A Engenharia de Biomateriais
Por: feprr • 12/8/2019 • Relatório de pesquisa • 2.650 Palavras (11 Páginas) • 285 Visualizações
Faculdade de Ciências Farmacêuticas
UNESP Araraquara
Biocatálise e Biotransformação
Enzimas na produção de laticínios
Curso: Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia
Docente: Profa. Dra. Ariela Veloso de Paula
Alunos:
Felipe Pereira
Guilherme Rodrigues
Mayra Valvano
Pedro Almeida
Araraquara
2018
RESUMO
As enzimas são catalisadores biológicos altamente específicos que diminuem a energia de ativação das reações sem serem consumidas no processo, apresentando diversas vantagens em relação aos catalisadores químicos. A indústria alimentícia é uma das principais áreas de utilização de enzimas, sendo elas microbianas, de origem vegetal ou animal. Estas podem tornar os alimentos mais digestivos, nutritivos e mais saborosos, atuando nos segmentos de panificação, biscoitaria, indústrias de massas, cervejarias, laticínios entre outros. Na área dos laticínios, as enzimas mais importantes são a protease, a lipase e a renina na fabricação do queijo, a lactase no tratamento do leite, a catalase na remoção do peróxido de hidrogênio empregado durante a esterilização do leite, a sulfidril-oxidase na remoção do odor desagradável de leite quente e a lisozima, utilizada na redução da carga bacteriana presente no leite e seus derivados.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 4
1.1 Definição, estrutura e classificação de enzimas 4
1.2 Enzimas na indústria de laticínios 5
2. OBJETIVOS 7
2.1 Objetivo geral 7
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 8
3.1 Lactase 8
3.2 Catalase 8
3.3 Sulfidril-oxidase 9
3.4 Lisozima 9
3.5 Enzimas envolvidas na fabricação de queijos 9
3.5.1 Renina na coagulação do leite 10
3.5.2 Prensagem 10
3.5.3 Salga 10
3.5.4 Lipases e proteases na maturação 11
4. CONCLUSÃO 12
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 13
1. INTRODUÇÃO
1.1 Definição, estrutura e classificação de enzimas
Segundo Nelson e Cox (2014), as enzimas são proteínas que catalisam reações, ou seja, são responsáveis por acelerar a velocidade de uma reação ao diminuir a sua energia de ativação, porém sem alterar a entalpia da mesma, já que a energia dos produtos e reagentes é a mesma com ou sem enzima. Esse processo ocorre de maneira que a enzima se liga ao substrato, formando um composto intermediário denominado complexo enzima-substrato, que se decompõe em enzima e produto da reação, como ilustrado na figura 1. Esse composto intermediário pode ser formado por dois modos, que dependem da ligação do substrato ao sítio ativo da enzima: modelo chave fechadura, em que a enzima possui sítio ativo complementar ao substrato, e modelo do ajuste induzido, em que enzima e substrato sofrem mudança conformacional para o encaixe.
Os catalisadores enzimáticos são naturais, apresentam alto grau de especificidade, possuem condições favoráveis de pH e temperatura, raramente produzem subprodutos, possuem baixa toxicidade e são econômicos, já que são produzidos por seres vivos.
Figura 1. Atuação de uma enzima[pic 1]
As proteínas se dividem em três níveis de organização estrutural, logo, as enzimas por serem proteínas, possuem estrutura primária, secundária e terciária.
A estrutura primária é responsável pela sequência de aminoácidos que compõe a enzima, e irá definir as estruturas secundária e terciária. Sua função é definir os próximos níveis estruturais e as propriedades químicas e biológicas da proteína. A estrutura secundária está relacionada com padrões de enovelamento repetidos encontrados em alguns trechos da cadeia polipeptídica, sem levar em consideração as interações das cadeias laterais dos aminoácidos. Sua função é dar início ao enovelamento da cadeia polipeptídica. A estrutura terciária é caracterizada pelo enovelamento completo da proteína em sua forma biologicamente ativa, formada pela união das estruturas secundárias e as interações entre as cadeias laterais dos aminoácidos, através de ligações hidrofóbicas, iônicas, covalentes e pontes de hidrogênio.
Cada enzima possui um valor de pH ótimo, ou seja, uma ionização adequada dos aminoácidos presentes no sítio ativo para garantir a sua atividade máxima. Uma enzima também possui temperatura ótima para realizar sua atividade máxima, e pode perder a sua estrutura terciária caso a temperatura ultrapasse a temperatura de desnaturação (desativação térmica). Geralmente as enzimas apresentam atividade máxima em pH neutro e em temperaturas que variam entre 30°C a 70°C, sendo que o pH e temperatura ótimos variam com a enzima e sua origem.
“As enzimas podem ser classificadas de acordo com vários critérios. O mais importante foi estabelecido pela União Internacional de Bioquímica (IUB), e estabelece seis classes” (NELSON; COX, 2014), que estão descritas no Quadro 1. Dentro das classes de enzimas podem existir diversas outras nomenclaturas, como por exemplo, dentro das oxirredutases destacam-se a catalase, as glucoseoxidases e as lipoxigenases.
Quadro 1. Classificação das enzimas pela IUB
CLASSES DE ENZIMAS |
Oxirredutases: Catalisam reações de oxiredução, transferindo elétrons, hidretos (H-) ou protões (H+). |
Transferases: Transferem grupos químicos entre moléculas. |
Hidrolases: Utilizam a água como receptor de grupos funcionais de outras moléculas. |
Liases: Formam ou destroem ligações duplas, respectivamente, retirando ou adicionando grupos funcionais. |
Isomerases: Transformam uma molécula em seu isômero. |
Ligases: Formam ligações químicas por reações de condensação, consumindo energia sob a forma de ATP. |
1.2 Enzimas na indústria de laticínios
Segundo Coelho, Salgado e Ribeiro (2008), as enzimas beneficiam a indústria alimentícia pois podem tornar os alimentos mais saborosos, nutritivos, digestivos e mais bonitos, e embora possam permanecer no produto final, não são consideradas como aditivos alimentares, e sim auxiliares no processamento de alimentos.
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