Desafios e estratégias da gestão de pessoas em empresa familiar no agronegócio

Desafios e estratégias da gestão de pessoas em empresa familiar no agronegócio

Bruna Nantes Fortunato

INTRODUÇÃO

As empresas familiares vêm se tornando um grande elemento de pesquisa atualmente, se tratando de uma organização responsável pelo crescimento social e econômico nos mais diversos países, o que prova sua importância. Um dos maiores exemplos de empresa familiar, é a do meio rural. As tradicionais fazendas, onde a união de pais e filhos, de irmãos e de primos são cada vez mais comuns (ELIAS, 2020). Uma forte característica dessa organização é a centralização das decisões por parte do fundador, relações baseadas principalmente confiança e laços de sangue.

No entanto como essas empresas vem crescendo surge a necessidade de profissionalização da equipe, seja de patrões, sócios, funcionários. No mundo em que se vive as mudanças estão cada vez mais intensas e rápidas, e esse acompanhamento deve ser na mesma intensidade.  

Este estudo tem como objetivo elencar os desafios e as estratégias necessárias do processo de tomada de decisão em empresa familiar brasileira no agronegócio. Dando ênfase na dificuldade de profissionalização da empresa, onde sempre terá uma resistência tanto do chefe quanto do restante dos membros da família. Após isso, é tratado da necessidade de atrair talentos para constituir a empresa. Ao se contratar funcionários fora da família, isso não descaracteriza o título de empresa familiar, pois todo talento, mão de obra especializada é bem-vinda, e ajuda no sucesso e consequentemente na obtenção de lucro para todos.

Outro assunto bem debatido, em qualquer empresa seja familiar ou não, é a implementação de tecnologias. Como o mundo vem mudando muito, as necessidades acompanham esse processo. Esse desafio pode começar normalmente com a dificuldade na aceitação, onde a hierarquia consta uma pessoa mais velha com um negócio que normalmente vem dando certo há anos e não aceita mudar nada. Com a vinda de pessoas mais novas e o interesse pela propriedade surge a vontade de mudar, de comprar maquinas mais eficientes, implementação de softwares, onde é deixado as cadernetas de anotação, livros-caixa e agendas de lado. Ao deixar para os mais jovens, serve de atrativo para eles pegarem gosto pela empresa, que um dia será deles.

Onde surge então a famosa sucessão, necessidade de deixar para a próxima geração uma empresa, um sonho de um fundador. Muitas vezes essa sucessão ocorre de maneira urgente, quando vem a faltar esse proprietário. E onde os filhos já não querem saber de irem para fazenda, trabalhar na roça e então o que era um sonho realizado para um pode ser o pesadelo para outros.

Isso tudo deixa bem claro a necessidade de se trabalhar nessa palavra sucessão desde bem cedo, levando os filhos para junto do serviço, mostrando da onde vem o seu sustento. Com isso, se cresce sabendo de onde vem tudo que tem, da necessidade de crescer e levar adiante. Talvez a pessoa possa não gostar realmente do campo, mas sabendo organizar uma empresa possa ser um bom gestor futuramente.

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1. EMPRESAS FAMILIARES

Ao dizer empresa familiar a primeira coisa que vem na cabeça é a imagem de uma empresa onde o fundador é o pai e consequentemente junto de sua esposa e os filhos envolta brincando. Com o passar dos anos esse tipo de empresa vem se tornando cada vez mais comum no meio em que vivemos.

Uma empresa ela pode ser de criador único, onde a reação é rápida, porque apenas uma pessoa terá a palavra final diante de um problema, ou da realização de sonhos de vários membros da família, onde há pensamentos diferentes, divisão de bens e gastos numa maior escala. Mas também pode-se entender que uma empresa na família significa um maior envolvimento das partes de suportar melhor as dificuldades juntas e trata-se também de uma maior valorização por se ter um conhecimento da história da empresa.

 Para uma empresa evoluir tanto financeiramente quanto socialmente, cria-se a necessidade de contratar profissionais externos para determinadas funções, sem descartar o total auxilio da família, com isso há um impulsionamento das tarefas da empresa levando-a ainda mais ao sucesso.

1. EMPRESAS FAMILIARES E SUCESSÃO NO AGRONEGÓCIO

Um dos grandes pilares do agronegócio do Brasil são as famílias, elas respondem por grande parte da produção agrícola e pecuária, e que lutam diariamente para superar os desafios de cada ciclo e contribuem para o Brasil ser o grande produtor e exportador de diversas culturas. O agronegócio tem um papel relevante na economia do Brasil, uma vez que representa aproximadamente 21,1% do produto interno bruto do país (CEPEA,2018). Pode-se associar essas empresas familiares desde o início dos tempos, onde a vida no campo era sustentada basicamente com tudo que se criava, o arroz que era plantado e colhido pelo pai, o leite que era tirado pelos filhos, a roupa que era tecida pela mãe e assim por diante. No agronegócio, a história da fazenda e o amor pela terra se misturam com a história das famílias.

Ao citar que uma empresa tem o controle nas mãos da família, a função é transmitir de forma hereditária, ou seja, quando os pais se ausentam, esse controle é passado aos filhos.  A preocupação com sucessão é sinal de que alguém na família trabalhou muito para construir algo de valor que se quer preservar. Pensar na sucessão familiar é estabelecer um plano de continuidade, evitando-se assim desentendimentos entre as partes envolvidas, já que os maiores problemas são aqueles envolvendo os herdeiros e a falta de preparo/profissionalização destes para dar continuidade à empresa rural. A efetividade da sucessão de uma empresa do agronegócio ou de um produtor rural é de fundamental importância, não só para a família envolvida, mas para a sociedade como um todo, já que o agronegócio está diretamente ligado à economia e ao produto interno bruto do país, e a empresa familiar está na base deste desenvolvimento, trazendo a tradição do campo aos negócios, perpetuando responsabilidade social e boas práticas.

1. DESAFIOS DENTRO DA EMPRESA NO AGRONEGÓCIO

Podendo ocorrer com qualquer tipo de negócio, uma empresa familiar também sofre com uma série de desafios que intervêm na profissionalização das suas atividades, gestão, dificuldades de aceitação por conta dos mais experientes e assim prejudicando os resultados. Sendo assim é necessário conhecer todas dificuldades de cada negócio trabalhado e estar atento as mudanças desse mercado.

1. PROFISSIONALIZAÇÃO DA FAMÍLIA

Para uma boa gestão, uma empresa família deve se profissionalizar, e isso não justifica que esses devam sair dos negócios, porem terão que trabalhar para ter méritos e permanecerem. Para acontecer sem grandes sustos e intervenções o primeiro passo é escolher o ‘chefe’, porém por se tratar de algo familiar essa questão já está decidida. A partir de então a definição dos próximos cargos deve ser ancorada nas mesmas condições que se teria com alguém de fora da família como formação, técnicas e experiências.