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A Saúde Bucal das Gravidas

Por:   •  29/3/2023  •  Trabalho acadêmico  •  1.420 Palavras (6 Páginas)  •  116 Visualizações

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A boca é a entrada direta para todo o restante do nosso organismo, sendo um local sensível para nossa saúde geral, já que é a entrada para bactérias e microrganismos, sendo que qualquer problema que possa ocorrer no nosso corpo reflete em sintomas que podem ser visualizadas em nossa boca e podem ser identificadas por um Cirurgião-Dentista mais rapidamente do que os sintomas internos.

 

Durante a gestação a mulher está passando por inúmeras mudanças fisiológicas, psicológicas e hormonais, por isso é de extrema importância para mãe e o bebê que se tenha um acompanhamento com um profissional da saúde bucal durante seu pré-natal. Nessa fase a mulher pode ter muitos enjoos, vômitos, desmineralização do esmalte, aumento salivar e mudança da flora bucal causada pelas alterações hormonais (aumento estrogênio e progesterona) e também por fatores nutricionais ou imunodepressivos, podendo causar problemas periodontais, erosão dental e cáries.

Muitas mulheres acreditam que o tratamento odontológico é prejudicial à gravidez. Abordagens que visem quebrar mitos como esse, mediante um levantamento prévio dos conhecimentos e percepções das gestantes sobre saúde bucal, tornam-se uma importante ferramenta para o sucesso do pré-natal odontológico, repercutindo na melhora da adesão, confiança e motivação das pacientes, pois gestantes temem por sua integridade e a do feto, o que leva a terem dúvidas em relação ao tratamento odontológico. Por isto, é importante que o dentista informe sobre os benefícios e cuidados para seu atendimento, principalmente sabendo, via obstetra, qual a real possibilidade de tratamento segundo o seu estado atual de saúde.

Por isso, é de suma importância ter em mente que esse momento é o certo para que haja uma intervenção, pois a mulher está mais suscetível a mudanças de hábitos, absorvendo qualquer informação e orientação que possam promover a sua saúde e a do bebê. Sendo que esses hábitos irão ser levados para casa, permitindo que todos da casa possam também se adequar a esses hábitos.

Sabe-se que estamos abordando duas vidas e que elas precisam de toda assistência necessária. Entende-se que a sociedade em que um indivíduo vive influencia em seus hábitos, conhecimentos, e até mesmo no acesso a saúde, como também a informações cientificas, em que a população é levada por conhecimentos que não possuem nenhuma credibilidade. Percebe-se então que reformular um novo pensamento em gestantes que vivem em uma cultura que não tem conhecimentos de saúde é um grande desafio, e para que haja promoção de saúde esses desafios precisam ser superados através de projetos descentralizadores, que alcancem toda a população.

A saúde bucal precisa sim de um acompanhamento e de uma atenção maior, deve-se obter o controle de placa, uso de flúor, obter tratamento para inflamações na gengiva, promovendo saúde bucal à gestante, evitando que determinadas inflamações cheguem a corrente sanguínea, para que o feto não venha sofrer prejuízos em sua formação.

No Brasil temos a Rede Cegonha, uma iniciativa do Sistema Único de Saúde(SUS) instituída a partir da Portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011, do Ministério da Saúde, que visa “implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.” É estruturada a partir de quatro componentes, pré-natal, Sistema logístico, transporte sanitário e regulação, Parto e Nascimento e Puerpério e atenção integral à saúde da criança.

Sendo assim, é notório e imprescindível a prevenção e cuidados bucais em gestantes e bebês, caso não haja os devidos cuidados haverá a facilitação para ocorrência de doenças bucais como consequência. As doenças bucais mais comuns em gestantes são:

  • Gengivite gravídica: É causada pela resposta aumentada à presença de biofilme acumulado, que fica localizado próximo ou dentro do sulco gengival e está associada a fatores sistêmicos como alterações hormonais, ou seja, acentuada pela intensa produção de hormônios sexuais femininos.

Esta inflamação pode ocorrer durante toda a gestação e é caracterizada pela tumefação, vermelhidão e sangramento gengival. O período em que normalmente a gengivite da gravidez inicia, é entre o terceiro e quarto mês de gestação pois ocorre um crescimento seletivo de periodontopatógenos, uma vez que os hormônios atuam como fatores de crescimento microbiano.

Os sinais de gengivite generalizada podem ser mais frequentemente encontrados na gravidez principalmente relacionados a alterações nos hábitos de higiene, irritação local, impacção alimentar, má adaptação de restaurações, etc.

A manutenção da higiene bucal pode ajudar na prevenção ou redução da severidade dessas alterações inflamatórias gengivais mediadas pelo estrógeno e progesterona.

 

  • Periodontite: Esta doença pode ocorrer por vários fatores como fumo e diabetes, e não significa que pelo fato da mulher está grávida que terá complicações no periodonto, mas sim um período de alterações hormonais que podem influenciar no curso da doença.

Há evidências científicas que relacionam diretamente a doença periodontal e o nascimento prematuro e de crianças com baixo peso.

O tratamento periodontal é fundamental para a manutenção dos níveis de saúde da mãe e do bebê. Deve ser iniciado nas primeiras semanas de gestação com controle do biofilme e remoção do cálculo supra-gengival.

Importante salientar que, procedimentos mais invasivos e demorados como as raspagens subgengivais devem ser executados entre o terceiro e o sexto mês de gestação.

  • Granuloma gravídico: Conhecido também como tumor gravídico e granuloma piogênico, é um tumor que ocorre durante a gravidez. É caracterizado por uma área de localizada de hiperplasia gengival fibrosa devido a locais com irritações como cálculos, excesso de restauração e próteses inadequadas, podendo se desenvolver ainda, como consequência de um traumatismo maior, em face a inflamação acentuada e resposta vascular mais reativa, que tendem ao edema e a hemorragia na gengiva, devido às alterações teciduais promovidas pelas modificações hormonais na gravidez e pode ocorre ainda devido à nutrição alterada ou subalimentação e higienização deficiente.

Ocorre com mais frequência no segundo trimestre de gestação, porém seu desenvolvimento se inicia no primeiro trimestre, porém a incidência é maior a partir do sétimo mês gestacional.

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