Introdução à nutrição e alimentação animal
Por: Thayse Vaz • 11/4/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 1.717 Palavras (7 Páginas) • 1.087 Visualizações
MÓDULO 1
Introdução à nutrição e alimentação animal
1.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:
O acadêmico, ao fim do módulo, será capaz de conhecer os conceitos iniciais que envolvem o estudo dos alimentos, os fundamentos, a importância e os demais conceitos gerais na nutrição animal.
1.2. INTRODUÇÃO
Caro acadêmico bem vindo ao Módulo I, onde aprenderemos sobre os principais conceitos e fundamentos aplicados à nutrição e alimentação animal.
1.3. INTRODUÇÃO À NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO ANIMAL
1.3.1 CONCEITOS BÁSICOS
Nutrir os animais representa cerca de 80% do custo de uma produção. Dessa forma, o nutricionista precisa escolher com cautela os ingredientes e aditivos que irão fazer parte da formulação. A figura 1 mostra a produção de ração em milhões de toneladas nos anos de 2014 e 2015 dos principais animais de interesse zootécnico.
Figura 1: Produção de ração (milhões de tons / 2014-15)
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Aprenderemos que nem sempre o ingrediente mais barato fornecerá o melhor resultado zootécnico. Ou seja, o mais barato é a ração que consegue se converter em desempenho, com o menor preço possível. E para falarmos de desempenho, é importante discutirmos sobre aspectos relacionados aos ingredientes e também ao sistema digestório dos animais, pois é o sistema responsável por fazer capim virar picanha!
Quando falamos em nutrição e alimentação animal, não podemos apenas nos limitar as exigências nutricionais das espécies ou mesmo raça que iremos formular uma determinada dieta. Nutrir um animal vai além de formular! Manejos nutricionais que garantem a eficiência na ingestão da dieta, além do uso de ingredientes que são digestíveis aos animais contribuem para uma nutrição efetiva (ROSTAGNO et al, 2007).
As exigências nutricionais podem ser diferentes dependendo da fase fisiológica do animal, ou mesmo se o animal está doente, ou se pratica atividade física como nos cavalos e cães atletas, ou se são animais de produção, como a deposição de carne magra pelos frangos de corte. Vamos aprender que nutrição animal vai além de calcularmos a quantidade de ingrediente necessária para fecharmos a exigência nutricional no papel ou no programa de formulação.
Para chegarmos à formulação propriamente dita, vamos aos conceitos básicos da nutrição e alimentação animal:
- Alimentos são ingredientes que são substâncias consumidas que possuem nutrientes, os quais são importantes para a mantença ou mesmo a sobrevivência do indivíduo (ANDRIGUETTO et al., 1999).
Falamos de ingredientes e de nutrientes. Mas não é a mesma coisa?
Não! Ingrediente é o alimento e nutriente é parte do ingrediente. Como exemplo, imagine uma espiga de milho. Então, o milho é o ingrediente ou alimento. E o que será o nutriente, então? O nutriente é parte do milho, aquilo que fornece nutrição, por exemplo, a proteína presente nesse milho. Então, vamos agora conceituar nutriente.
- Nutriente é a fração do alimento, ou seja, uma entidade química, que entra no metabolismo celular e concorre para manutenção da vida.
- Nutrição é o conjunto de processos que vão desde a ingestão do alimento até a sua assimilação pelas células (ROSTAGNO et al, 2007).
- Metabolismo é o conjunto de reações anabólicas e catabólicas que contribuem para o funcionamento do corpo.
- Digestão são os processos físicos e químicos responsáveis pela transformação do alimento em seus nutrientes, os quais irão ser absorvidos no organismo do animal.
