TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

ANÁLISE DA PRODUÇÃO BRASILEIRA DE ÁLCOOL NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE

Por:   •  16/2/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.921 Palavras (16 Páginas)  •  291 Visualizações

Página 1 de 16

ANÁLISE DA PRODUÇÃO BRASILEIRA DE ÁLCOOL NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE

George Gonçalves dos Passos

Engenharia de Produção Mecânica

1. Introdução

Quando levantamos a importância do conhecimento da realidade, damos especial atenção a um assunto polêmico muito discutido atualmente que é a preservação ambiental e o modelo de sustentabilidade. Diante de inúmeros problemas como enchentes, terremotos, ciclones e tornados, entre outros, o tema da preservação ambiental sustentável vem sendo mais pensado e discutido.  

Dias (2004) afirma que o papel da educação ambiental voltada para a sustentabilidade no contexto em que vivemos torna-se urgente. Afinal, o comportamento agressivo do homem à natureza vem se intensificando cada vez mais e se aproximando de um ponto irreversível, pondo em risco a própria sobrevivência humana. A partir de então, a conscientização ecológica vem tomando corpo, se difundindo e se diversificando com muita rapidez. Atualmente não se pode negar a importância das questões ambientais nas mais diferentes esferas da sociedade como agricultura, saneamento, urbanismo, educação, economia e política (FRACALANZA, 1992). Partindo deste ponto, temos que as questões ambientais voltada a sustentabilidade requerem mais do que conhecimentos sistemáticos sobre condições ambientais favoráveis, elas requerem subjetividade, requerem reconhecimento sobre necessidades individuais e coletivas, requerem participação e comprometimento com a luta social e emancipatória por um ambiente saudável (JANKE, 2005)

O comportamento agressivo do homem à natureza vem se intensificando cada vez mais e se aproximando de um ponto irreversível, pondo em risco a própria sobrevivência humana. A partir de então, a atitudes sustentáveis vem tomando corpo, se difundindo e se diversificando com muita rapidez. Atualmente não se pode negar a importância das questões ambientais nas mais diferentes esferas da sociedade como agricultura, saneamento, urbanismo, educação, economia e política (FRACALANZA, 1992).

Segundo Furuta (1997), as questões ambientais, como foco no modelo sustentável, deve permear todas as disciplinas do currículo escolar, visando à construção de um  novo paradigma que contemple as aspirações populares de melhor qualidade de vida sócioeconômica e um mundo ambientalmente sadio. Acreditamos que esta também deve ser uma realidade para o ensino superior e em disciplinas das mais diversas áreas de formação tal como o curso de Engenharia de Produção Mecânica.

Com base no que foi exposto, analisaremos a produção do álcool brasileiro em base no modelo sustentável e, portanto, trataremos com mais detalhes de três assuntos relacionados a esse tema: o que é sustentabilidade; a produção do etanol propriamente dita; e o conceito de energia limpa. Pretendemos reunir conhecimentos que suportem análises interdisciplinares e a compreensão do contexto em que se insere a cana-de-açúcar como fonte de energia sustentável.


2. A Sustentabilidade

Antes de qualquer ponto primeira pergunta que nos devemos fazer é: O que é Sustentabilidade? Segundo Herculano (1992):

Sustentabilidade é um termo do vocabulário ecológico e diz respeito à tendência dos ecossistemas à estabilidade, ao equilíbrio dinâmico, a funcionarem na base da interdependência e da complementaridade, reciclando matérias e energias, os dejetos de uma forma viva sendo o alimento de outra; os ecossistemas são tanto mais estáveis quanto mais complexos e diversos, e sua permanência é função deste equilíbrio dinâmico. Sustentabilidade nos remete às noções de estabilidade e de ciclos (HERCULANO, 1992, p.25).

        Observemos que sustentabilidade tem a ver com estabilidade e equilíbrio. As ações subjacentes aqui são suportar, aguentar, resistir, conservar, manter, proteger. Sustentabilidade, então, é um conceito ecológico que, quando articulado à sociedade exige a definição dos seus conflitantes interesses. Estabilidade e equilíbrio de quê? Não podemos acreditar na ideia de que a estabilidade e equilíbrio econômico, segundo o interesse do capitalismo industrial, é a mesma ideia de estabilidade e equilíbrio social que trata o setor mais crítico do pensamento ambientalista. Em síntese, a divergência de fundo entre essas posições são: sustentabilidade neste modelo de desenvolvimento que, em sua essência é predatório, ou, ao contrário, construção de outro modelo de desenvolvimento que seja, em sua essência, sustentável?

        Acreditamos que o rumo para a produção brasileira do álcool deverá estar na ótica da segunda abordagem.


3. A Produção do álcool

Hoje em dia, a colheita da cana-de-açúcar é feita, na maioria das vezes, após as queimadas. A queima facilita o corte manual e a extração da palha da planta, não prejudicando o interior do colmo. Porém, as queimadas intensificam a liberação de gás carbônico na atmosfera, e, por conseguinte, o efeito estufa. Para evitar essa problemática no Estado de São Paulo a lei Nº 11.241, de 19 de setembro de 2002, foi promulgada e dispõe sobre o uso do fogo até 2021 deverá ser totalmente abolido em áreas mecanizáveis, ou seja, terrenos acima de 150 ha, com declividade igual ou inferior a 12%, com estruturas de solo propícias às técnicas usuais de mecanização da atividade de corte de cana. Áreas que não se enquadram nesse padrão poderão ter a cana queimada até 2031 (SÃO PAULO, 2008).

Após a colheita, a cana é levada, via de regra, por treminhões até a usina. Estes veículos  devem ser pesados antes e após o descarregamento, para proceder-se ao controle do rendimento industrial, a partir do peso real da cana-de-açúcar coletada. Após a pesagem, amostras de cana são selecionadas aleatoriamente para determinação, em laboratório, do teor de sacarose daquele lote.

Na usina, a cana é colocada em mesas alimentadoras, para ser processada. Inicialmente será lavada em esteiras, procedendo-se à retirada de materiais estranhos, a fim de obter-se um caldo de melhor qualidade e um menor desgaste dos equipamentos. Depois disso passa pelo picador, equipamento composto por um jogo de facas e responsável por aumentar a sua densidade e, consequentemente, a capacidade de moagem. Feito isso, um desfibrador ajudará  a aumentar a liberação de caldo, devido ao rompimento das células do colmo.

Após esse preparo, um espalhador uniformiza, na esteira, a quantidade que passará pelo processo de moagem, processo este que maximizará a extração de caldo, quando a cana passar entre os dois rolos da moenda, que é constituída por três ternos. No primeiro, o caldo de cana extraído não é diluído em água, enquanto o dos outros dois passa por um processo chamado embebição, que aumentar a extração de sacarose. Desta forma, o caldo extraído do primeiro terno é chamado de caldo rico, e nos dois últimos de caldo pobre por estar diluído em água. Ambos serão peneirados, para a retirada do bagaço. Esse material, retido na peneira do primeiro terno, volta para uma segunda moagem, até que ocorra máxima extração.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (26.2 Kb)   pdf (194.6 Kb)   docx (53.3 Kb)  
Continuar por mais 15 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com