Tecnologia dos Alimentos: ANTROPOMETRIA
Por: alexandre719 • 20/3/2016 • Trabalho acadêmico • 5.400 Palavras (22 Páginas) • 522 Visualizações
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PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL – ANTROPOMETRIA
Material educativo destinado às aulas práticas da Disciplina Avaliação Nutricional II do Curso de Nutrição
1. INTRODUÇÃO
Um adequado E.N. é resultado de um estado de equilíbrio entre o indivíduo e o ambiente. Este último contribui para o equilíbrio mediante o fornecimento dos elementos básicos para o seu crescimento e desenvolvimento, por meio da adequada oferta qualitativa e quantitativa de nutrientes em ambiente salubre, considerando idade, sexo, atividade física e momento fisiológico. Por outro lado, o indivíduo deve ser portador de um organismo hígido capaz de digerir os alimentos, transformando-os em nutrientes absorvíveis, absorvê-los e de metabolizá-los adequadamente. Deve-se enfatizar, ainda, que a escolha do alimento sofrerá influência dos aspectos psicológicos e sociais do indivíduo, cujo resultado final determinará a capacidade de responder, adequadamente, à agressão de agentes infecciosos, com disposição orgânica para o trabalho e lazer.
Em virtude da dificuldade dos pesquisadores em determinar o que seja um E.N. ótimo, considera-se, a partir de estudos com grupos de indivíduos e populações, o estado de nutrição como inadequado ou adequado, sendo este último conhecido como eutrofia. A inadequação poderá ser marginal, por déficit de nutrientes e, ou de calorias, ou por excesso de nutrientes, o que é denominado hipernutrição, ou ainda, por excesso de calorias denominado obesidade.
Um profissional comprometido com a saúde de seus pacientes deverá, necessariamente buscar conhecer o E.N. destes com vistas a atuar na promoção da eutrofia, como caminho para a manutenção de uma saúde adequada. Entretanto, a sua intervenção só será eficaz quando considerar o antropossistema no qual o indivíduo está inserido, buscando atuar, de forma sistêmica, nos determinantes básicos que estão promovendo a distrofia nutricional.
O diagnóstico do estado nutricional do indivíduo é estabelecido, a partir de estudos físicos, bioquímicos, clínicos e dietéticos, e quando os resultados individuais são estudados em conjunto, tem-se o diagnóstico da população composta por esses indivíduos.
O estabelecimento do diagnóstico a partir da antropometria é o objeto de estudo deste curso, mas, antes, é importante relembrar que o diagnóstico de uma distrofia nutricional é apenas o resultado da expressão da interação homem/ alimento /antropossistema, e que, para promover a eutrofia, é necessário responder às seguintes perguntas: Qual é a origem dessa distrofia? Como atuar para reverter esse quadro?
2. ANTROPOMETRIA
A antropometria é o estudo das características corporais passíveis de mensuração. A avaliação nutricional por meio da antropometria deve ser efetuada tendo como referencial teórico o processo de crescimento/desenvolvimento, utilizando-se como elementos de análise medidas antropométricas, as quais devem ser comparadas com um padrão de referência, cujo resultado é avaliado a partir de um critério previamente estabelecido.
GIBSON (1990) apresenta algumas vantagens da antropometria:
- Procedimentos simples e seguros.
- Equipamentos de baixo custo, portáteis e duráveis, que podem ser construídos ou adquiridos localmente.
- Aferição pode ser efetuada por pessoal pouco especializado, desde que devidamente treinado.
- Técnicas de aferição já estão padronizadas, permitindo a obtenção dados precisos e acurados.
- Dados complementares podem ser obtidos e analisados em conjunto.
- Critérios utilizados permitem identificar estágios da desnutrição e avaliar a mudança de estado nutricional através dos tempos (mesma geração, tendência secular do fenômeno).
- Limites e valores de risco da desnutrição podem ser determinados.
Por outro lado, a antropometria é um método relativamente insensível para detectar distúrbios nutricionais em curto período de tempo ou identificar deficiências específicas de nutrientes; é incapaz de distinguir distúrbios no crescimento ou composição corporal induzidos por nutrientes específicos; além do mais a presença de doenças, a genética, variações diurnas e redução no gasto energético podem reduzir a especificidade e sensibilidade das medidas antropométricas.
A antropometria utiliza as medidas corporais como parâmetros de análise. Essas medidas necessitam ser obtidas de um estudo no qual selecionam-se parâmetros, ocorre padronização de técnicas de aferição, utiliza-se instrumental apropriado e a análise é sustentada por padrão de referência, considerando sexo, idade e momento fisiológico, e, ainda, critérios específicos..
De acordo com a medida obtida e com o critério de análise utilizado, podem-se tecer considerações a respeito do quadro analisado, considerando época, intensidade, freqüência e intervalo de tempo do agravo.
2.1. Medidas antropométricas
São medidas das variações das dimensões físicas e composição do corpo humano nas diferentes idades e graus de nutrição (Gibson, 1990). As medidas antropométricas são de dois tipos: medidas do crescimento e medidas da composição corporal (gordura corporal e massa livre de gordura). Podem refletir o estado nutricional atual - peso, perímetro braquial e espessura de pregas cutâneas; ou o passado nutricional, o estado nutricional crônico ou pregresso - altura, perímetro cefálico e perímetro torácico.
2.1.1. O peso corporal
O peso corporal deve ser avaliado de acordo com a informação referente à idade e sexo, e por ser um parâmetro de avaliação sensível do crescimento, pode fornecer pista precoce de problemas de crescimento e inadequações nutricionais. Esta medida reflete O MOMENTO (ESTADO) RECENTE, ATUAL do indivíduo. Nos adultos é um dado importante, em especial, para avaliar riscos fornecendo informações, que analisadas à luz de critérios específicos, estabelecem prognóstico de paciente com doença crônica.
O equipamento necessário para aferição do peso corporal é a BALANÇA, que deverá ser sempre a mesma; situada em piso plano, sem desníveis, aferido com nível; calibrada no zero (verificar a cada aferição).
Tipos de balanças
- Pesa-bebê ou infantil = até l6 kg (divisão de 10 g). Indicada para crianças de zero a dois anos.
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- De plataforma = até 150 kg (divisão de 100 g).
Indicada para crianças maiores de dois anos e adultos.
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- Microeletrônica = até 150 kg
- Microeletrônica portátil (à pilha e/ou energia) = até 150 kg
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- Dinamômetro (balança de campo) = de 15 ou 20 kg
(para avaliação nutricional de
crianças, em levantamentos domiciliares).[pic 8]
Aferição do peso:
Para crianças menores de três anos:
Pode-se pesar crianças menores de dois anos balança pediátrica de
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