raios gama ou X), o que implica tempos específicos, de
acordo com os objetivos desejados, a irradiação tem como vantagem, em relação
aos outros métodos, o fato de não elevar substancialmente a temperatura do
alimento, resultando em menores perdas nutricionais e alterações do produto.
(GUIMARÃES et. al., 2013)
A irradiação ionizante, na forma de raios gama, é obtida a partir de isótopos ou,
comercialmente e em menor extensão, a partir de raios X e elétrons. Ela é permitida
\em cerca de 40 países para a conservação de alimentos pela destruição microbiana
ou inibição de alterações bioquímicas. Estudos realizados pelo Comitê formado por
especialistas da Food and Agriculture Organization (FAO), Organização Mundial de
Saúde (WHO) e International Atomic Energy Agency (IAEA), mostraram que
qualquer alimento irradiado na dose média de 10kGy é seguro e não induz
problemas nutricionais, além de eliminar microorganismos prejudiciais ao alimento e
ao homem ( LIMA, 2001). Países onde a radiação é permitida: a rotulagem é
regulamentada e exige que o fabricante identifique o alimento ou qualquer dos
ingredientes listados que tenha sido tratado por irradiação. (ORNELLAS et al.,
2006). No Brasil, esta técnica de conservação é regida Resolução da ANVISA - RDC
nº 21, de 26 de janeiro de 2001 que regulamenta a irradiação de alimentos no país,
sendo também obrigatória a informação de alimento irradiado ao consumidor e
seguindo o preconizado pela WHO (BRASIL, 2001).
REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS UNIVERSO RECIFE
V. 1 / N. 1 / 2014
A radiação ionizante, na forma de raios gama, é obtida a partir de isótopos ou,
comercialmente a partir de raios x e elétrons sendo aplicada na conservação
de alimentos, por sua alta capacidade de penetração, possibilitando eliminação
microbiana ou inibição de alterações bioquímicas (NOVAES et.al., 2012). A
principal fonte de radiação gama: o isótopo Cobalto-60 e Cesio-137. O Cobalto- 60 é
o mais utilizado comercialmente em todo mundo por sua disponibilidade, custo,
apresentar-se na forma metálica e ser insolúvel em água, proporcionando com isso
maior segurança ambiental (FAO/WHO, 1988).
Os elétrons e as radiações gama produzem ionizações e excitações nos átomos da
matéria com os quais interagem levando ao aparecimento de novos íons e radicais
livres. Estes dão lugar a recombinações e dimerizações, das quais resultam
em substâncias alheias à composição inicial do alimento, denominados
produtos radiolíticos. Entretanto, é comprovado que o consumo de altas doses
destes compostos não geram efeito adverso (NOVAIS, 2012).
O objetivo deste trabalho é proporcionar informação sobre o método de , através de
uma revisão da Literatura, e desta forma contribuir na escolha consciente dos
consumidores e na formação de nutricionistas, estando ciente das implicações
destes procedimento sobre o valor nutricional do alimento.
O processo de irradiação
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