A Odontologia Legal
Por: Lysllen • 9/8/2017 • Trabalho acadêmico • 1.219 Palavras (5 Páginas) • 514 Visualizações
DNA fingerprinting ou genômico:
É uma molécula formada pelo Ácido Desoxirribonucléico, com forma de duas cadeias que são compostas por nucleotídeos. É a sequência e a quantidade desses nucleotídeos que vão formar moléculas de DNA distintas, para que se originem seres diferentes. Esses nucleotídeos são constituídos por três unidades básicas: Açúcar (que é constituído por uma pentose, no caso do DNA a desoxirribose), por um grupamento fosfato (ácido fosfórico) e ainda por bases nitrogenadas de quatro tipos: Adenina e Guanina (que contém dois anéis carbônicos, sendo chamados de purinas) e a Citosina e Timina (que contém apenas um anel carbônico, sendo chamadas de pirimidinas), sendo que na combinação dessas, a Adenina forma pontes com a Timina (ligações de duas pontes de hidrogênio); e a Guanina com a Timina (ligações de três pontes de hidrogênio). Ou seja, para cada nucleotídeo de adenina existe um de timina (A-T), e para cada nucleotídeo de guanina existe um de citosina (G-C), formando duas cadeias que são complementares, onde as informações genéticas estão armazenadas sob a forma de ácidos nucléicos.
É o DNA encontrado no núcleo de cada célula do corpo humano na forma de cromossomos e representa uma fonte de DNA para a maioria das aplicações forenses. É neste DNA onde estão localizados os genes, que são os depósitos das informações genéticas responsáveis pela atividade da célula, afinal, é no DNA que toda a informação genética de um organismo é armazenada e transmitida para seus descendentes.
O DNA fingerprinting corresponde basicamente a identificação de sequências específicas no DNA humano, que são bastante variáveis e, portanto, únicas e características de cada pessoa. Embora exista essa variabilidade que permite a individualização, há semelhanças conforme a proximidade do grau parentesco. Através desse DNA é feita uma impressão digital, isto é, a partir da análise do DNA de um organismo este pode ser identificado ao nível do indivíduo. Essa técnica é muito utilizada na odontologia legal no quesito da investigação criminal para identificar criminosos a partir de resíduos de DNA (pele, sangue, esperma, cabelos, etc.) e também em testes de paternidade para identificar os pais.
DNA nuclear:
É formado por uma molécula de Ácido desoxirribonucleico nuclear. O DNA nuclear está armazenado no núcleo das células de organismos Eucariotos, compondo os 22 pares de cromossomos autossômicos e um par de cromossomos sexuais – X e Y. Portanto, toda célula somática humana apresenta um total de 46 cromossomos em sua constituição, sendo que destes, 23 são provenientes da mãe e 23 provenientes do pai. Os pares de cromossomos apresentam variação no tamanho, dessa forma, cada cromossomo contém uma quantidade variável de genes. Consequentemente, esse DNA corresponde aos gametas que juntaram-se na concepção de um indivíduo, não ocorrendo a divisão dele no período da mitose e da meiose. Os genes do núcleo da célula possuem longas fitas, formadas por dupla hélice e que codificam cerca de 100.000 genes, e é esse tipo de DNA que é o utilizado para o teste de DNA, já que contém o material genético do pai e da mãe do indivíduo, sendo assim, diploide.
O DNA nuclear pode ser classificado em três tipos:
• DNA cópia única ou DNA não repetitivo: 50% do genoma, correspondente a uma cópia por genoma. Responsável pela codificação dos genes, que são sequências ordenadas de nucleotídeos localizadas em posições particulares em um cromossomo específico que codificam produtos funcionais específicos (Proteínas e RNAs).
• DNA moderadamente repetitivo: Representa 40% do genoma humano; correspondente a um intervalo de 100 a 100.000 cópias por genoma.
• DNA altamente repetitivo: Representa em torno de 10% do genoma; correspondente a mais de 100.000 cópias por genoma. O DNA repetitivo não é codificado e pode ser representado por sequências curtas ou similares.
DNA mitocondrial:
É o DNA encontrado dentro de uma organela citoplasmática das células de organismos superiores e que possui grande importância no processo de respiração celular, a mitocôndria. Diferente das outras organelas, a mitocôndria possui carga genética própria, conhecido como DNA mitocondrial (mtDNA). Diferente do DNA nuclear que possui dupla hélice, formado por longas fitas e que codificam 100.000 genes (em média), o DNA mitocondrial representa apenas de 1 a 2% do DNA presente na célula, e codifica apenas 37 genes em dupla filamento circular. Pela existência do DNA mitocondrial, foi elaborada uma hipótese endossimbiótica, que sugere que o surgimento das células eucarióticas aconteceu pelo englobamento das células procarióticas sem ocorrer digestão, desenvolvendo entre as duas uma relação simbiótica.
O DNA mitocondrial não possui diferença na composição química em relação ao DNA nuclear, porém, apresenta um código genético exclusivo. O genoma do mtDNA é apenas de origem materna, e portanto, é haploide, não ocorrendo a recombinação, pois acredita-se que as mitocôndrias dos espermatozoides são destruídas pelo óvulo após ocorrer a fecundação. Este DNA possui também uma região não codificadora que controla a sua replicação e transcrição.
Quando comparado ao genoma nuclear, observa-se que o DNA mitocondrial apresenta uma alta taxa evolutiva (substituições de bases), e por este motivo tem sido muito usado em estudos evolutivos para a investigação de linhagens antigas. O DNA mitocondrial também se apresenta de suma importância nos estudos forenses, principalmente pelo fato deste apresentar maior resistência à digestão enzimática devido à sua estrutura circular, sendo desta forma a análise desse tipo de DNA excepcional no estudo de tecidos antigos e até arqueológicos, como ossos, dentes e cabelos. Praticamente o mtDNA inteiro de um indivíduo apresenta a mesma sequência, devido o seu caráter monoclonal, porém uma condição chamada de heteroplastia pode existir. Isso ocorre devido ao fato que uma mesma pessoa pode apresentar mais de um tipo de DNA mitocondrial, logo uma análise de fio de cabelos pode resultar em vários resultados ambíguos ou diferentes.
O DNA mitocondrial é muito útil nas análises forenses por que: (1) possui alta taxa de mutação. (2) apresenta herança uniparental (é passado exclusivamente de mãe para filhos, permitindo traçar a linhagem materna de uma pessoa). (3) a ausência de recombinação (genoma haploide) permite que as mutações sejam acumuladas de maneira cronológica (sequencial) na molécula de mtDNA. (4) o grande número de cópias do DNA mitocondrial em cada célula humana facilita sua obtenção para análises genéticas. (5) o DNA mitocondrial é mais resistente à degradação que o DNA nuclear.
Outro ponto importante a ser destacado do DNA mitocondrial é que este DNA apresenta mutações que tem sido relacionadas com o envelhecimento e com uma série de doenças degenerativas, afetando principalmente o cérebro (Alzheimer), os músculos (Distonia), os rins e as glândulas produtoras de hormônios. Essas mutações alteram o funcionamento das mitocôndrias e fazem com que elas deixem de produzir energia para as células continuarem exercendo suas funções vitais.
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