A Engenharia de Tráfego

1. Introdução

O notório aumento do número de veículos em circulação no país com o passar dos anos tem como consequência fatores como: o crescimento da população habitante dos centros urbanos, o relativo aumento de seu poder aquisitivo, o crescimento dos centros urbanos e consequente aumento das distâncias a serem percorridas, e também, a agenda deficiente do Estado no que se diz respeito à transporte público e meios alternativos de transporte.

Tais fatores em conjunto com uma já existente infraestrutura rodoviária precária instalada nas cidades, fazem com que a engenharia de tráfego seja fator majoritário e preponderante na tentativa de compreender os fenômenos do tráfego e contornar os principais problemas existentes no sistema de trânsito de uma cidade, bem como evitar a ocorrência de acidentes.

Para sanar tais deficiências, a engenharia de tráfego lança mão de diversas ferramentas, como as medidas de sinalização vertical e horizontal utilizadas, o controle do fluxo por meio de sinalização do tipo “pare”, bem como por semáforos e rótulas urbanas.

Neste projeto, o enfoque será dado ao controle de fluxo por dispositivo semafórico, analisando-se a necessidade de implantação do mesmo no cruzamento entre a Rua Joaquim Cordeiro e a Avenida Rio Branco, localizado no Bairro Cazeca, na cidade de Uberlândia, Minas Gerais.

 Segundo o DENATRAN (1984), “A sinalização semafórica é um subsistema da sinalização viária que se compõe de indicações luminosas acionadas alternada ou intermitentemente por meio de sistema eletromecânico ou eletrônico. Tem ainda a finalidade de transmitir diferentes mensagens aos usuários da via pública, regulamentando o direito de passagem ou advertindo sobre situações especiais nas vias.”

Sabe-se, entretanto, que a instalação de um semáforo sem o devido estudo de sua necessidade e devido dimensionamento pode ocasionar impactos negativos tão graves quanto sua ausência.

De acordo com Akishino (2005), caso seja instalado de forma correta, os semáforos favorecem a redução de acidentes e o maior conforto de veículos e pedestres. Caso contrário, pode acarretar um aumento no número de acidentes, no número de paradas, esperas desnecessárias, estímulo ao desrespeito da sinalização, entre outros.

Dessa forma, para o desenvolvimento da análise proposta neste projeto, o trabalho foi dividido em três etapas principais. Primeiramente, avaliou-se a necessidade de implantação do dispositivo semafórico no cruzamento, através dos métodos matemáticos previstos no Manual do DENATRAN. Em seguida, utilizou-se o software HCS+ para análise de planejamento para a implantação do dispositivo, bem como para a avaliação da operação e otimização do dispositivo já existente no local.

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1. Dados fornecidos para o projeto

Para dar início a este projeto, seria primeiramente necessário realizar uma pesquisa de campo na interseção que se deseja analisar, para realizar a contagem volumétrica classificada de veículos que por ali trafegam.

Entretanto, neste projeto, tais dados foram fornecidos, conforme as Tabelas a seguir.

Tabela 1 - Contagem volumétrica classificada da aproximação Avenida Rio Branco.

[pic 1]

Tabela 2 - Contagem volumétrica classificada da aproximação Rua Joaquim Cordeiro.

[pic 2]

Além disso, foram fornecidos ainda dados complementares que caracterizam a via, listados a seguir.

• Conforme o Manual de Semáforos do DENATRAN, adotar fator de equivalência para ônibus e caminhões igual a ;[pic 3]
• Inclinação da Avenida Rio Branco é de  e na Rua Joaquim Cordeiro é de;[pic 4][pic 5]
• Velocidade de aproximação: Avenida Rio Branco; Rua Joaquim Cordeiro ;[pic 6][pic 7]
•  do fluxo de veículos que segue reto na Avenida Rio Branco utilizam a faixa da esquerda;[pic 8]
•  do fluxo de veículos que segue reto na Rua Joaquim Cordeiro utilizam a faixa da esquerda.[pic 9]

Ainda foi fornecido o esquema das aproximações do cruzamento, que pode ser observado na Figura a seguir.

[pic 10]

Figura 1 - Esquema do dispositivo semafórico instalado no cruzamento analisado.

Fonte: DENATRAN (1984).

A partir de tal esquema, será realizada a etapa 3 definida para este projeto. Para isto, extraiu-se do esquema os parâmetros básicos de geometria e gerais da interseção, como número e largura de faixas, tipos de movimentos, declividades das aproximações, presença de estacionamento junto ao meio-fio e de ponto de ônibus urbano nas imediações, bem como se há volume significativo de pedestres e o tempo das fases do semáforo existente.

A Tabela a seguir reúne tais informações.

Tabela 3 - Informações da interseção.

Parâmetro	Av. Rio Branco	Rua Joaquim Cordeiro
N˚ de faixas	2	2
Largura de faixas	6,70	6,15
Declividades	0%	-8%
Estacionamento	Sim	Sim
Largura estacionamento	2,10	2,10
Ponto de ônibus	Não	Sim

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1. Estudo dos movimentos conflitantes

Para a interseção em estudo, tem-se os seguintes movimentos mostrados da Figura. Os movimentos 1 e 2 possuem mesma origem, entretanto são divergentes. O mesmo ocorre com os movimentos 3 e 4.

[pic 11]

Figura 2 - Movimentos existentes da interseção em estudo.