A Introdução a Engenharia de Segurança
Por: Gustavo Lamas Guslamas • 17/3/2021 • Resenha • 1.271 Palavras (6 Páginas) • 152 Visualizações
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Resenha Crítica de Caso
Gustavo Lamas da Silva
Trabalho da disciplina Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho
Tutor: Prof. Márcio Jorge Gomes Vicente
Niterói, RJ
2020
SEGURANÇA DO TRABALHO NA ALCOA (B)
Referência: SPEAR, STEVEN J. Segurança do Trabalho na ALCOA (B). Escolas de Negócios de Harvard (Harvard Business School) – Rev. 30 de Março de 2000.
O case nos apresenta o CEO da Alcoa Inc., Paul O’Neil, um executivo americano que tinha como principal prioridade a segurança do trabalho, dedicado em criar um ambiente de trabalho seguro com o objetivo de atingir a meta de zero dias de trabalho perdidos por qualquer doença ou lesão e com a missão de tornar a Alcoa Inc. uma empresa “líder em segurança”.
Por meio do investimento na segurança do trabalho, feito por O’Neil, houve a capacitação de profissionais, a definição de processos de segurança, as adequações nos processos de fabricação, assim como dos “layouts” e plantas das fábricas. Através destas e outras medidas implantadas a Alcoa Inc. atingiu uma alta rentabilidade para o investimento em questão.
Durante a implantação dos processos de segurança do trabalho na Alcoa Inc., o CEO, teve um grande apoio de pessoas de vários níveis da empresa, entre elas José Taragano, Diretor de Meio Ambiente, Saúde e Segurança nas Operações Latino-americanas da Alcoa Inc.; Rick Kelson, Vice Presidente executivo de meio ambiente, saúde e segurança; e o do Presidente da Alcoa Inc., Alain Belda. Já em outras áreas houve uma certa resistência de implantação dos processos de segurança devido às metas e objetivos a serem cumpridos em função do lucro, mas aos poucos os processos foram sendo implantados sem gerar prejuízos para a Alcoa.
No final do ano de 1995 a Irmã Mary Margaret, uma freira e membra da Coligação para a justiça em Maquiladoras (CJM), representando a sua ordem religiosa que possuía 50 ações da Alcoa, apresentou um documento solicitando a revisão das instalações da Maquiladora da Alcoa em Acuña, México, porém tal solicitação não foi aceita pelos acionistas e seu pleito não foi analisado.
Na reunião anual de acionistas da Alcoa Inc., realizada em 10 de maio de 1996, Paul O’Neil informou que a empresa atingiu lucros recordes e uma melhoria contínua nas medidas de segurança do trabalho após os investimentos realizados, chegando a equiparar os valores de segurança da Alcoa Inc. aos da empresa referência entre as industriais americanas. Nesta reunião a Irmã Mary Margaret questionou novamente as práticas adotadas pela a Alcoa nas Maquiladoras informando que o comportamento da empresa no México era incompatível com os seus valores amplamente divulgados e apresentando denúncias sobre não conformidade com os regulamentos locais, salários, condições de trabalho, exposição dos trabalhadores a vazamentos de gases tóxicos e a outros riscos a saúde e segurança, assim como a resposta da empresa a estes riscos.
Esta maquiladora mexicana era parte da unidade da Alcoa Fujikura, AFL, com sede em Brentwood, Tennesseee. Uma das 21 unidades de negócios dentro da Alcoa.
Em função da denúncia apresentada, Paul O’Neil solicitou uma investigação “in loco” com uma equipe composta por 6 membros. A equipe tinha como membros especialistas em saúde e segurança. A diligência deixou a Sede da Alocoa Inc. em Pittsburgh rumo ao México no dia 14 de maio de 1996, quatro dias após a reunião anual dos acionistas. A equipe vistoriou cinco fábricas e entrevistou funcionários e diretores. No dia 17 de maio de 1996 os investigadores entregaram o relatório com as suas conclusões à O’Neil.
O documento apresentado informou que não havia não conformidades nas unidades investigadas e sem riscos de intoxicação dos trabalhadores a vazamentos de gases tóxicos, mas que houve alguns casos de intoxicação alimentar sem prejuízos aos dias de trabalho. Além disto, a divisão Mexicana tinha muito menos dias de trabalho perdido do que qualquer outra unidade da empresa e que dos 31 empregadores da região a Alcoa Inc. era a terceira maior remuneração.
Apesar das informações positivas apresentadas acima, foram verificados alguns casos envolvendo a segurança e saúde dos trabalhadores em duas fábricas da AFL no México no período de setembro a novembro de 1994 e para a surpresa dos investigadores estes casos não foram reportados a Alcoa Inc..
Em setembro de 1994, 173 funcionários da fábrica nº 4 foram enviados para hospitais em função da ocorrência de desmaio; 30 funcionários apresentaram queixas quanto a dores de cabeça, náuseas, vômito, tonturas, fala de coordenação, depressão, letargia e irritação na garganta; dos 30, 13 apresentaram sinais clínicos de doença. Em função das ocorrências apresentadas a AFL adjudicou uma empresa de consultoria externa para a investigação. Uma semana após os eventos um higienista industrial foi enviado à fábrica em questão para investigar os fatos. Amostras de sangue dos colaboradores foram coletadas, porém em função de uma falha do laboratório de análises clínicas os exames de sangue não foram finalizados. Duas semanas após a investigação o higienista da empresa de consultoria apresentou o seu relatório sugerindo uma possível intoxicação por monóxido de carbono, porém em função de falta de provas concretas o fato não pode ser confirmado e nenhuma ação foi tomada pela AFL.
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