- Suplemento alimentar. Antes de conceituarmos suplemento, gostaria que você pensasse sobre complemento alimentar. Suplemento e complemento é a mesma coisa? Não! O nome complemento já nos diz “complemento’, ou seja, é algo utilizado para complementar a exigência nutricional. E suplemento é algo que é colocado a ração do animal, porém essa ração já estava balanceada antes de se colocar o suplemento, ou seja, o suplemento fornece uma quantidade adicional!
Na prática, imagine um cão atleta cuja exigência de proteína bruta é de 23%. Ele pode comer duas rações. A primeira ração possui apenas 20% de proteína bruta, sendo necessário nesse caso, o complemento dessa ração com algum ingrediente que forneça os 3% de proteína bruta que faltam para fechar a exigência nutricional do cão.
Já a segunda ração possui 23% de proteína bruta, sendo considerada uma ração balanceada. Contudo, o nutricionista do animal resolveu colocar mais 2% de proteína bruta na ração, fazendo com que a mesma fique com 25% de proteína bruta. Ou seja, mais proteína bruta que a exigência nutricional do animal. Nesse caso, então, temos um suplemento.
- Conversão alimentar é um índice zootécnico que mais irá preocupar o nutricionista. Pois representa o que foi realmente convertido em peso da dieta que o animal consumiu (NUNES, 1998). É mensurado por meio do consumo de ração total ingerida em um determinado de tempo dividido pelo ganho de peso no mesmo período.
Falando em conversão alimentar, qual é melhor: 1,5 ou 2,0?
Lembre-se que quanto menor a conversão alimentar, menos ração o animal precisou comer para ganhar um Kg de peso vivo!
- Ganho de peso diário também é um índice zootécnico em que o nutricionista irá se basear para a formulação. Lembre-se que não é somente em busca de aumento de peso se baseia a formulação. Ou seja, também podemos fazer formulações pensando em diminuir o peso corporal de um animal, como por exemplo, de um cão obeso.
- Ad libitum significa a alimentação à vontade. Como exemplo de um supino na fase de crescimento, em que a ração é fornecida durante 24 horas por dia.
- On top é uma forma de se colocar alguma coisa sobre a dieta já pronta. Como pr exemplo a adição de sal amargo na dieta de fêmeas suínas no final de gestação.
- Aditivas são substâncias adicionadas à ração com alguma finalidade que não seja nutricional, mas sim para melhorar suas propriedades ou aproveitamento. Por exemplo, a adição de um adsorvente de micotoxina na ração de frangos. O adsorvente tem função de adsorver as micotoxinas presentes na dieta. Porém, não possui nutrientes, como proteína bruta ou mesmo carboidratos.
- Ração é a quantidade total de alimento fornecido e consumido por um animal num período de 24 horas. De acordo com a Instrução Normativa 13, 2004 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA (BRASIL, 2004), “ração é a mistura composta por ingredientes e aditivos, destinada à alimentação de animais de produção, que constitua um produto de pronto fornecimento e capaz de atender às exigências nutricionais dos animais a que se destine”.
E o que será que é ração balanceada?
- Ração balanceada, ou ração balanceada total é ração que foi fornecida e ingerida com sucesso pelo animal, além de ter sido formulada de acordo com as exigências nutricionais do animal em questão, com o auxílio de ingredientes de boa digestibilidade (ANDRIGUETTO et al., 1999).
- Ração concentrada ou mistura concentrada é um composto de ingredientes na forma farelada e homogênea, com o teor de umidade inferior a 13%. Além disso, deve possuir de 18% a 20% de proteína bruta (PB) e em torno de 70% de nutrientes digestíveis totais (NDT).
- Mistura de volumosos ou simplesmente volumosos são ingredientes que possuem 25% ou mais de fibra detergente neutro (FDN).
De acordo com NRC (2012), os alimentos são divididos em classes, sendo elas:
Classe (1): forragens secas
Classe (2): forragens verdes
Classe (3): ensilados
Classe (4): concentrados energéticos ou basais
Classe (5): concentrados proteicos
Classe (6): suplemento mineral
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