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CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS E PRINCÍPIOS DE CIRURGIA

Por:   •  16/9/2017  •  Artigo  •  6.076 Palavras (25 Páginas)  •  860 Visualizações

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UNIÃO DE ENSINO DO SUDOESTE DO PARANÁ – UNISEP

FACULDADE EDUCACIONAL DE FRANCISCO BELTRÃO - FEFB

CURSO DE ODONTOLOGIA

CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS E PRINCÍPIOS DE CIRURGIA

FRANCISCO BELTRÃO

-2016-


CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS E PRINCÍPIOS DE CIRURGIA

FRANCISCO BELTRÃO

-2016-


CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS E PRINCÍPIOS DE CIRURGIA

Resumo: O conhecimento dos complexos eventos fisiológicos da cicatrização da ferida é de grande importância para o cirurgião. A cicatrização de feridas consiste em perfeita e coordenada cascata de eventos que culminam com a reconstituição tecidual. O processo cicatricial é comum a todas as feridas, independe do agente que a causou. O processo de cicatrização é dividido didaticamente em três fases: inflamatória, proliferação ou granulação e remodelamento ou maturação. O colágeno é a proteína mais abundante no corpo humano e também é o principal componente da matriz extracelular dos tecidos. Estrutura-se numa rede densa e dinâmica resultante da sua constante deposição e reabsorção. Para que a cicatrização tecidual ocorra de maneira correta, o cirurgião-dentista deve seguir alguns princípios e manobras cirúrgicas fundamentais, as quais devem ser adaptadas para cada caso. Dentre estes princípios, estão: a Diérese, exérese, hemostasia e síntese. Esses tempos cirúrgicos permaneceram intactos ao longo dos anos, e devem estar presentes em todos os atos operatórios, seja eles de pequeno, médio ou grande porte.

Palavras-chave: Cicatrização tecidual. Reparação do Alvéolo. Tempos cirúrgicos. Cuidados tráns e pós-operatórios.

  1. INTRODUÇÃO

        O processo de cicatrização é comum a todas as feridas, independentemente do agente que a causou, é sistêmico e dinâmico e está diretamente relacionado às condições gerais do organismo (CAMPOS et al., 2007).

        De acordo com Tazima, Yamva e Moriya (2008), a cicatrização de uma ferida é um fenômeno isolado, uma vez que a perda tecidual é reparada por um conjunto de fenômenos que leva à formação de uma cicatriz. Se a ferida constitui a solução de continuidade a cicatriz corresponde à tentativa biológica e o organismo recorre para restaurar sua integralidade, esteticamente e funcionalmente.

A cicatrização de feridas consiste em perfeita e coordenada cascata de eventos celulares, moleculares e bioquímicos que interagem para que ocorra a reconstituição tecidual (SHETTY; BERTOLEMI, 2013).

Os mecanismos da cicatrização em sequência ordenada de eventos foram descritos por Carrel em 1910, e divididos posteriormente em cinco elementos principais: inflamação, proliferação celular, formação do tecido de granulação, contração e remodelação da ferida. Recentemente, Clark reclassificou esse processo em três fases divididas, didaticamente, em: fase inflamatória, fase de proliferação ou de granulação e fase de remodelação ou de maturação (CAMPOS et al., 2007).

Sabe-se que o retardo na cicatrização pode ocorrer em pessoas com deficiência de qualquer nutriente essencial. Se comprovou que, embora a desnutrição proteica retarde a contração das feridas abertas e altere a substrato morfológico responsável pela cicatrização, a reversão à normalidade pode ocorrer quando os usos de uma dieta com níveis proteicos adequados são empregados (CAMPOS et al., 2007).

Se tratando de manobras cirúrgicas, a prática da cirurgia permanece com certos princípios fundamentais inalterados com o passar dos nos, sendo que a sua aplicação exige conhecimento apurado do profissional sobre a anatomia da região a ser operada, da ou não de patologias e as condições gerais tanto do procedimento, quanto do paciente (MOORE, 2004).

Todo procedimento cirúrgico que for praticado, seja ele de qualquer extensão, necessita da combinação de técnicas seguidas de regras (PRADO E SALIM, 2009), onde o objetivo principal é aumentar o sucesso do procedimento, evitando riscos ao profissional, a sua equipe auxiliar e principalmente ao paciente.

O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão de literatura em relação à cicatrização tecidual e às manobras cirúrgicas, abordando as principais questões pertinentes a cada tema.

2         DESENVOLVIMENTO

2.1 Processo de cicatrização das feridas

        O restabelecimento da integridade tecidual, inicia-se por trauma ou cirurgia, é uma resposta fisiologicamente primitiva, no entanto essencial. Organismos lesionados sobrevivem somente se forem capazes de se regenerarem rapidamente e de forma eficaz. A resposta de cicatrização depende primeiramente do tipo de tecido acometido e da natureza do tecido lesionado.
          A regeneração tecidual ocorrerá quando a restituição acontece por meio de tecido sem distinção estrutural e funcional do tecido de origem. Sendo assim quando a integridade dos tecidos for restabelecida primeiramente por meio de formação de tecido de cicatrização fibroso, o processo de reparo aconteceu. Reparo por cicatrização é a versão do corpo para os pontos de solda e o tecido de substituição é grosso e com menos quantidade de células quando comparados com os tecidos de origem. Com exceção do tecido ósseo e do fígado que a ruptura do tecido resulta em reparo ao invés de regeneração.
          A expectativa do cirurgião para uma cicatrização normal deve ser realista e baseada na capacidade inerente do tecido lesado. Enquanto a cicatriz fibrosa é considerada normal como cicatrizações na pele, o mesmo tipo de cicatrização é considerado regular no que diz respeito a cicatrização óssea (SHETTY;  BERTOLEMI, 2013).

        A cicatrização de primeira intenção acontece quando uma lesão asséptica ou uma incisão cirúrgica é fechada inicialmente com suturas ou outros métodos e a cicatrização ocorre sem deiscência e com a mínima formação de cicatriz. Caso as condições sejam menos favoráveis, a cicatrização é mais complicada, e acontece através do preenchimento lento do defeito tecidual com tecido de granulação e conjuntivo. Este processo é chamado de cicatrização por segunda intenção, e é associado comumente à injurias avulsivas, infecção local, ou fechamento inadequado da ferida. Em casos de lesões mais complexas, o cirurgião pode tentar promover uma cicatrização por terceira intenção utilizando um procedimento dividido que combina a cicatrização secundária com fechamento primário tardio. A lesão avulsiva ou contaminada é curetada e deixada para formação do tecido de granulação e cicatrização por segunda intenção durante cinco a sete dias. Uma vez formado o tecido de granulação adequadamente e o risco de infecção tornado mínimo, é feita a sutura da lesão para que haja a cicatrização por primeira intenção (SHETTY; BERTOLEMI, 2013).

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