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A Oclusão Dentaria

Por:   •  15/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  19.874 Palavras (80 Páginas)  •  423 Visualizações

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Universidade Metodista de Piracicaba

Faculdade de Odontologia de Lins

Trabalho de Compensação de Faltas:

Clinica Supervisionada I – Oclusão

  Articuladores, Despojadores, Movimentos Mandibulares, Posições Mandibulares, Sinais e Sintomas DTMS, Terapias por Placas de Mordida e Ajuste Oclusal .

Lins 2012

Prof: Mauricio Tanji

Acadêmico: Jéssica Brito Grillo

Oclusão e seus Princípios Básicos

A oclusão é a relação estática (abrir e fechar) e dinâmica (movimentos laterais e protrusivos) entre as superfícies oclusais dos dentes, que devem estar em harmonia com as demais estruturas do sistema estomatognático. Chama-se atenção para este conceito, procurando fazer entender que todos os órgãos e estruturas que compõem este sistema são importantes e interdependentes e, como tal, devem ser avaliados, diagnosticados e tratados.

O termo oclusão abrange as três maiores áreas da Odontologia, a saber:

  • As ciências básicas (anatomia e fisiologia do sistema estomatognático);
  • A pesquisa clínica (associada à periodontia, difusão da articulação temporomandibular e a avaliação);
  • A sua aplicação clínica, que é manejamento da oclusão na prática diária, sendo importante tanto em uma simples restauração quanto em uma reabilitação bucal completa.

O objetivo principal de qualquer trabalho restaurador, seja ele de pequeno ou grande porte;  seja uma simples coroa ou uma reabilitação extensa, é reconstruir a anatomia oclusal que foi destruída. Sendo por cárie, traumatismo, exodontia ou mesmo pelos preparos para pilares de prótese, fomos e somos ensinados a reproduzir uma anatomia oclusal “perfeita”.

Esta “perfeição”, como querem alguns, é impossível de se conseguir, porque está se substituindo algo que foi feito por Deus. Assim sendo, não existem mãos humanas que sejam capazes de reproduzir, nem material disponível para isto a Odontologia possui, mesmo porque existem uma ampla variedades de anatomias oclusais na dentição natural. Isso é importante considerar para que reconheçamos as nossas limitações e para que possamos fazer nossos trabalhos dentro delas. Voltamos a frisar que não existe anatomia oclusal perfeita realizada pelo homem. O que existe é a anatomia oclusal fisiologicamente aceita. Existem várias técnicas de enceramento para que se aprenda escultura dental. Todas têm suas funções e aplicações, e efetivamente melhoram a desempenho do técnico e do dentista. Porém, há o fator personalidade. Independentemente da técnica que aprendemos toda escultura terá traços das características da pessoa que a faz. É como se fosse uma assinatura. Se tivéssemos, por exemplo, 100 pacientes, de sexo e idades diferentes, e pedíssemos para um profissional reconstruir o primeiro molar de um jovem com 20 anos de idade, teríamos 100 esculturas diferentes. Isso pode ser constatado se examinado as superfícies oclusais restauradas dos dentes de nossos pacientes. É possível, talvez, até enumerar quantos profissionais os pacientes visitaram. Não existe nenhum problema nisto. Todas as restaurações poderiam se adequar perfeitamente, se os princípios de oclusão fossem usados para ajustar estes trabalhos. Há basicamente dois tipos de restaurações: uma sob o ponto de vista de nossa óptica e outra, sob a óptica do sistema estomatognático. As que são bonitas aos olhos e aquelas que são bonitas ao sistema. Nem toda restauração que se toda restauração que se apresenta bonita aos olhos e também ao sistema. Se tivermos que optar, deveríamos preferir as esculturas que melhor se adaptem ao sistema, ao invés de dos preocuparmos com a beleza delas. Uma das condições que um trabalho restaurador não deve e não pode ser um fator de agressão ao sistema. Isto é, ele tem que se incorporar ao sistema do paciente, sem interferir em qualquer posição ou movimento. Ele deve ser um trabalho harmonioso. Para isso, o profissional e o próprio técnico devem começar a colocar os princípios de oclusão em prática. Só assim eles poderão perceber como a oclusão em prática. Só assim eles poderão perceber como a oclusão é fácil e como o seu trabalho terá melhor aceitação.

As posições e os movimentos mandibulares podem ser didaticamente ensinados da seguinte maneira: bem como das posições que os côndilos mandibulares ocupam dentro da cavidade glenoíde quando estão em relação cêntrica.

Várias definições já foram e estão sendo escritas abordando a relação cêntrica, no entanto, os conceitos que tratam somente da posição condilar são teóricos, e nenhuma contribuição têm oferecido para aqueles que tratam somente da posição condiliar são teóricos, e nenhuma contribuição têm oferecido para aqueles que fazem clínica diariamente. Entendemos que a posição que côndilos ocupam tem caráter secundário, mesmo porque não existe nenhum método que possa confirma-la, sendo assim de pequena relevância para a Odontologia.

Numa série de três trabalhos, recentemente publicada, Keshvad & Winstanley revisaram cerca de 300 artigos na literatura sobre RC. Dentre as conclusões que chegaram estão: que a RC é ainda a solução para reorganizar os procedimentos em Oclusão, embora a sua definição tenha se alterado inúmeras vezes espera-se mais mudanças para o futuro, no que tange aos conceitos sobre a posição condilar.

Os autores, além de citarem vários conceitos sobre RC ao longo dos anos, dizem que ainda continua existindo muita controvérsia, e que as pesquisas sobre o assunto estão se reduzindo consideravelmente.

Mesmo havendo grandes divergências conceituais e independentes de escolas existe um consenso considerando que a RC é uma posição craniomandibular (cavidade glenóide versus côndilo mandibular), fisiológica, reproduzível. Praticamente imutável independente de conta to dental e de extrema importância para avaliação, diagnóstico e tratamento dos problemas oclusais.

O que na realidade o clínico e o estudante de Odontologia se interessam e devem saber é como manipular o seu paciente em RC e com que objetivo.

Técnicas de manipulação para determinar a RC.

A técnica de manipulação a ser adotada pelo profissional deve ser dominada e aperfeiçoada como qualquer procedimento que exija habilidade. Existem, basicamente, duas técnicas para manipular a mandíbula em relação cêntrica:

• frontal;

• bilateral.

TÉCNICA FRONTAL

O paciente é colocado praticamente na posição horizontal, com a cabeça para trás, a fim de evitar a ação muscular, ficando com a boca aberta no máximo 1 cm. Na arcada superior, o polegar e o indicador da mão esquerda apoiam-se na face vestibular dos caninos ou pré-molares, de tal forma que a ponta dos dedos projete-se para os bordos incisivos e oclusais destes dentes. Já na arcada inferior, o polegar direito é colocado na região cervical dos incisivos ou no mente, puxando o lábio para baixo para visualizar os dentes inferiores, enquanto o indicador e os outros três dedos firmam o mento na sua parte inferior. Com leve pressão e movimentos oscilatórios, manipula-se delicadamente a mandíbula para RC. Os dentes inferiores, primeiramente, tocarão nos dedos colocados na arcada superior. Continuando a manipulação, esses dedos são, então, levemente afastados, até que o paciente estabeleça o primeiro contato em cêntrica. Os dedos colocados nessas posições fazem o papel de desprogramadores oclusais, permitindo, dessa maneira, mais facilidade para manipular a mandíbula em relação cêntrica.

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