Biomassa de mudas de alface cultivadas em substratos alternativos
Por: alvarojose • 13/8/2015 • Seminário • 1.642 Palavras (7 Páginas) • 560 Visualizações
RESUMO: A produção de mudas pode ser considerada como uma das fases mais importantes no cultivo da alface. Diante disso o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes substratos na obtenção de mudas de alface (Lactuca sativa L.) cv. Tainá com altos valores de biomassa. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC) com cinco repetições, sendo cinco tratamentos (T1-Húmus, T2-Germinar, T3-Orgânico, T4-Casca de arroz carbonizada e T5- Casca de arroz carbonizada + Húmus de minhoca) distribuídos em bandejas de poliestireno expandido, com 200 células. Os resultados obtidos demonstraram que o tipo de substrato interfere no desenvolvimento da planta afetando a massa seca de raiz e massa seca da parte aérea. Dentre os substratos avaliados o substrato T4 (casca de arroz carbonizada) não proporciona condições favoráveis para o desenvolvimento das mudas, inviabilizando sua utilização como substrato na forma pura.
Termos de indexação: Lactuca sativa L., Composto orgânico, Mudas de qualidade.
INTRODUÇÃO
A alface (Lactuca sativa L.) tem grande importância na alimentação humana destacando-se como fonte de vitaminas e sais minerais, além de ser a hortaliça folhosa mais popular consumida e cultivada no país (Ziech et al., 2014; Castoldi et al., 2014).
Para produzir alface com boa aceitação no mercado, o plantio de mudas sadias e vigorosas é de suma importância. Assim, a produção de mudas pode ser considerada como uma das fases mais importantes no cultivo da alface, uma vez que, o desempenho produtivo das plantas, a qualidade do produto destinado ao mercado consumidor e os lucros do produtor depende dessa fase de produção (Costa et al., 2013; Cabral et al., 2011; Leal et al., 2011).
O substrato utilizado na produção de mudas de qualidade se constitui no elemento mais complexo na produção de mudas podendo este quando mal manejado ocasionar a nulidade ou irregularidade de germinação, a má formação das plantas e o aparecimento de sintomas de deficiência ou excesso de alguns nutrientes (Medeiros et al., 2008). Mas quando manejado adequadamente pode proporcionar eficiência na germinação e emergência de plântulas, garantir a manutenção mecânica do sistema radicular e permitir as trocas gasosas ente as raízes e ao ar externo, além de fornecer suprimento adequado de água, nutrientes, oxigênio e eliminação do CO2, sendo provido de boas características físicas, químicas, biológicas e sanitárias para obtenção de mudas de qualidade (Costa et al., 2014; Medeiros et al., 2010).
Diversos materiais considerados resíduos ou ate mesmo orgânicos podem ser alternativas para a utilização como substrato. Dentre estes materiais o húmus de minhoca e casca de arroz carbonizada (CAC) são considerados alternativos para utilização em substratos para produção de mudas, a casca de arroz devido a sua grande disponibilidade nas regiões orizícolas devido à grande dificuldade de decomposição e húmus ou vermicomposto devido a sua qualidade nutricional.
A casca de arroz pode ser utilizada como substrato tanto na forma natural quanto carbonizada, misturada a outros materiais. Apresenta baixa capacidade de retenção de água, drenagem rápida e eficiente, proporcionando boa oxigenação para as raízes, elevado espaço de aeração ao substrato, resistência à decomposição, relativa estabilidade de estrutura, baixa densidade e pH próximo à neutralidade (Steffen et al., 2014).
O vermicomposto ou húmus, é um composto estável obtido a partir da transformação de resíduos orgânicos com minhocas, apresenta alto valor nutricional para as plantas sendo rico fósforo, cálcio e potássio, além de melhorar atributos físicos e biológicos e é rico em bactérias e microrganismos promotores do crescimento das plantas, além de atuar como um bioestimulador do crescimento vegetal, atuando de forma benéfica do desenvolvimento das plantas (Steffen et al., 2014; Oliveira et al., 2013).
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Diante da vasta disponibilidade de materiais que podem ser utilizados como matéria prima para a formulação de substratos, aliados a necessidade de destinação de forma correta e a falta de pesquisa voltada ao emprego adequado desses materiais, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de diferentes substratos na obtenção de mudas de alface (Lactuca sativa L.) cv. Tainá com altos valores de biomassa.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em casa de vegetação na Fazenda Santo Antônio, no município de Fortaleza do Tabocão na região central do Estado do Tocantins. O local possui latitude 09° 3′ 27″ S, longitude 48° 31′ 09″ e altitude de 227 m, de acordo com a classificação climática de Köppen adaptada ao Brasil, apresenta Clima Tropical Chuvoso (Aw) com verão chuvoso e inverno seco (precipitação de inverno menor que 60 mm), temperatura média de 27 ºC.
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC) com cinco repetições, sendo cinco tratamentos (T1-Húmus, T2-Germinar, T3-Orgânico, T4-Casca de arroz carbonizada e T5-Casca de arroz carbonizada + Húmus de minhoca na proporção de 1:1) distribuídos em bandejas de poliestireno expandido contendo 200 células, onde foram alocados os tipos de substratos intercalados por fileiras dividindo os tratamentos com bordaduras de três fileiras, sendo cada parcela útil constituída por oito plântulas. O ambiente protegido em suas laterais e cobertura foi constituído de plástico transparente de 100 micras, sendo sua temperatura média interna de 28 ºC. A caracterização química do substrato esta apresentada na (tabela 1).
Para obtenção do substrato orgânico utilizou-se resíduos de vegetais (casca de frutas e verduras, resíduos de poda de jardim). Para a formulação do composto T5 procedeu a homogeneização manual dos substratos, sendo em seguida distribuídos nas células das bandejas correspondente ao tratamento.
A cultivar de alface utilizada foi a cv. Tainá do tipo americana, sendo realizado a semeadura distribuindo duas sementes por célula a 3 mm de profundidade. Aos quatro dias após a semeadura (DAS), quando as plantas apresentavam-se completamente germinadas, procedeu-se o desbaste, deixando apenas uma planta por célula. O manejo da irrigação consistiu em irrigações diárias, utilizando o sistema de microaspersão, duas vezes ao dia até atingir a sua capacidade de campo.
Aos 30 DAS quando as mudas apresentavam cinco folhas definidas, foram avaliadas as seguintes características: massa seca da raiz (MSR) e massa seca da parte aérea (MSPA),
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANAVA), utilizando o
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