A QUALIDADE FÍSICA DO SOLO É PERDIDA NA TRANSIÇÃOFLORESTA PARA PASTAGEM
Por: marieli122 • 12/9/2022 • Projeto de pesquisa • 848 Palavras (4 Páginas) • 95 Visualizações
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QUALIDADE FÍSICA DO SOLO É PERDIDA NA TRANSIÇÃOFLORESTA PARA PASTAGEM1
Marieli Nascimento2, Jackson Adriano Albuquerque3, Jadiel andognini4.
1Vinculado ao projeto “Modificações a curto prazo das características físicas do solo: Impacto da mudança deuso da terra e o efeito do manejo pós-colheita florestal”; 2Acadêmica do Curso de agronomia–CAV–BolsistaPIBIC; 3Orientador, Departamento deciência do solo–CAV–jackson.albuquerque@udesc.br; 4Acadêmico do curso de pós-graduação em ciência do solo–CAV
A região do Planalto Sul Catarinense é destaque nacional na produção madeireira. Espécies do gênero Pinus spp. dividem espaço com lavouras, pastagens para pecuária extensiva e mata nativa. Com um relevo e áreas propícias, a expansão do setor e desenvolvimento de novas tecnologias, o setor madeireiro incorporou maquinários de grande porte, principalmente na fase de colheita de florestamentos. O maior estímulo à produção pecuária tem feito com que florestas sejam removidas para introdução de pastagem. O tráfego de maquinário, intervenções no solo para implementação do pasto e pisoteio de animais afetam a qualidade dos solos. Compactação e desestruturação do solo são os problemas mais frequentes. Levantou-se a hipótese de que a transição de área de Pinus para pastagem afeta negativamente a qualidade estrutural do solo, e que ao passar dos anos o solo com pastagem têm sua porosidade afetada negativamente, resultando em redução da condutividade de água e impedimento às raízes. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da mudança de uso do solo com implementação de pastagem em área florestal comercial nos atributos físicos do solo. O experimento foi realizado no município de Campo Belo do Sul–SC em um Nitossolo Bruno. Os sistemas analisados consistiram em área de florestamento de Pinus spp. com 20 anos de idade (FLP), após colheita florestal (COL), pastagem com um, dois, três, quatro e cinco anos de implementação após colheita florestal (PA1, PA2, PA3, PA4 e PA5 respectivamente) e floresta nativa (FLN) como referência de qualidade do solo, com cinco repetições. Foram coletadas amostras com estrutura preservada em cilindros volumétricos metálicos nas camadas de 0-10, 10-20 e 20-40 cm, levadas para o laboratório de física e manejo do solo da UDESC-CAV e colocada sem mesa de tensão de areia e câmaras de Richards para obter a macroporosidade, microporosidade, porosidade total, capacidade de campo, ponto de murcha permanente e água disponível. Em seguida foi mensurada a condutividade hidráulica saturada e a resistência à penetração. Por fim as amostras foram secas a 105 °C para determinar a densidade do solo. Foram testados os pressupostos estatísticos e se atingidos as médias foram submetidas a anova e ao teste de Tukey (5% de probabilidade). Também foi realizada análise de regressão e componentes principais para avaliar o agrupamento dos resultados. A figura 1 demostra que a mudança de uso do solo, de floresta de Pinus para pastagem tende a aumentar os indicadores de degradação. A resistência a pene tração mostra uma inclinação maior na camada de 0-10 e 10-20 cm, as mais afetadas pelo tráfego de máquinas e pisoteio animal. A densidade do solo também tende a aumentar nas primeiras camadas, resultado do adensamento mecânico das partículas de solo. Em função deste adensamento, os poros maiores são preenchidos e reduzidos em tamanho, ou seja, a macroporosidade é reduzida. Esses poros maiores são os que têm capacidade de transportar água, e a consequência da redução destes é o decréscimo na taxa de condução de água no solo, demonstrado pela imagem com maior prejuízo na camada superficial do solo (0-10 cm). Esse resultado remete a uma condição de compactação, onde a qualidade do solo e condições para o desenvolvimento das plantas são afetadas de maneira negativa. Observando a análise de componentes principais (figura 2) verifica-se que dois grupos distintos se formam, um com as áreas de floresta, colheita e pastagem de primeiro ano e outro com as pastagens de dois a cinco anos. As variáveis cujo maior valor representam um solo estruturado tem o vetor direcionado ao grupo da floresta, e as variáveis as quais um valor alto são encontrados num solo compactado estão direcionadas ao grupo das pastagens mais antigas. Isso demonstra claramente que o manejo de transição de floresta para pastagem, e principalmente as práticas decorrentes da atividade degradam o solo de maneira a aumentar gradativamente a compactação. Contudo, conclui-se que a transição de floresta para pastagem em um Nitossolo Bruno causa distúrbios que causam a compactação do solo, reduz a condutividade hidráulica e aumenta a resistência do solo a penetração das raízes principalmente nos primeiros centímetros do solo. Solos de floresta nativa tem perfil com melhor estrutura e apresentam maior capacidade de disponibilizar água do solo, sendo assim solos de mata nativa superam períodos de déficit hídrico de forma mais eficiente que solos manejados.
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