Os Fundamentos de Extensão Resenha
Por: bruna.leite2 • 5/10/2018 • Resenha • 677 Palavras (3 Páginas) • 227 Visualizações
Disciplina: Fundamentos de Extensão
Docente: Viviane Santos Pereira
Discente: Thamyres Fernanda Siqueira
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Construção do conhecimento agroecológico: novos papéis, novas identidades - Educação do campo e Agroecologia
O artigo aborda a importância da relação entre a Agroecologia e a Educação de campo para que os movimentos sociais sejam reconhecidos e possam potencializar suas ações educativas e, além disso, para que os agricultores não sejam ignorados pelo processo do capitalismo, que causa uma grande exclusão social. A Agroecologia, para alguns autores, pode ser caracterizada como uma ciência ou campo de conhecimento e, para outros, como uma ferramenta metodológica ou como um tipo de prática agrícola. Na verdade, o que importa é que esta deve ser vista como um modelo científico que associa diversas áreas do conhecimento, com o objetivo de interferir em causas sociais, políticas, culturais, ecológicas e ambientais. Deve se destoar do modelo capitalista de desenvolvimento, exercendo, para isso, o rompimento com o modo rural voltado para a monocultura, para o latifúndio e para o agronegócio, práticas que afirmam a exclusão social.
Levando em consideração todos os debates a respeito da Agroecologia, o artigo ressalta a importância de iniciativas educacionais que foquem na escolarização de agricultores e na expansão de uma perspectiva libertadora de emancipação política e social. Nesse sentido, a educação do campo deve ser entendida como algo que vai além dos processos formais de escolarização, compreendendo os processos educativos que tenham sentido de transformação da realidade e de libertação. A intenção aqui é lutar pela ampliação e pelo acesso a uma escola pública que seja do campo.
Tanto a Agroecologia, quanto a Educação do campo estão fundamentadas sob a lógica de um modelo singular de produzir e socializar conhecimentos. Sendo assim, é necessário destruir as estruturas sociais, econômicas e políticas que vêm sendo conservadas no Brasil, para que possa existir uma educação libertadora, que proporcione aos camponeses uma melhor qualidade de vida. No entanto, não se deve esquecer que existem dois modelos de desenvolvimento para o meio rural, com interesses distintos: o agronegócio, que foi apoiado, financiado e defendido durante toda a história do país; e a agricultura camponesa, que foi bloqueada e reprimida.
Com o agronegócio, os camponeses perderam sua autonomia, uma vez que, com a lógica de mercado, implementada juntamente com o projeto de desenvolvimento dominante do campo, as técnicas tradicionais foram deixadas de lado e os interesses econômicos passaram a ser valorizados. Nesse contexto, a educação do campo entra para recuperar essa autonomia perdida, por meio do diálogo, para que os agricultores possam tanto mobilizar seu conhecimento enquanto grupo social, quanto aprender e adaptar novas tecnologias aos seus agroecossistemas. Dessa forma, o que ocorre não é somente o deslocamento de informação, mas sim uma troca de saberes, práticas e conhecimentos.
É ressaltado ainda que a educação não deve se limitar apenas ao espaço escolar, mas sim abranger os saberes que são gestados em meio às lutas sociais, para que possa haver uma compreensão transformadora da realidade e, além disso, para que a escola seja um instrumento de apoio técnico, intelectual e político. Ainda cabe adicionar que, apesar de existirem alguns instrumentos legais, é evidente que os recursos públicos dirigidos às políticas públicas são limitados e os movimentos sociais ainda não têm um conhecimento aprofundado sobre as leis existentes.
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