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A Oficina de Leitura e Interpretação

Por:   •  31/8/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.405 Palavras (6 Páginas)  •  165 Visualizações

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UVA – UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

ALUNO:

Matrícula:

OFICINA DE LEITURA E INTERPRETAÇÃO

AVA 2

Rio de Janeiro / RJ

2019

SUMÁRIO

Apresentação.......................................................................................................

Produção de textos e construção social

Texto.....................................................................................................................

Música, a forma poética do discurso

Referências Bibliográficas.................................................................................

Anexos..................................................................................................................

Letra da música: Paratodos (Chico Buarque)

Letra da música: Milonga del Moro Judio (Jorge Drexler)

Letra da música: El Pianista del Gueto de Varsóvia

        

APRESENTAÇÃO

Produção de textos e construção social

Os textos que circulam na sociedade refletem as ideologias e a cultura de uma determinada época. Dessa forma, como leitores interagimos com as mensagens recebidas, avaliando-as criticamente. Podemos concordar ou discordar de um determinado conteúdo, elaborando argumentos que são fundamentados na nossa visão de mundo e nas nossas convicções.

Todavia, devemos sempre fazer uma análise contextualizada, especialmente quando o texto está associado a um discurso social.

De que forma os textos — sejam eles literários, jornalísticos, publicitários etc. — atuam sobre a percepção do leitor e como eles podem modificar o sujeito e a cultura de uma sociedade?

Propõe-se, como atividade, uma reflexão sobre a relação entre o texto e o leitor, na qual você disserte sobre a importância dos textos na construção da sociedade. Você poderá selecionar um texto, a fim de exemplificar a sua resposta. Nesse caso, reproduza o texto selecionado como anexo ao trabalho.

Sua dissertação deverá estar fundamentada nos estudos das unidades e ser elaborada com o mínimo de uma lauda e o máximo de duas laudas.

O texto deverá ser autoral e atender às normas da ABNT.

TEXTO

MÚSICA, A FORMA POÉTICA DO DISCURSO

Quando estava buscando uma referência para desenvolver esse trabalho, tudo o que eu pensava me remetia a discursos sociais e me assustava pensar em acabar levando a minha análise para um cunho político. Talvez por isso (e pelo meu amor pela música), tenha resolvido falar de textos que trazem uma poesia no discurso, mesmo que este seja um discurso social.

Eu costumo prestar muita atenção em letras de músicas, interpretando primeiro da forma que eu a recebo, da forma que esse texto me toca e depois procuro pensar no que o autor quis passar com essa mensagem. Muitas vezes vou pesquisar se aquela letra tem algum motivo de ser. Quando pensamos em letras de músicas que estão associadas a um discurso social, sabemos que sempre se refere a alguma questão. Independente da sua posição sobre o assunto em questão é sempre bom analisar o olhar do outro, nesse caso o compositor/autor. No caso de letras de músicas, além do discurso social, consigo ver o assunto de uma forma poética. O que torna o exercício da leitura, uma atividade mais prazerosa. Acho que esse tipo de texto, consegue atingir a pessoas que talvez não tenham o hábito da leitura. Quem não ouve uma música e não pensa sobre a temática cantada? Acredito que sejam poucos.

Tem duas músicas que gosto muito e que falam de assuntos bem distintos, mas que me remetem a um único tema, que é o da miscigenação. A primeira delas é PARATODOS, de Chico Buarque. Uma música que ele fez em homenagem a Tom Jobim, por conta de uma frase que o Tom sempre repetia: “O meu pai era gaúcho, o meu avô era do Leme, em São Paulo, o meu bisavô era cearense, e eu sou até primo de Vinícius[1]”. A segunda música é MILONGA DEL MORO JUDIO, de Jorge Drexler. Uma fala da migração de um artista brasileiro, todas as dores e amores percorridos onde a salvação é a arte. A outra fala sobre a guerra religiosa. Apesar de serem temas totalmente diferentes, na letra de Jorge Drexler, quando se lê o refrão, Yo soy un moro judio/Que vive con los cristianos/No sé que dios es el mío/ Ni cuales son mis hermanos”, eu consigo perceber a mesma mistura de povos que o Chico Buarque fala  quando discorre sua ascendência em PARATODOS.

Quando ouço essas canções, penso em racismo, em disputa de poder, em guerras, em misérias, em dores, e nas minorias em geral, mesmo que nem sempre esses temas estejam explicitados nas letras. Me dói pensar na vida de um nordestino que migra para o Sudeste e tem que abandonar sua família, penso na miséria que muitos deles vivem na busca por uma vida melhor, penso nas guerras que são motivadas por dominação, seja ela territorial ou religiosa, penso nas mortes por conta de diferentes posições religiosas, politicas, raciais ou sexuais. Por outro lado, apesar da tristeza que há na letra de Jorge Drexler, eu sinto que ele acredita em alguma força que o faça lutar contra todo o mal da guerra, assim como Chico Buarque cita a “cura através da música” em vários momentos de sua letra, como por exemplo, “Nessas tortuosas trilhas, a viola me redime”.

Da mesma forma que essas letras me fazem parar para pensar na temática, existem outras que me despertam o interesse em outras formas de linguagem. Continuando a falar sobre Jorge Drexler, ele tem uma música chamada EL PIANISTA DEL GUETO DE VARSÓVIA, que, quando a ouvi, imediatamente quis assistir ao filme e depois descobri que existia o livro e também quis ler. Descobrir as semelhanças e diferenças nas imagens que criei quando tive em contato com cada uma delas, me faz entender a relação entre o leitor e o autor. A leitura que o Drexler fez do livro O PIANISTA de Wladyslaw Szpilman, com certeza não foi exatamente igual à que o Roman Polanski fez e nem mesmo a mesma que eu fiz de cada um desses autores.

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