A Agricultura Orgânica x Monocultura
Por: whitewidow • 17/5/2015 • Trabalho acadêmico • 2.985 Palavras (12 Páginas) • 914 Visualizações
AGRICULTURA ORGÂNICA FAMILIAR EM MEIO URBANO[1]
Cássia Marcela Rosauro[2]
Denis Alves dos Santos[3]
Dílson Batistela[4]
RESUMO
Palavras-chave: subsistência; economia; qualidade de vida
1 INTRODUÇÃO
Com as crescentes mudanças no setor agrícola, não é difícil perceber que o mundo tem passado por crises, problemas ambientais e econômicos em diversas localidades voltados a produção exacerbada na monocultura.
Com o desenvolvimento industrial a partir da década de 60 à 70 na chamada Revolução Verde, houve uma disseminação de novas práticas agrícolas, sementes hibridas, insumos industriais e utilização de novas tecnologias para a mecanização do trabalho, que permitiram um excessivo aumento, em países menos desenvolvidos, da produção agrícola (SILVA, 2006)
Desde então a produção e exportação de alimentos aumenta deliberadamente, produzindo-se mais do que necessário, e os distribuindo de forma desigual entre as populações.
Ruralistas visam sempre aumentar seus latifúndios e engrandecer seus lucros através da monocultura, desmatando áreas imensas para suas lavouras. Inviabilizam o consumo sustentável e uma produção de qualidade, prejudicam o meio como um todo na utilização de agrotóxicos que poluem os solos e aqüíferos, trazendo problemas que afetam toda a sociedade. Contudo nota-se que outras opções cercam os consumidores, que podem optar por construir hortas em seus espaços urbanos livres, diminuindo a sua exposição a alimentos produzidos a base de insumos químicos, por exemplo.
O objetivo geral do estudo de caso foi implementar uma horta dentro dos princípios agroecológicos em quintal familiar, buscando verificar as contribuições da mesma para a economia e qualidade de vida da família. Os objetivos específicos foram: demonstrar que é possível produzir de forma sustentável em pequenos espaços urbanos, pesquisar na literatura conceitos de agroecologia, sustentabilidade e agricultura urbana.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA AGRICULTURA CONVENCIONAL
Na sociedade atual, estamos em tempos que tudo é visado a obtenção de lucro, assim com o desenvolvimento cada vez mais rápido e ascendente, vem sendo utilizado cada vez mais o meio ambiente para os interesses tanto do homem como do mercado, quando focamos ao lado agrícola, existem vários problemas a se enfrentar como cita SILVA (2010, p.1)
Em questão de expansão fronteiriça territorial, depara-se hoje com a chamada agricultura convencional que utilizam agrotóxicos, como inseticidas, pesticidas e fungicidas e semente de alta qualidade, desenvolvidas de acordo com o solo e o clima de cada região. Também é necessária a utilização de maquinários de última geração, tratores, plantadeiras, pulverizadores, colheitadeiras, entre outras.
Através dessas novas tecnologias agrícolas, vem sendo trazido muitos prejuízos à saúde humana com o uso dos mesmos para uma obtenção mais rápida de capital.
2.1.1 Danos causados ao meio ambiente
A agricultura convencional como muitas fontes de lucro causam impactos ambientais, mas muitos passam por despercebido perante a população, um dos principais impactos a acontecer é o desmatamento, causando a derrubada da mata originarias, consequentemente acabando com espécies nativas. Isso contribui para a interrupção do ciclo sustentável de vida do solo e causando erosões por deixar o solo desprotegido, perdendo nutrientes situados nas camadas superficiais do solo. Além disso, também acaba com a fonte de alimentação dos animais encontrados (LEITE, 2009). Outrossim, o desmate é citado no art. 52 da Lei dos crimes ambientais Lei n. 9.605 como um crime ambiental.
Após a derrubada das matas, desde os primórdios o homem usa o fogo como um objeto para uma rápida limpeza da área, eliminação de restos de cultivo, diminuir o gasto de mão-de-obra, redução da incidência de pragas e doenças e aumentar nutrientes do solo, mas o mesmo causa danos ao solo, além de ser uma ação disciplinada disciplinado pela Portaria/IBAMA/ n. 231/88, de 08/08/1988, que regulamenta o Código Florestal Brasileiro, e em casos chega a ser fora da Lei segundo art. 52 da Lei dos crimes ambientais Lei n. 9.605 como um crime ambiental:
¨... afetam a sustentabilidade da própria agricultura. No solo, o fogo altera as suas composições químicas, físicas e biológicas, prejudicando a ciclagem dos nutrientes e causando a sua volatilização. ¨(FERREIRA, 1998)
Além disso, trazem danos graves ao meio ambiente, tais como emissão de gases poluentes, sendo a segunda maior fonte de emissão de gases do efeito estufa, apenas atrás da emissão de veículos automotores:
As queimadas são uma significativa fonte global de vários gases de “efeito estufa” como CO2 (dióxido de carbono), CH4(metano) e N2O (oxido nitroso), NO2(dióxido de nitrogênio) HCNM (hidrocarbonetos não metano) cloreto e brometo de metila, compostos orgânicos voláteis (VOCs) e 80outros gases (MAGALHÃES , 2008).
Cada vez que a floresta queima, aumenta a sua suscetibilidade a novas queimadas, devido ao grande acúmulo de material combustível presente no chão (folhas e galhos secos). O grande risco do aumento da frequência de queimadas nas florestas é ocasionado, pois a uma diminuição de umidade, assim deixando a vegetação seca e facilmente usada como combustível para novos incidentes (Primeiro Relatório Nacional sobre Convenção de diversidade Biológica).
Após o desmate e a queimada, vemos algo mais ou tão prejudicial que é muito utilizado na agricultura convencional de hoje, o agrotóxico, são utilizadas para uma maior resistência a pragas, incidência de luz, atividades biológicas e por sua toxicidade ter um nível altíssimo se torna um grande poluente:
As substâncias usadas no controle de pragas e doenças em ambientes agrícolas, urbanos, hídricos e industriais são potencialmente nocivas, podendo ser cancerígenas, mutagênicas, teratogênicas e mimetizadoras de hormônios. Por isso, há uma crescente preocupação associada à sua presença no meio ambiente, haja vista os possíveis impactos na qualidade das águas superficiais e subterrâneas e do solo (Instituto Biológico de SP, 2010).
A maior preocupação em relação aos agrotóxicos é a infiltração em vias hidrológicas, pois mantém vidas aquáticas e cadeias alimentares, sem considerar que a água é indispensável para a vida humana. As vias hidrológicas são os primeiros a serem contaminados pelos agrotóxicos, e isso ocorre através de duas vias: superficialmente, através do escoamento da água da chuva e das irrigações e subterraneamente, ocasionado pela drenagem e percolação (é quando ocorre à passagem lenta de um liquido através de um meio filtrante). Assim depositada no solo o agrotóxico entra em simultaneidade com o ciclo da água como mostra a imagem:
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