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A Terapia Ocupacional na Saúde Mental

Por:   •  25/7/2024  •  Projeto de pesquisa  •  3.008 Palavras (13 Páginas)  •  61 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

Percebemos que, o envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo que traz consigo inúmeras mudanças morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas. As funções cognitivas também passam por alterações no processo comum da maturidade e essas mudanças acontecem em pessoas idosas, mesmo que saudáveis, as quais podem apresentar redução na velocidade de processamento das informações, falhas na memória recente e dificuldades no raciocínio e na percepção.

Para melhor compreender quão benéfica a Terapia Ocupacional na Saúde Mental pode ser para os idosos, é importante verificar a informação produzida pelo conhecimento científico e que continua ainda a evoluir à medida que mais estudos vão sendo produzidos.

Neste trabalho, delimitou-se o seguinte questionamento: quais são as principais ações desenvolvidas pelo terapeuta ocupacional com a pessoa idosa? Para respondê-lo, buscou-se identificar as principais contribuições da Terapia Ocupacional na Saúde Mental voltadas à Gerontologia por meio da revisão integrativa da literatura.

Serão abordados os aspectos como a Gerontologia, que é o campo científico e profissional dedicado às questões multidimensionais do envelhecimento e da velhice, a Terapia Ocupacional na Saúde Mental, que cada vez mais vem ganhando seu espaço frente às necessidades diversas que demonstram a real importância desse campo de atuação e sobre a Cognição, função psicológica individual ou coletiva ligada à aquisição do conhecimentos e emoções, por meio de processos como  a percepção, a atenção, associação, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem.

Ao longo da vida existem muitas coisas que mantêm a mente estimulada e em constante desenvolvimento como o trabalho, a educação dos filhos e a gestão das relações e da vida diária, no entanto, à medida que envelhecemos, os estímulos tendem a diminuir. Nesse sentido, a terapia ocupacional é uma alternativa para trabalhar essas questões e otimizar ao bem-estar dos idosos.

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  1. DESENVOLVIMENTO

  1. A GERONTOLOGIA

O envelhecimento da população é um dos maiores triunfos da humanidade e também um dos nossos grandes desafios, conforme citado por Coimbra (2018, p. 912-919), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que em 2025, o Brasil será o sexto maior país em relação a esse contingente populacional.

Segundo (ALMEIDA; FERREIRA; BATISTA, 2011, p. 292) gerontologia é

Um campo multi e interdisciplinar que visa à descrição e à explicação das mudanças típicas do processo de envelhecimento e de seus determinantes genéticos biológicos, psicológicos e socioculturais. Interessa-se também pelos estudos das características dos idosos, bem como das várias experiências de velhice e envelhecimento ocorrendo em diferentes contextos socioculturais e históricos.

        

Ainda conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o sujeito pode ser considerado idoso a partir dos 60 anos de idade ou mais, dependendo do país em que reside. Para países desenvolvidos, a idade para que uma pessoa passe a ser considerada idosa é de 65 anos. Já para países em desenvolvimento, a idade passa a ser de 60 anos (CUNHA; CUNHA; BARBOSA, 2016).

Almeida (2011), afirma que, a partir do processo de senescência do indivíduo, há o surgimento de algumas condições, como: Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT) – diabetes, hipertensão, doenças cardíacas e obesidade-, perdas afetivas e de papéis sociais que influenciam diretamente na qualidade de vida dessa população e, assim, fazem com que o idoso necessite de mais atenção. Além disso, essas perdas afetivas sofridas pelo indivíduo, juntamente aos sentimentos de frustração e menos-valia, gerados pelo esvaziamento da rotina, podem ocasionar transtornos mentais como a depressão e a ansiedade. (ALVARENGA et al., 2009; MESQUITA et al., 2014; KYPRAIOU et al., 2016;). Diante disso, essas condições adversas que acompanham o envelhecimento fortalecem a visão de que a chegada da terceira idade é um “problema” e não uma conquista.

Se quisermos que o envelhecimento seja uma experiência positiva, uma vida mais longa deve ser acompanhada de oportunidades contínuas de saúde, participação e segurança. A Organização Mundial da Saúde adotou o termo “envelhecimento ativo” para expressar o processo de conquista dessa visão, reconhecendo além dos cuidados com a saúde, outros fatores que afetam o modo como os indivíduos e as populações envelhecem (KALACHE E KICKBUSCH, 1997).

Dentre as profissões de saúde, a Terapia Ocupacional tem papel importante na Gerontologia, pois atua na promoção da saúde e prevenção de doenças, preparando o idoso para os eventos inerentes ao envelhecimento, buscando autonomia e incentivando a participação familiar e seu convívio social (MENDONÇA, 2015).

Qualidade de vida é “a percepção que o indivíduo tem de sua posição na vida dentro do contexto de sua cultura e do sistema de valores de onde vive, e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um conceito muito amplo que incorpora de uma maneira complexa a saúde física de uma pessoa, seu estado psicológico, seu nível de dependência, suas relações sociais, suas crenças e sua relação com características proeminentes no ambiente” (OMS, 1994)

  1. A TERAPIA OCUPACIONAL NA SAÚDE MENTAL

A Terapia Ocupacional na Saúde Mental oferta um cuidado centrado no indivíduo (não na doença), e está ancorada nos princípios e diretrizes da reforma psiquiátrica e nos moldes da atenção psicossocial. Terapeutas ocupacionais tem a capacidade de aplicar intervenções cognitivas utilizando recursos para promover a manutenção da cognição. O principal foco desses profissionais é melhorar as habilidades dos pacientes no desempenho de atividades diárias (RAYMUNDO et al., 2017).

É de extrema importância realizar a análise da atividade e a análise ocupacional, conforme (American Occupational Therapy Association, 2020), a primeira refere-se à observação das demandas da atividade dentro de determinada cultura, sendo, portanto, mais ampla e impessoal, enquanto a segunda observa o indivíduo e sua realidade específica.

A partir disso, o profissional pode planejar e graduar as atividades de maneira útil para assistir o cliente de modo a capacitar os mesmos a se reengajarem naquelas ocupações que têm valores e significados particulares, e possui o potencial de encontrar possíveis problemáticas da atividade e adaptá-la de acordo com as necessidades do público atendido (CREPEAU & SCHELL, 2011).

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