AVALIAÇÃO DE FLUXO GÊNICO EM FEIJOEIRO COMUM TRANSGÊNICO EXPRESSANDO O GENE
Por: Renata Froio • 5/12/2016 • Artigo • 1.004 Palavras (5 Páginas) • 273 Visualizações
AVALIAÇÃO DE FLUXO GÊNICO EM FEIJOEIRO COMUM TRANSGÊNICO EXPRESSANDO O GENE bar*
Este artigo foi publicado como documento do Instituto Agronômico de Campinas em 2008 na área de Genética e Melhoramento, tendo em vista a preocupação no que diz respeito à biossegurança pela possibilidade de ocorrência de fluxo gênico em um feijoeiro GM resistente ao mosaico dourado com marcador de resistência ao glifosinato de amônia, considerando que a distância e a ocorrência são importantes para a manutenção da pureza das cultivares.
Quando há ocorrência natural de polinização cruzada é possível evidenciar risco ecológico, pois se considera que os genes introduzidos na planta GM não deveriam ser incorporados na forma natural. Assim sendo, este estudo se faz importante para a liberação comercial de plantas GM no ambiente descartando o risco ecológico que elas possam causar.
O artigo foi dividido em três seções: Introdução, Material e Métodos e Resultados e Discussões, tendo ao todo 4 páginas com relação ao tema levantado. Na seção referente ao Material e Métodos o autor descreveu os dois experimentos realizados com diferentes espécies de feijoeiros como a Olathe Pinto, Olathe M1-4, Pérola M1-4 e Olathe M-14 na Embrapa Arroz e Feijão de Santo Antônio de Goiás.
No Experimento 1 foi realizado o controle de pragas com base no manejo integrado de pragas do feijoeiro, já no Experimento 2 foi aplicado no estágio de folhas primárias o herbicida finale (glifosinato de amônia) na concentração de 0,03% de ingrediente ativo. As plantas que não morreram e que podiam não ser transgênicas receberam uma segunda aplicação de herbicida e foram avaliadas mediante à presença de transgene por PCR com o uso de primers específicos. Por fim, realizou-se uma análise de progênies para confirmação se a planta era resultado natural ou mistura involuntária de semente.
Nos Resultados e Discussão foram apresentados os resultados dos experimentos, sendo que no Experimento 1 foram avaliadas 83.630 plantas provenientes de sementes convencionais. Nenhuma planta apresentou resistência ao glifosinato de amônia em testes. As plantas de Olathe M1-4 não apresentaram dano com herbicida, já as de Olathe Pinto morreram.
Como resultado do experimento 2 foram analisadas 121.331 plantas provenientes de sementes do cultivar Pérola. Nenhuma planta resistiu ao tratamento com o herbicida finale. Todas as plantas transplantadas geraram progênies que se separaram para garantir resistência ao herbicida, indicando serem oriundas de fluxo gênico.
Nas discussões apresentadas foi possível destacar que de acordo com a literatura, vários fatores interferem na ocorrência de fluxo gênico em feijoeiro, principalmente o tipo de cultivar e condições ambientais. A utilização de marcador de resistência a herbicida facilita a análise de fluxo gênico de modo simples e confiável, podendo ainda quantificar o fluxo gênico entre as plantas transgênicas e não transgênicas.
Foram realizados três anos de avaliações que não sugeriram a ocorrência de fluxo gênico entre a linhagem transgênica e seu parental Olathe Pinto, quando avaliadas de 1 a 10 metros da fonte de pólen. Porém, quando se utilizou a cultura Pérola verificou-se um baixo nível de fluxo gênico com distância de até 3,5 metros da fonte de pólen. Foram analisadas mais de 120.00 sementes, tendo um fluxo de 0,0074%, ou seja, foi destacado um evento a cada 13.500 plantas analisadas.
No que diz respeito ao fluxo gênico, o artigo explora bem a literatura escolhida e dá uma boa definição logo de início, além de levantar as principais questões envolvidas no contexto descrito na preocupação com a biossegurança associada à possibilidade de transferência de transgenes para parentais silvestres mesmo em baixas proporções, devido ao risco que podem gerar ao ambiente.
Porém, ao final da introdução fica um pouco vaga a condição específica do feijoeiro neste contexto e mal explicitado o que se pretendia realizar com esta avaliação, sendo esta apenas levantados na seção Material e Métodos.
Com relação à liberação comercial de Organismos Geneticamente Modificados e seus derivados, foi criada uma Resolução Normativa N°5, de 12 de março de 2008 que dispõe sobre este tema com informações relativas ao OGM, avaliação de risco à saúde humana e animal, avaliação de risco ao meio ambiente e o plano de monitoramento que a sob a ótica do tema abordado é importante, mas que não foi citada.
Na comparação com o estudo desenvolvido por Jorge Attie foi possível entender de maneira mais clara também os benefícios trazidos através da Biotecnologia tanto com relação à transgenia quanto no que diz respeito aos próprios testes realizados para averiguar as questões de biosseguranças ligadas ao fator socioambiental, onde evidencia-se que a biotecnologia agrícola para a cultura do feijoeiro tem poder para desenvolver benefícios diretos e indiretos para agricultores, mercado, consumidores e até mesmo para o meio ambiente.
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