Avanços dos Diagnósticos em Relação ao Paciente com Déficit Neurológico
Por: Aline Guimaraes • 3/5/2022 • Trabalho acadêmico • 822 Palavras (4 Páginas) • 155 Visualizações
Avanços dos diagnósticos em relação ao paciente com déficit neurológico
Um grande avanço na Medicina Veterinária, em especial pra diagnóstico de patologias neurológicas foi a utilização da ressonância magnética, que teve início há aproximadamente 25 anos atrás. Inúmeras foram as dificuldades enfrentadas pelos médicos veterinários que para a realização dos exames por ressonância magnética em animais, negociavam com hospitais humanos que possuíam o aparelho. Os protocolos anestésicos para administração em animais também sofreu desafios no seu início. A princípio foram realizados estudos sobre o crânio e o encéfalo porém, logo foram aplicadas para a região da coluna e membros. Os primeiros aparelhos de ressonância magnética na medicina veterinária foram instalados no Reino Unido e nos Estados Unidos na década dos anos noventa. A imagem por ressonância magnética (IRM) é baseada em princípios físicos complexos que formam imagens em múltiplos planos de uma determinada região. É um exame não invasivo que utiliza a associação de campos magnéticos e sinais de radiofrequência (RF) na captura dos núcleos de prótons de hidrogênio que estão presentes nos tecidos. A possibilidade do uso de diversas sequências de pulso de RF, diferentes planos e o uso de meio de contraste faz com que o exame de ressonância magnética seja uma modalidade diagnóstica excepcional e que se adapta as necessidades específicas de cada região.
A Imagem por Ressonância Magnética (IRM) é a modalidade diagnóstica eleita para a avaliação do encéfalo por causa da sua resolução superior de contraste do tecido mole. Para um diagnóstico preciso, necessita-se uma interpretação concisa das imagens e a sua junção entre os sinais clínicos e a neuroanatomia. Nos últimos anos surgiram publicações sobre diferentes enfermidades encefálicas diagnosticadas em cães pela IRM. Malformações, como ventriculomegalia, foram identificadas como sendo comuns em Buldogues ingleses. Outras malformações diagnosticadas pela IRM incluem divertículo aracnóide de IV ventrículo com siringohidromielia. Outros diagnósticos recentes, em cães, pela IRM, incluem doenças infecciosas do tipo colesteatoma com meningoencefalite, abscessos epidurais ou neosporose. A IRM contribui para o diagnóstico de várias alterações cerebrais neoplásicas ou não neoplásicas em cães e gatos como hidrocefalia, malformações de Chiari, cistos aracnóides, hipoplasias, ou hemorragias, infartos, alterações cerebrovasculares espontâneas, traumatismos cranianos e muitas doenças inflamatórias como encefalites, abscesso cerebral e doenças parasitárias e neoplasias da medula espinhal são comuns em gatos. Linfosarcoma é neoplasia que mais ocorre, com prevalência de 28% e 40%, seguida pelo osteosarcoma com 27%, tumores gliais 9% e meningioma com 7%. Tumores hipofisários felinos são raros. Meningioma é neoplasia primária frequentemente encontrada em gatos. Cursa com hipertensão intracraniana, eventualmente seguida por compressão do tronco encefálico, edema cerebral e hérniações. Características típicas são hiperostose do osso adjcente e mineralização intratumoral . A IRM é utilizada para confirmar localização, dimensão e ajudar na remoção completa do meningioma. Uso da IRM durante cirurgia otimizou o desempenho cirúrgico e prognóstico de animais, e é o método diagnóstico de escolha para avaliação das estruturas encefálicas. Sabe-se que 90% das vezes esse exame foi sensível para essas lesões. Desde seu início da utilização da IRM, foram realizados diversos exames da região do encéfalo para padronizar as características de muitas enfermidades, como por exemplo, neoplásicas, inflamatórias, vasculares, com o objetivo de auxiliar os clínicos nos diagnósticos prováveis e escolha do tratamento.
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