CONVERSÃO PARA A MEGAPRODUÇÃO AGROECOLÓGICA DE LEITE

CONVERSAO PARA A APRODUÇAO AGROECOLOGICA DE LEITE

                                                                  JOSE AUGUSTO DE OLIVEIRA FILHO

RESUMO

O presente trabalho realizou uma revisão dos preceitos e dificuldades que envolvem o processo de conversão agroecológica tendo um enfoque especial no leite agroecológico que consiste um mercado realmente promissor para pequenas propriedades rurais que se baseiam na mão de obra familiar, e suas interações com a terra e a sua localidade dando um enfoque que não pode ser entendido pelo modelo convencional proposto pela revolução verde, que tem seu foco em agrotóxicos, monocultura e insumos externos. A avaliação realizada através da aplicação de questionário pré-estabelecido, mostrou que junto as dificuldades iniciais da transição, também se encontra as potencialidades do modelo que ao decorrer do tempo vai estabilizando o agroecossistemas da propriedade, aumentando a produtividade e reduzindo os custos, mais este processo de conversão que não pode ter um período definido pode ser encurtado com a troca de experiências entre grupos de produtores e o acompanhamento de técnico especializado em agroecologia. Ficando ainda mais evidente nas respostas do grupo de produtores dos assentamentos do território Cantuquiriguaçu, onde se avalia que se tendo a vontade dos produtores tendo ainda vasto campo de melhorias que podem ser realizadas com a adequação das atividades e execução de técnicas que podem aumentar a produção das referidas propriedades.

Palavras-chave. Agroecologia, Conversão agroecológica, Leite agroecológico.

Abstract

This study conducted a review of the principles and difficulties involving the agroecological conversion process with a special focus on agro-ecological milk is a really promising market for small farms that rely on family labor, and their interactions with the earth and your location giving a perspective that can not be understood by the conventional model proposed by the green Revolution, which has its focus on pesticides, monoculture and external inputs. The assessment carried out by pre-established questionnaire showed that with the initial difficulties of the transition, is also the model of the potential that the passage of time will stabilize the agricultural ecosystems of the property, increasing productivity and reducing costs, this more conversion process that may not have a defined period can be shortened with the exchange of experiences between groups of producers and the accompanying technical expert in agroecology. Getting even more evident in the responses of the producer group of settlements of Cantuquiriguaçu territory, which assesses that with the will of the producers still having wide range of improvements that can be made with the adequacy of activities and implementation techniques that can increase production the said property.

1 INTRODUÇÃO

O sistema convencional de produção com a utilização de insumos químicos e a propagação de monocultura já vem se mostrando insustentável, pois vem causando um grande número de externalidades e reações bem claras, abrindo lugar para que a Agroecologia seja debatida como maneira de reverter o processo de degradação existente (CAPORAL, 2009, p.4).

A produção agroecológica apesar de ser uma área quem vem sendo bem divulgada há pouco tempo, pode ser considerada bem antiga já que povos e comunidades tradicionais utilizam seus princípios há muito tempo, dentro de um sistema que se mantem até a atualidade, bem diferente do sistema convencional que já se tornou insustentável. Pensando nisso cada vez mais se tem buscado, a discussão e estudos baseados nestes princípios que não podem ser cristalizados como regras, pois consideram as diferenças de cada localidade, precisando se adaptar a cada situação.

 Frente a isto se buscou analisar as técnicas participativas e sustentáveis para o processo de transição agroecológica em pequenas propriedades rurais através da análise do conhecimento dos pequenos produtores rurais dos municípios da região Cantuquiriguaçu.

A falta de organização é uma das principais dificuldades encontradas pelos pequenos produtores, contudo, as dificuldades são supridas pelas potencialidades oferecidas pela agroecologia que englobam a possibilidade de melhor qualidade de vida para os envolvidos com a produção agroecológica e a transferência desses benefícios para a população consumidora.

Constatou-se também que as técnicas participativas como a organização dos pequenos produtores em cooperativas, a troca de conhecimento e experiências aliadas às técnicas sustentáveis de recuperação do solo podem contribuir significativamente para o sucesso da transição. 

2 AGROECOLOGIA

A agroecologia, é entendida como uma maneira diferenciada de lidar com as questões da agricultura, apresenta um leque de alternativas viáveis aos velhos problemas herdados da agricultura convencional, podendo dizer que, a agroecologia: valoriza o conhecimento local e empírico dos agricultores de agroecossistemas tradicionais (GLIESSMAN, 2001, p.571); apresentando alternativas sustentáveis, visão sistêmica e pluralismo metodológico, onde se faz uso de metodologias menos duras e mais subjetivas e tenta captar as interações do ambiente, e toda a complexidade entre os processos, eliminando a visão reducionista com uma visão holística da Ecologia. 

Um elemento que é chave na agroecologia, é a busca pelo aumento da biodiversidade que afirma-se como sendo o primeiro princípio na busca pela sustentabilidade. Esse crescimento na biodiversidade é visto como extremamente positivo e necessário, para que acarrete uma série de consequências ambientais e econômicas positivas, porém nessa ação é importante a busca pelo resgate das famílias rurais, privilegiando o existir de variedades crioulas da própria localidade (ALTIERI, 2004, p. 29).

Ainda para Altieri (2004, p. 24), os benefícios obtidos com a biodiversidade incluem melhor eficiência de uso da terra, fechando o ciclo dos nutrientes e garantia do uso eficaz dos recursos locais. Outra contribuição do aumento da biodiversidade é o equilíbrio ambiental, onde o princípio é a promoção da vida, organismos benéficos com a finalidade de propiciar o controle biológico e os fluxos energéticos naturais, imitando o ambiente natural.