AMAMENTAÇÃO EM PACIENTES FISSURADOS
Por: Crispanicacci • 20/5/2017 • Artigo • 4.767 Palavras (20 Páginas) • 423 Visualizações
AMAMENTAÇÃO EM PACIENTES FISSURADOS
BREAST FEEDING IN PATIENTS
Ana Carolina Lopes[1]
Paulo Roberto Delgado[2]
Autor correspondente: Ana Carolina Lopes
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Área a ser avaliada: Tratamento e Reabilitação de Fissuras Labiopalatinas e Deformidades Craniofaciais
Resumo
As fissuras lábio-palatais são malformações anatômicas que ocorrem, geralmente, em torno da quarta e décima segunda semana de vida intra-uterina, respectivamente, por falta ou deficiência de fusão dos processos maxilares e nasal médio e/ou dos processos palatinos, devido a interação de fatores genéticos e ambientais. Sua prevalência é de um caso a cada 650 nascimentos. A iniciativa da realização deste trabalho surgiu mediante a dificuldade encontrada na manutenção do aleitamento materno em bebês portadores de fissuras lábio-palatais. A pesquisa será desenvolvida através de revisão bibliográfica de artigos sobre crianças portadoras de fissura de lábio e/ou palato. O objetivo deste estudo é discutir a questão do aleitamento materno em crianças portadoras de fissura lábio-palatal.
Palavras-chave: Fissura Palatina; Aleitamento Materno; Métodos de Alimentação.
Abstract
The lip-palate fissures are anatomical malformations that occur, generally, around the fourth and twelfth week of intrauterine life, respectively, due to lack or fusion deficiency of the maxillary and middle nasal processes and / or the palatal processes, due to Interaction of genetic and environmental factors. Its prevalence is one case every 650 births. The initiative to carry out this work arose through the difficulty found in the maintenance of breastfeeding in babies with cleft lip and palate. The research will be developed through a bibliographical review of articles on children with cleft lip and / or palate. The aim of this study is to discuss the issue of breastfeeding in children with cleft palate.
Keywords: Palatine cleft; Breastfeeding; Feeding Methods.
Introdução
De acordo com a bibliografia, as fissuras congênitas de lábio e palato são as mais malformações faciais que ocorrem com mais frequência, no período embrionário e início do fetal e resultam na deficiência da fusão dos processos maxilares e médio nasal, impedindo o completo crescimento dessas estruturas1.
Desta maneira, falhas de estruturas ósseas e tecidual que comprometam o desenvolvimento embrionário poderá originar uma fissura de lábio e/ou palato2.
O acontecimento das fissuras labiopalatais pode estar relacionado a algumas características, como a raça, o sexo e a lateralidade3. Em comparações entre os grupos étnicos, encontra-se maior prevalência nos asiáticos e índios norte-americanos, seguidos pelos caucasianos, e por último os afro-americanos e árabes4.
As fissuras isoladas de palato ocorrem com maior frequência no sexo feminino, e as que acometem o lábio, associadas ou não ao palato, são mais prevalentes no masculino5. Os estudos mostram, ainda, que as fissuras unilaterais são as mais prevalentes, sendo as do lado esquerdo mais comuns.
A etiologia da fissura labiopalatal é descrita por vários autores como controversa, pois não existe um fator causal específico já identificado. A teoria mais aceita é a multifatorial, onde interações entre variantes genéticas e ambientais determinam o aparecimento da lesão1,2 A hereditariedade desempenha papel importante6, com modelos genéticos propostos envolvidos no desenvolvimento craniofacial4.
Nas fissuras não sindrômicas o fator causal determinante ainda é obscuro. Como fatores ambientais, pode-se citar alguns fatores de risco, a maioria deles envolvendo as mães e a gestação, como idade gestacional materna maior ou igual a 35 anos; maior número de abortos e maior número de filhos; o uso de determinados medicamentos durante a gestação, principalmente anticonvulsivantes e benzodiazepínicos7.
Existe uma grande variedade de tipos e amplitudes de fissuras labiopalatinas, relacionadas à época, duração e intensidade de ação dos fatores teratogênicos, sejam eles de natureza genética ou ambiental. Podem ser completas ou incompletas, e a sua extensão direciona a forma e a conduta terapêutica do caso8.
O tratamento envolve uma equipe interdisciplinar para a reabilitação anatômica, estética, funcional e psicológica destes pacientes2.
Uma das prioridades iniciais do tratamento é proporcionar nutrição satisfatória para que o paciente possa crescer e se desenvolver adequadamente1,2,7. O aleitamento materno, por sua superioridade nutricional, é fator importante em crianças portadoras desta malformação9,10.
Neste contexto, será feita uma revisão bibliográfica sobre amamentação em pacientes com fissuras de lábio e/ou palato, com enfoque na sua importância e técnicas mais utilizadas para auxiliar os portadores desta malformação.
O objetivo deste artigo é discutir a questão do aleitamento materno em crianças portadoras de fissura lábio-palatal. Ao analisar esta questão pergunta-se:
· Quais os fatores que influenciam na realização ou não da prática do aleitamento materno?
· Na impossibilidade do aleitamento materno, qual a forma mais adequada de alimentar estas crianças?
· Como e por quem devem ser realizadas as primeiras orientações aos pais?
Espera-se que esta contribuição científica beneficie todos os serviços e profissionais envolvidos na reabilitação de crianças portadoras desta malformação, em especial os profissionais que prestam assistência neonatal, que com o devido conhecimento das alterações anatomofuncionais decorrentes da fissura, possam realizar uma orientação segura e adequada aos pais de forma a prevenir ou minimizar as sequelas normalmente encontrada nestes casos.
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