A Evolução Desta Cultura Tem se Dado de Forma Muito Rápida
Por: Entringer • 6/7/2016 • Monografia • 3.046 Palavras (13 Páginas) • 522 Visualizações
INTRODUÇÃO
O maracujá mais cultivado no país é Passiflora edulis f. flavicarpa, conhecido também como maracujá amarelo, devido à excelente qualidade dos seus frutos ele representa aproximadamente 95% dos pomares comerciais (SANTANA, 2000).
A evolução desta cultura tem se dado de forma muito rápida. Nas décadas de 70 e 80, por falta de uma demanda constante do produto, ciclos de retração e expansão da área cultivada foram bastante comuns. A partir de 1986, no entanto, observou-se ampliação significativa na área cultivada e na produção, acompanhada pelo consumo, porque as indústrias extratoras de suco estimularam o mercado do produto industrializado (SANTANA, 2000).
Sabe-se que o Brasil é o maior produtor de maracujá amarelo, de acordo com estimativas da ITI Tropicals (2005) estima-se que aproximadamente 70% do total produzido no mundo. Na região Sudeste o maracujazeiro é uma das oito frutíferas mais cultivadas, sendo precedido apenas pelas culturas da laranja, banana, limão, manga , tangerina, abacaxi e uva (Meletti et al, 2000). Segundo dados do IBGE (2003) a área ocupada no Brasil, pelo plantio do maracujá amarelo é de 35.078 hectares, sendo que no estado do Rio de Janeiro são cultivados 2.110 hectares, o que correspondem a 6% da área total do país.
Do ponto de vista sócio-econômico, o maracujá apresenta características interessantes no que se refere à geração de emprego, pois permite a ocupação de mão-de-obra em número considerável, estabilização do fluxo de renda e geração de divisas. (Cunha e Cardoso,1998).
O fruto do maracujá é pouco conhecido no exterior e certamente se beneficiará de campanhas que promovam, de forma coordenada, a propagaçaõ de conhecimentos junto aos países compradores, Inglaterra, França e Bélgica, bem como em outros prováveis consumidores. Os países exportadores de fruto in natura são Quênia, Zimbábue, África do Sul e Burundi, no caso do maracujá roxo, e Colômbia, Brasil e Venezuela, no caso do amarelo (Cunha e Cardoso, 1998).
O suco, por sua vez, é muito utilizado, principalmente em bebidas misturadas com suco de frutas, mas é um mercado instável. Os países que exportam suco e polpa, além do Brasil, são Equador, Colômbia e Peru, sendo importadores Alemanha e Holanda, este como o porto de entrada do produto para outros países. Por ser o mais conhecido dentre os sucos de frutas consideradas exóticas, urge tomada de medidas que o tornem mais conhecido dos consumidores em geral, não apenas em nichos de mercado, como observa-se nos Estados Unidos da América do Norte (Cunha e Cardoso,1998).
Contudo, para que esta cultura participe de forma efetiva no mercado, é preciso realizar trabalhos a fim de corrigir fatores limitantes da cultura, principalmente a baixa produtividade causada principalmente pela falta de genótipos altamente produtivos e pela grande variabilidade existente em pomares comerciais, cogitando a necessidade de melhoramento genético, visando, sobretudo a obtenção de populações, híbridos e ou cultivares mais produtivas e resistentes a maioria das pragas e doenças.
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Dar continuidade ao Programa de Melhoramento do maracujazeiro-amarelo na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), pela finalização de um ciclo de seleção recorrente em uma população inicial estruturada no delineamento I e a pela aplicação de mais um ciclo de seleção recorrente em famílias de irmãos germanos;
2.2 Específico
Avaliar as características de qualidade de frutos em laboratório, nas progênies avaliadas, via análises de qualidade pós-colheita.
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Panorama da Cultura
O maracujazeiro é planta dicotiledônea da família Passifloraceae que é formada por 18 gêneros e 630 espécies, onde destaca-se o gênero Passiflora com 3 espécies importantes economicamente: Passiflora edúlis Sims f. flavicarpa Deg - o maracujá amarelo ou azedo ou peroba - , P. edúlis Sims - a maracujá roxo e o P. alata Ait - o maracujá doce. Planta tropical, com ampla variabilidade genética (Cunha e Cardoso,1998)
É uma planta trepadeira, sub lenhosa, de crescimento vigoroso continuo; sistema radicular é pouco profundo, caule trepador, folhas lobadas e verdes com gavinhas (órgão de sustentação) gema florífera e gema vegetativa (origina rama) na axila da folha ( Seagri, 2008).
Esta frutífera é uma espécie diplóide, alógama e auto-incompatível, possuindo 18 cromossomos (Beal, 1975; Bruckner, 1997; Ferreira, 1998). A abertura da flor ocorre de meio-dia até à noite no maracujá, sendo que a melhor hora para a polinização é quando o estilete curva-se totalmente após a antese. A polinização é feita por insetos, com a mamangava sendo o principal agente polinizador necessitando as plantas, que são de dias longos, de fotoperíodos superiores a 11 horas para o florescimento (Jornal Livre, 2008).
Fruto completa desenvolvimento em 18 dias e amadurece em 80 dias após a abertura da flor, tem formato ovóide (alguns oblongos), peso de 70-130g.. O fruto maduro possui casca fina, cor amarelo-canário, polpa ácida, suco amarelo a amarelo-alaranjado e seu fruto produz aproximadamente 30% de rendimento em suco. As Folhas e raízes contêm uma substância chamada de passiflorina que se assemelha com a morfina, esta substancia tem sido usada como calmante. As folhas são usadas, também, para combater as febres intermitentes, inflamações cutâneas e a erisipela.A casca do fruto é as sementes, são usadas em dietas de animais, ou seja faz parte da composição das rações. A polpa que envolve sementes presta-se ao preparo de refrescos, pudins, sucos, sorvetes, batidas, doces e para a industria de produção de sucos concentrados( Seagri, 2008).
3.2 Auto-incompatibilidade
Além da estrutura floral, a polinização cruzada é condicionada pelo fenômeno da auto-incompatibilidade, em que o pólen de uma planta é incapaz de fertilizar as flores da mesma planta e diferentes plantas podem ou não ser compatíveis entre si.
Este mecanismo que leva à alogamia e que mantém um alto grau de heterozigose. Desta forma, é um mecanismo poderoso no impedimento da autopolinização, sendo considerado como uma desvantagem para o melhorista pelas restrições que impõe à consecução da endogamia.A incompatibilidade pode ser gametofítica, quando o grão de pólen carrega um alelo também presente no estigma e que inibe o desenvolvimento do tubo polínico, e esporofítica, semelhante à anterior, mas determinada pelo genótipo da planta mãe do grão de pólen (Jornal Livre, 2008).
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