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Pacientes Em Hemodialise- Um Estudo Sobre Incidencia E Prevalencia

Trabalho Universitário: Pacientes Em Hemodialise- Um Estudo Sobre Incidencia E Prevalencia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  1/7/2012  •  8.357 Palavras (34 Páginas)  •  2.336 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

A doença Renal Crônica (DRC) tornou-se um grave problema de saúde pública no Brasil com tendência crescente do número de pacientes na última década.

No primeiro semestre de 2009 foi realizado um inquérito sobre pacientes com insuficiência renal crônica em programa de diálise ambulatorial em todas as unidades de diálise cadastradas na Sociedade Brasileira de Nefrologia. (SESSO et al, 2010 p.380).

Por meio deste inquérito estimou-se que o número de pacientes em diálise, no Brasil, em janeiro de 2009 foi de 77.589, sendo mais de 70% nas regiões sudeste e sul do país. A taxa de prevalência de tratamento dialítico em 2009 foi de 405 pacientes por milhão da população (pmp) variando por região entre 165 pacientes pmp na região norte a 465 pacientes pmp na região sudeste. Estimou-se em 27.612 o número de pacientes a iniciar tratamento em 2009 e 30.419 o numero estimado de pacientes em fila de espera para transplante renal, o que equivale a um percentual de 39.2% (SESSO et al, 2010 p.380).

Os avanços tecnológicos relacionados aos cuidados na área de saúde com os pacientes com IRC, tem promovido uma crescente melhoria na sobrevida e qualidade de vida destes pacientes, mas a doença renal crônica ainda é um grande e desafiador problema de saúde pública pois apresenta taxas altas de morbidade e mortalidade e um custo operacional financeiro levado. Estas altas taxas de mortalidade, tendem a ser explicadas pela maior gravidade do paciente (maior numero de comorbidades) que estão iniciando o tratamento hemodialítico e pelo aumento da faixa etária destes pacientes.Dentre as principais comorbidadades se destacam a hipertensão arterial, diabetes, insuficiência cardíaca, anemias, dentre outras. (PIVATTO E ABREU , 2007 p. 516).

A taxa estimada de mortalidade no Brasil em 2009 foi de 17.1% durante o ano. As principais causas de óbito foram: cardiovascular (35%), infecciosa (24%), cerebrovascular (9%), neoplasia (7%), outras (6%), desconhecidas (8%). (SESSO et al, 2010 p.383).

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Insuficiência Renal Crônica, aspectos gerais

É uma síndrome clínica causada pela perda progressiva e irreversível das funções renais evoluindo para um quadro que denominamos síndrome urêmica ou simplesmente uremia. Esta perda das funções renais leva a deterioração das funções bioquímicas e fisiológicas de todos os sistemas do organismo, secundária ao acúmulo de catabólitos (toxinas uremicas),alterando o equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-básico (acidose metabólica, hipervolemia, hipercalemia, hipocalcemia, hiperfosfatemia etc.), sistema nervoso(alterações do nível de consciência até coma,convulsões, polineurite,etc.),sistema gastrointestinal(hálito urêmico, náuseas, vômitos, hemorragia digestiva, etc.), sistema hematológico (anemia, sangramentos), sistema cardiovascular(pericardite, insuficiência cardíaca, hipertensão, etc.),sistema respiratório (pulmão uremico, pleurite, edema pulmonar), sistema imunológico (imunodepressão, infecções), pele (prurido, palidez, coloração amarelo-palha), sistema endócrino (hiperparatireoidismo, hipotireoidismo, hipogonadismo, etc.), sistema músculo-esquelético (doença óssea, amiloidose), sistema urológico (impotência), impedindo assim o organismo de manter sua homeostasia interna.( CENDOROGLO, SARDEMBERG, SUASSUNA, 1998 p.29-30).

A função renal é clinicamente monitorizada pela determinação dos níveis sérico de creatinina e níveis sanguíneos de uréia, bem como pelo exame de urina e quantificação seriada da excreção urinária de proteína .Quando o nível sérico de creatinina na adulto atinge cerca de 3mg/dl, e nenhum dos fatores na patogenia da doença renal é reversível, a doença renal tende a evoluir para a insuficiência renal crônica terminal (IRCT) no decorrer de um período de tempo muito variável,( que se estende de alguns anos até 20 a 25 anos). Essa progressão pode ser significativamente retardada ou até mesmo detida com terapia apropriada. A não ser que aja contra-indicações, como doença irreversível terminal em outro (s) sistema (s) de órgãos, ou recusa por parte do paciente, quase todos os pacientes nos países industrializados que atingem o estágio de IRCT são submetidos a terapia de reposição renal. (LUKE, 2004 p. 818)

A doença renal em estágio terminal (DRET) pode ser causada por várias doenças sistêmicas, tais como: diabetes mellitus, hipertensão, glomerulonefrite crônica indeterminada, nefrites/pielonefrites, doenças císticas, neoplasias e tumores, colagenoses, nefropatia obstrutiva, doenças hereditárias e congênitas, doenças metabólicas, SIDA. (CENDOROGLO, SARDEMBERG, SUASSUNA, 1998 p.30)

Nos Estados Unidos a principal causa de IRC é o diabetes mellitus , seguida de hipertensão arterial, e glomerulonefrites. (RIELLA e PECOITS-FILHO, 2003 p.663). No Brasil a principal causa é a hipertensão arterial (35%) e diabetes (27%).(SESSO et al,2010 p382).

2.2 Diálise, aspectos conceituais e legais

Dentre os métodos utilizados para o tratamento da insuficiência renal está a hemodiálise (HD), método este mais comumente empregado para tratar os pacientes agudamente doentes (insuficiência renal aguda) por período curto de tempo, pois pode haver reversão do quadro clínico, e naqueles pacientes com DRET, por períodos de tempo mais longos, as vezes de forma definitiva ou até receberem um transplante renal quando possível.No Brasil, atualmente, 93% dos pacientes que iniciam seu tratamento para DRET o fazem na modalidade de hemodiálise. (SESSO et al, 2010 p.382).

A hemodiálise é uma terapêutica utilizada para o tratamento e manutenção vital de pacientes portadores de insuficiência renal aguda e crônica. A hemodiálise remove os solutos urêmicos anormalmente acumulados, o excesso de água e restabelece o equilíbrio eletrolítico e acido-básico do organismo. (JUNIOR, ARAÚJO, 1998, p. 37)

A hemodiálise baseia-se na transferência de solutos e líquidos por meio de uma membrana semipermeável que separa os compartimentos sanguíneos do doente do banho de diálise (solução eletrolítica semelhante ao plasma de um individuo com função renal normal) dentro de um dispositivo chamado capilar.A transferência pode se dar no sentido do sangue para o banho de diálise (retirada de toxinas) ou no sentido oposto do banho para o sangue (ex: passagem de bicarbonato e cálcio para o sangue hipocalcêmico e acidotico). Estas transferências se fazem por difusão ou convecção e o sangue do paciente circula através de um circuito extra-corporeo. (JUNIOR, ARAÚJO, 1998, p. 37 )

Em estudos de observação,

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