A ORIGEM E DEFINIÇÃO DE FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS
Por: Jéssyca Basi • 11/1/2023 • Resenha • 3.200 Palavras (13 Páginas) • 92 Visualizações
1. ORIGEM E DEFINIÇÃO DE FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS
De acordo com Costa et al. (2018), a alta demanda por aumento de insumos para a população mundial, tem exigido que setores da agropecuária invistam em ferramentas que acelerem o cultivo de alimentos oriundos do solo, de forma que não se perca a qualidade, mas que atenda à quantidade de pessoas que só cresce a cada ano. Logo, as práticas de cultivo têm maior cuidado com as questões que envolvam o tratamento do solo, um sistema de plantio eficiente e adubações que atendam às necessidades do ambiente onde o alimento será cultivado.
Muitas são as estratégias para que estes aspectos sejam compreendidos na agricultura, mas em decorrência do alto grau de exigência para a demanda de alimentos, o Brasil tem dependido de insumos estrangeiros para conseguir dar conta de todo o cultivo. O país sendo uma das potências da agropecuária, acaba importante fertilizantes de origem mineral, comprando cerca de 34 bilhões de toneladas por ano, revelando a necessidade que este setor possui (ANDA, 2017).
Diante isto, Rabelo (2015) explica que os vegetais necessitam de pelo menos 16 (dezesseis) elementos químicos para se desenvolverem plenamente, onde estes são oriundos do solo, da água, do ar e também de fertilizantes. Os fertilizantes quando são adicionados ao solo, quando no caso dos orgânicos, sofrem alterações de decomposição que auxiliam na nutrição da região, sendo benéfico para a planta que cresce no ambiente; no caso dos minerais, ao realizar seu ciclo biológico, acaba liberando compostos que nutrem o vegetal conforme suas etapas, sendo bastante econômico para os profissionais da área.
A Empresa Biosul Fertilizantes (2019), relata que os primeiros fertilizantes surgiram ainda no período neolítico, utilizando restos cinzas e estercos para cuidar de suas plantas. A ideia de um adubo orgânico surgiu apenas em 8 mil a.C., quando a China implementou o uso de resíduo vegetal e animal para cuidar das lavouras. Os romanos também utilizavam este tipo de fertilizante, mas foi apenas na Idade Média que os fertilizantes começaram a ser vendidos. Em 1814, foi conhecido o fertilizante NPK (Nitrogênio, Fósforo e Potássio) na Europa, pois o esterco teria sido um sucesso e por isso estava em falta e os pesquisadores da época descobriram sobre a necessidade de minerais para vida útil dos vegetais.
Os fertilizantes do tipo organominerais, foram descobertos a partir dos dejetos de animais da pecuária, onde fora constatado um grande volume de minerais nestas substâncias, como nitrogênio, fósforo e potássio. A partir disto, além de uma alternativa econômica e útil para a agricultura, fora possível encontrar uma destinação mais sustentável para os dejetos dos animais. Sendo assim, percebe-se que os fertilizantes organominerais são uma alternativa bastante benéfica, além de demonstrar grande tecnologia no que tange a área da agropecuária (EMBRAPA, 2022).
Entretanto, é necessário compreender que cada tipo de solo, cada tipo de vegetal e cada tipo de lavoura necessita de nutrientes diferentes, e por isso, é importante que se conheça estas vertentes para escolher o mais adequado. O tópico a seguir pleiteia os tipos de fertilizantes, explicando a composição de cada um e a sua aplicação.
1.1 Tipos de fertilizantes
A Figura 1 demonstra os tipos de fertilizantes. É importante enfatizar que, independentemente do tipo, trata-se de um composto químico, e por isso, há a manipulação dos componentes para que a molécula se torne viável.
Figura 1 – Tipos de fertilizantes.
[pic 1]
Fonte: Nogueira (2020).
Os fertilizantes farão a função de fornecer os nutrientes necessários às plantas, entretanto, os nutrientes podem ser macro ou micro, assim como para os seres humanos; com a diferença dos tipos de compostos que são importantes para o seu desenvolvimento. Logo, os macronutrientes são importantes para o metabolismo vegetal, compreendendo o nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e o enxofre. Já os micronutrientes, recebendo esse nome pela menor necessidade de quantidade, faz a função reguladora, sendo eles o cloro, o manganês, o boro, o zinco, o ferro, o cobre, o níquel, o molibdênio e o cobalto (BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS, 2019).
Os fertilizantes minerais, também chamados de sintéticos, são manipulados nas indústrias, passando por algumas transformações antes de chegarem ao comércio. Estes podem ser nitrogenados, potássicos, fosfatados, mistos (não possui apenas um elemento predominante) ou ainda corretivos (oriundos do cálcio, corrigem o pH do solo). Os fertilizantes orgânicos são oriundos de plantas e animais, e passam por transformações para serem absorvidos pelos vegetais. Apesar de serem menos eficientes, acabam nutrindo a microbiota do solo, melhorando as condições físico-químicas do ambiente; sendo simples, mistos e compostos (alterações industriais) (BOAS PRÁTICAS AGRÔNOMICAS, 2019).
Os fertilizantes organominerais são uma mistura destes dois tipos de fertilizantes, sendo classificados em Classe A e Classe B. A Classe A utiliza matéria-prima oriunda da agropecuária, do comércio e das indústrias; não tendo relação com contaminantes antropológicos, como esgotos. Já o de Classe B utiliza tipos variados de matéria-prima, podendo ser originado de atividades antropológicas, mas com uso autorizado por órgãos ambientais competentes (PESSOA, 2020).
Pessoa (2020) estabelece com exemplos de fertilizantes organominerais, o de esterco granulado com adição de fertilizante, onde ambos podem ser vistos a olho nu em formato de grânulos e pellets e o de organomineral fundido, onde não é possível distinguir os dois tipos de matérias, podendo ter diferentes concentrações de acordo com a necessidade do solo. O autor ainda define que os fertilizantes organominerais podem ser sólidos ou fluídos (para irrigação).
Nogueira (2020) estabelece que partículas pequenas se decompõem mais rápido, e por isso podem ser mais efetivos, porém, nem sempre são mais eficientes, motivo pelo qual o autor define o melhor adubo como os líquidos. Para ele, adubos líquidos são melhor transportados e podem ser aplicados através de irrigação, o que facilita o seu uso. Suas concentrações são bem altas, por isso sua dosagem deve ser bem medida para que as folhas não sofram com ressecamentos ou outros tipos de danos.
Diante isto, é importante considerar a eficiência do produto químico que será utilizado, de forma a evitar tais danos e obter os objetivos almejados ao fertilizar um vegetal. Assim, o tópico seguinte elenca o nível de eficiência encontrado na literatura, a respeito dos fertilizantes organominerais.
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