Trigo agroclimatologia
Por: Angelica Manfron • 16/11/2015 • Trabalho acadêmico • 2.012 Palavras (9 Páginas) • 370 Visualizações
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Bioclimatologia da Cultura do Trigo
Alan S. Betto, Angelica A. C. Manfron, Graziela Corazza, Liliane Pretto, Manuele Zeni
Agronomia
Agroclimatologia
SERTÃO – RS, nov. 2012
Curso: Agronomia
Componente Curricular: Agroclimatologia
Período: 2º
Ano/Semestre: 2012/2
Carga horária: 60 horas
Professora: Noryam B. Bispo
Bioclimatologia da Cultura do Trigo
Alan S. Betto, Angelica A. C. Manfron, Graziela Corazza, Liliane Pretto, Manuele Zeni
SERTÃO – RS, nov. 2012
1 INTRODUÇÃO
Segundo o livro Trigo para a Agricultura Familiar – Do plantio à mesa, publicado pela EMBRAPA em 1996, o trigo, de nome científico Triticum aestivum, pertencente a família das Gramíneas (Poaceae), surgiu do cruzamento de várias outras gramíneas selvagens, as margens dos rios Tigre e Eufrates, na Ásia, entre 15 mil e 10 mil a.C., sendo considerada uma das primeiras espécies a ser cultivada.
No Brasil foi introduzido na capitania de São Vicente, atual estado de São Paulo, por volta de 1534, pelo Sr. Martin Afonso de Sousa, e após foi implantado em outras regiões acompanhado pelo deslocamento das populações. Porém a região Sul apresentou as melhores condições de adaptabilidade para os requerimentos da cultura (DIJALMA-1996).
O grão de trigo é fonte de energia (carboidratos, proteínas e fibras) e ferro, além de vitaminas B1 e B2, sendo ele, responsável por oferecer 20% das calorias consumidas pelo homem. Por ter várias opções de preparo, na culinária, se torna um importante e essencial alimento, assim de consumo cada vez maior por parte da população, em consequência a isso, ocorre uma movimentação na economia mundial.
O rendimento de grãos é fortemente influenciado pelas condições climáticas e meteorológicas durante a safra. Os principais riscos de perda de rendimento de grãos em algumas regiões se relacionam ao excesso de chuva após a maturação fisiológica e período de colheita e ocorrência de geadas e déficit hídrico no florescimento. Outros fatores que interferem neste rendimento, dependendo da localidade, são a umidade e a temperatura do ar elevadas durante o período de florescimento e enchimento de grãos.
Apesar das constantes pesquisas em prol do melhoramento genético da cultura do trigo, se sobressaem as intempéries sofridas pelos produtores, os quais estão expostos a muitas incertezas, tanto climáticas, quanto de mercado.
Para minimizar os efeitos negativos trazidos pelas adversidades sofridas dentro de uma safra de trigo, é de suma importância se conhecer as fragilidades da cultura podendo proporcionar um manejo adequado, evitando ao máximo possíveis riscos que venham acontecer desde o plantio até a colheita.
2 DESENVOLVIMENTO
O trigo é considerado um cereal pertence à família Poaceae.
Dentro do gênero Tritcum, há 14 espécies de trigo. Entretanto, apenas cinco são cultivadas comercialmente. As espécies mais importantes são Triticum aestivum e Triticum durum. O trigo comum (Triticum aestivum) abrange cerca de 90% da produção mundial (EMBRAPA).
Nos últimos 30 anos, a área de trigo no Brasil tem oscilado significativamente, isto por consequência de políticas econômicas inconsistentes e influência de condições climáticas adversas, principalmente na região Sul.
A cultura, até certo ponto, é beneficiada em áreas mais altas, pois seu ciclo de desenvolvimento é modulado principalmente pela temperatura e pelo fotoperíodo. Temperaturas amenas nessas regiões permitem que o potencial produtivo se expresse de forma compatível com rendimentos elevados, por meio de maior período de perfilhamento, período reprodutivo mais extenso e maior disponibilidade de assimilados para o enchimento de grãos em comparação com regiões baixas e quentes.
A temperatura e um dos fatores fundamentais para uma boa produtividade na cultura do trigo, pois a planta, em seus diferentes estádios, necessita de diferentes temperaturas para que não ocorra anormalidades na sua fisiologia, como por exemplo, danos ocasionados por temperaturas muito baixas (geada) e por temperaturas muito elevadas na fase de floração, impactando diretamente na hora do rendimento da cultura.
As regiões brasileiras onde é cultivado o trigo caracterizam-se por não terem temperaturas tão frias quanto às regiões onde o cultivo tritícola e tradicional, assim sendo, as variedades utilizadas no Brasil são menos exigentes por frio (OSÓRIO, 1992).
No inicio de seu desenvolvimento temperaturas entre 15º e 20ºC, são benéficas, provocando um menor crescimento vegetativo, com uma melhora no enraizamento e um acréscimo no perfilhamento, ou seja, temperaturas altas no inicio do desenvolvimento condizem com redução do perfilhamento (redução do desenvolvimento de afilhos) e menor tamanho das futuras espigas. Geadas neste estádio de desenvolvimento não causam danos significativos à planta.
Temperaturas baixas (inferiores a 0ºC), formação de geada, próximo ao período de florescimento e frutificação causam irreversíveis danos à cultura do trigo. Segundo Scheeren et al. (2000) quando ocorre geada no período de espigamento e florescimento os danos são severos, havendo esterilidade das flores, em consequência disto, ocorre redução no número de grãos por espigueta e prejuízos no enchimento dos grãos (enrugamento), resultando em baixo peso especifico (pH), tendo assim menor rendimento e uma qualidade inferior dos grãos. Através de observações feitas, até hoje, se analisou que todos os genótipos cultivados no Brasil não possuem resistência à geada.
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