Aspiração folicular bovinos

Aspiração Folicular para FIV em bovinos.

Nos sistemas de acasalamento onde são utilizadas as biotécnicas, tem diversas modalidades:

Monta Natural 

Mais simples, onde o touro é deixado junto com as vacas constantemente, existe também a monta controlada onde o reprodutor só é deixado com as fêmeas no período de cio, para realizar a cobertura. Pode ser feita a estação de monta onde é determinado o período para o acasalamento. Vantagem: custo mais baixo, menos mão de obra

Desvantagem: Ganho genético a longo prazo. é preciso adquirir touros superiores, porém adquirir o sêmen é bem mais barato e o ganho genético será melhor.

Inseminação Artificial –

 Não utiliza o reprodutor propriamente dito para fazer o acasalamento, existe um banco de sêmen, é preciso a identificação da fêmea em cio e pode ser associado também o protocolo de tratamento hormonal e realizar IATF.

Vantagem : permite um ganho genético maior por utilizar touros melhoradores, superiores ao utilizados na monta natural, porém as fêmeas não tem uma genética superior, portanto o ganho genético seria a médio prazo. 4 a 5 anos para ocorrer esse melhoramento.

Transferência de embriões 

 A fêmea é estimulada a ter várias ovulações e depois é feita a inseminação e colheita desses embriões através da lavagem uterina, os embriões podem ser congelados ou transferidos para as receptoras.

Vantagem: Ganho genético a curto prazo, é utilizado também fêmeas de alto valor genético.

Desvantagem – custo elevado.

Fertilização in vitro 

uma técnica mais avançada pode ser associada ou não a transferência de embriões, não tem uma estimulação com hormônio necessariamente, é feita uma aspiração dos óvulos dos ovários e esse óvulos que não completaram a sua maturação natural, no laboratório é feita essa maturação in vitro e depois fertilização 🡪cultivo🡪 depois de 7 dias são transferidos para as receptoras.

Vantagem – Maximiza a produção de embriões utilizando um macho e uma fêmea superior.

Desvantagem – mão de obra especializada

Produção de embriões in vitro – PIV

- É uma biotécnica que tem por objetivo acelerar a produção de animais geneticamente superiores. Envolve as seguintes etapas: Aspiração folicular (OPU), maturação ovocitária in vitro (MIV), fertilização in vitro (FIV), o cultivo in  vitro e por fim a transferência de embriões para as receptoras.

Obtenção de ovócitos :

Ex-vivo (ovários de matadouro) – esses ovócitos podem ser obtidos a partir de

Punção por agulha, escarificação superficial de ovários de abatedouro, Dissecção dos folículos.

In-vivo:

Aspiração por laparotomia

Aspiração por laparoscopia

Punção de animais pela ultra-sonografia transvaginal (OPU-US),  a mais utilizada hoje

Obtenção de ovócitos –  ex-vivo

É feito o transporte dos ovários do matadouro para o laboratório, pode ser em uma garrafa térmica, com solução salina. Temperatura de 28 a 32 ºC 🡪 Punção folicular, pode ser feita com uma seringa acoplada na agulha ou a seringa fazendo um vácuo e passando por um tubo ou uma bomba que mantém um vácuo constante, onde com uma agulha os folículos são perfurados e aspirados. Podem serem feitas perfurações paralelas por todo o ovário a fim de obter o maior número de ovócitos possível.

Agulha de punção acoplada a uma bomba de vácuo – é possível regular o valor do vácuo

Pode ser feita também pela escarificação – a vantagem e que consegue um numero maior de ovócitos, porém é mais difícil trabalhar pela quantidade de ovócitos muito pequenos.

Aspiração folicular in-vivo 

É utilizado o ultra-som – Permite aspirar os ovócitos de forma minimamente invasiva. Os folículos visualizados pela ultra-som são penetrados com uma agulha ligada a um sistema de vácuo, aspirando o conteúdo líquido e como ele o óvulo. Estes óvulos coletados são rastreados, selecionados e envasados para envio a um laboratório para o produção de embriões.

A sonda de ultra-som  é introduzida no fundo do saco vaginal e com mão no reto do animal, o ovário e tracionado e levado para próximo do fundo do saco vaginal, para permitir a formação da imagem no ultra-som e aspirar com a agulha. Os folículos tem de 6 a 8 mm.

Nos ovários tem os folículos primordiais, primários, secundários, terciários e pré-ovulatório.

- O momento da aspiração é importante, pois quando se tem folículo dominante, só terá um ou dois folículos dominantes, se a aspiração for feita antes do aparecimento dos folículos dominantes, no início da onda de crescimento folicular, terão muito mais folículos em crescimento que poderão ser aspirados. O sucesso da aspiração depende da fase folicular que a doadora se encontra.

Nesse processo de aspiração é preciso ter todo material adequado, ultra-som de boa qualidade, microscópio, pessoas bem treinadas, é feita também uma anestesia epidural, com lidocaína, pode se utilizar um sedativo também, o importante é a contenção adequada do animal para ele não se mexer enquanto coleta.

- Os ovócitos coletados são rastreados, selecionados e envasados para envio a um laboratório para a produção dos embriões, onde serão maturados por 24 horas em estufa, fertilizados e cultivados por 7 dias até a obtenção de embriões viáveis que serão então transferidos para as receptoras.

É feito o rastreamento dos ovócitos que são observados no microscópio, eles são colocados em uma placa de Petri 🡪 Isolamento : agrupam os ovócitos encontrados

Avaliação é feita em quatro graus :

Grau I – excelente. Células do cumulus compacto, com células bem agregadas com mais de 3 camadas, citoplasma com granulações finas e homogêneas.

Grau II – Muito bom, passa a ter regiões com menos de 3 camadas de células do cumulus, citoplasma com granulações distribuídas heterogeneamente, porém todo circundado por células do cumulus