A INDÚSTRIA SIDERÚRGICA BRASILEIRA DEZ ANOS PÓS-PRIVATIZAÇÃO: UMA ANÁLISE FINANCEIRA DO CASO ACESITA
Trabalho Escolar: A INDÚSTRIA SIDERÚRGICA BRASILEIRA DEZ ANOS PÓS-PRIVATIZAÇÃO: UMA ANÁLISE FINANCEIRA DO CASO ACESITA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: dhiandrya • 25/9/2013 • 3.047 Palavras (13 Páginas) • 786 Visualizações
A INDÚSTRIA SIDERÚRGICA BRASILEIRA DEZ ANOS PÓS-PRIVATIZAÇÃO: UMA ANÁLISE FINANCEIRA DO CASO ACESITA
Resumo
O processo de privatização dos diversos setores de atividade da economia nacional tem gerado inúmeras discussões a respeito dos resultados obtidos em relação à sociedade brasileira de forma geral e as partes envolvidas no processo.
Com o setor siderúrgico não foi diferente, em 2001, dez anos pós-privatização, é necessário avaliar quais foram as melhorias que foram realizadas e onde ainda se pode evoluir nesta indústria, que é considerada como essencial para o desenvolvimento do país.
Este estudo busca esclarecer os impactos financeiros deste processo sobre o setor siderúrgico, mostrando quais foram as mudanças ocorridas no caso da indústria de aços especiais ACESITA.
Introdução
Pode se afirmar que o setor siderúrgico brasileiro acompanha o desenvolvimento dos maiores centros siderúrgicos do mundo no decorrer de sua existência. Isso se deve, inicialmente a inserção de capital estatal no setor que ocorreu até o final da década de 70. Na década de 80, a chamada “década perdida” para o Brasil, houve uma desaceleração de quase todos os setores econômicos do país o que também potencializou as limitações da siderúrgica estatal, criando entraves ao seu desenvolvimento.
Com a crise instalada no Estado brasileiro, houve uma redução brusca nos investimentos destinados ao setor siderúrgico o que acabou tornando fundamental a entrada de capital privado para dar continuidade ao desenvolvimento do setor.
O processo de privatização das siderúrgicas estatais no Brasil ocorreu em duas fases. A primeira fase teve início em 1988 e constituiu, na grande maioria, privatizações de pequeno porte. Já na segunda fase, que abrangeu o período de 1991 a 1993, o processo se acentuou com o Programa Nacional de Desestatização quando todas as siderúrgicas restantes, incluindo a Acesita, foram privatizadas.
O valor total das negociações que giraram em torno do processo de privatização do setor chegou a US$ 8,2 bilhões, se considerados os valores referentes às dividas das empresas.
O período posterior ao processo de privatização foi marcado por profundas mudanças dentro de todo o setor siderúrgico nacional. Houve uma mudança do modelo de substituição das importações, bem como a liberalização maior por parte do governo a respeito de preços e alíquotas de importações, advindas com a abertura econômica do país.
Nesse processo as empresas nacionais buscaram ganhar competitividade tanto no mercado interno, que passou a ser competitivo entre as empresas uma vez que estas poderiam produzir os mesmos tipos de aço, como no mercado externo, que no decorrer do tempo passou a ser o grande alvo para a expansão do setor nacional.
Após um período de investimento, principalmente em tecnologia, por parte das siderúrgicas brasileiras, o setor tornou-se competitivo no contexto mundial. Isso acabou despertando interesse dos grandes grupos internacionais, que é o caso da Usinor, hoje parte do grupo Arcelor, que em 1998 comprou participação nas empresas Acesita e CST, e ainda outros grupos de expressão que entraram na participação de outras empresas nacionais.
Este trabalho visa detalhar as mudanças estratégicas e os investimentos utilizados durante os dez anos pós-privatização e avaliar no âmbito financeiro quais foram as principais contribuições que fizeram da ACESITA, uma empresa diferenciada dentro do mercado siderúrgico nacional.
Metodologia
Busca-se através deste artigo, analisar as mudanças ocorridas, tanto no âmbito estratégico quanto financeiro da empresa. Ao longo do artigo, verificar-se-á todos os índices abaixo citados, como forma de justificar a situação da empresa em um comparativo entre o ano da privatização em 1992 e o ano de 2001, representando assim o que ocorreu dez anos após a privatização da ACESITA.
Tabela1 – Tabela de Índices
Índices Cálculo do Índice Objetivo do Índice Avaliação do Índice
Estrutura de Capital
Participação do Capital de Terceiros CT/PL x 100 Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros sobre o capital próprio Quanto menor, melhor
Composição do Endividamento PC/CT x 100 Qual o percentual de obrigações a curto prazo em relação às obrigações totais Quanto menor, melhor
Imobilização do PL AI/PL x 100 Quanto a empresa tem aplicado em ativo permanente em relação ao capital próprio Quanto menor, melhor
Imobilização dos Recursos Correntes AI/AC x 100 Quanto a empresa tem aplicado em ativo permanente em relação aos recursos correntes Quanto menor, melhor
Liquidez
Liquidez Geral AC/PC Quanto a empresa possui de ativo circulante mais realizável a longo prazo sobre a dívida total Quanto maior, melhor
Custos
Custo do Produto Vendido Sobre Vendas Líquidas CPV/V x 100 Participação do custo de produção sobre as vendas líquidas Quanto menor, melhor
Despesas Operacionais sobre Vendas Líquidas DO/V x 100 Participação das despesas operacionais sobre as vendas líquidas Quanto menor, melhor
Despesas Financeiras sobre Vendas Líquidas DF/V x 100 Participação das despesas Financeiras sobre as vendas líquidas Quanto menor, melhor
Rentabilidade
Giro do Ativo V/A x 100 Quanto a empresa vendeu sobre investimento realizado Quanto maior, melhor
Margem Líquida LL/V x 100 Qual foi o Lucro sobre as Vendas Quanto maior, melhor
Rentabilidade do Ativo LL/A x 100 Qual foi o Lucro sobre o Capital Investido Quanto maior, melhor
Rentabilidade do PL LL/PLM x 100 Qual foi o Lucro sobre o Capital Próprio Quanto maior, melhor
Obs: CT – Capital de Terceiros, PL – Patrimônio Líquido, AI – Ativo Imobilizado, AC – Ativo Corrente, PC – Passivo Circulante, CPV – Custo do Produto Vendido, V – Venda Líquida, DA – Despesa Administrativa, DF – Despesa Financeira, A – Ativo, LL Lucro Líquido, PLM – Patrimônio Líquido Médio. Os índices multiplicados por 100 estão expressos em valores
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