CARVÃO MINERAL
Por: jeancarlomenezes • 22/8/2016 • Bibliografia • 3.027 Palavras (13 Páginas) • 542 Visualizações
CARVÃO MINERAL
Roberto Ferrari Borba - DNPM/RS - Tel.: (51) 3227-1023 - Fax: (51) 3226-2722 – e-mail: roberto.borba@dnpm.gov.br
Luís Paulo de Oliveira Araújo – DNPM/RS – Tel.: (51) 3228.0448 – Fax: (51) 3226-2722 – e-mail: luis.araujo@dnpm.gov.br
I - OFERTA MUNDIAL – 2006
A produção mundial de carvão mineral, após ter sofrido um decréscimo de 318 X 106 t de 1997 (4.099 X 106 t) para 2000 (3.781 X 106 t), iniciou uma recuperação a partir de 2001 (3.986 X 106 t). Já no ano seguinte, em 2002, com 4.223 X 106 t produzidas, superou o patamar de 1997e desde então não parou mais de crescer. Isso se explica por um conjunto de fatores: o bom desempenho da economia européia; a recuperação da economia norte-americana após os últimos anos passados em recessão; o grande crescimento da Índia e da China, que além de terem aumentado sua própria produção aumentaram em medida ainda maior seu consumo e tornaram-se importadoras desse bem mineral, estimulando a produção internacional; e, finalmente, pelas crescentes dificuldades, que alguns analistas reputam irreversíveis, da oferta mundial de petróleo. Numa comparação histórica mais ampla, desde 1979 (2.754 X 106 t) aos dias atuais, a produção mundial de carvão mineral aumentou nada menos do que 3.325 X 106 t, cerca de 121%.
Vale ressaltar o expressivo aumento da produção internacional dos chamados “outros” (i. é, o conjunto de países que não são grandes produtores individuais), de 2005 para 2006, de 339,42 X 106 t para 586,64 X 106 t, cerca de 58%. Isso significa que quem possui carvão, mesmo que sem grandes reservas, está procurando aproveitá-lo ao máximo, ainda que como fonte energética secundária. Como vemos, longe de se tornar uma fonte energética e um insumo industrial em desuso e obsolescência, como alguns analistas superficialmente chegaram a diagnosticar a alguns anos, o carvão mineral, ao contrário, torna-se cada vez mais vital para a economia mundial, principalmente como a grande reserva estratégica energética alternativa ao petróleo em matéria de combustíveis fósseis. Infelizmente, o Brasil não participa dessa tendência internacional, com sua produção carbonífera estagnada em um patamar em torno de 6 X 106 t.
A oferta mundial geral de energia apresenta, segundo dados de 2004, a seguinte distribuição: petróleo 34,3%, carvão mineral 25,1%, gás natural 20,9%, fontes renováveis 10,6%, nuclear 6,5% e hídrica 2,2%, outras fontes não tendo expressão (0,4%). No caso específico de geração elétrica, a distribuição muda para carvão mineral 39,8%, gás natural 19,6%, nuclear 15,7%, hídrica 16,1%, petróleo 6,7% e outras fontes 2,1%.
Para o Brasil, com dados preliminares de 2006, temos a seguinte matriz energética geral: petróleo 37,9%, biomassa (lenha + bagaço de cana-de-açúcar) 30,1%, hídrica 14,8%, gás natural 9,6%, carvão mineral 6,0% e nuclear 1,6%; ao passo que especificamente na geração de eletricidade temos hídrica 84,7%, gás natural 4,8%, biomassa 3,3%, nuclear 3,0%, petróleo 2,4% e carvão mineral 1,8%.
Reservas e Produção Mundiais
Discriminação | Reservas(1) (106 t) | Produção(2) (106 t) | |||
Países | 2006 | % | 2005 | 2006 | 2006% |
Brasil | 930 | 0,09 | 6,05 | 5,98 | 0,10 |
África do Sul | 53.738 | 5,37 | 229,10 | 232,67 | 3,82 |
Alemanha | 7.248 | 0,72 | 95,56 | 95,56 | 1,57 |
Austrália | 86.531 | 8,64 | 377,27 | 390,96 | 6,43 |
Canadá | 7.251 | 0,72 | 68,48 | 72,75 | 1,20 |
China | 126.215 | 12,61 | 2.156,38 | 2.226,00 | 36,63 |
Colômbia | 7.287 | 0,73 | 59,19 | 61,00 | 1,00 |
EUA | 270.718 | 27,06 | 1.071,75 | 1.112,10 | 18,30 |
Índia | 101.903 | 10,18 | 428,92 | 443,72 | 7,30 |
Indonésia | 5.476 | 0,55 | 127,07 | 142,31 | 2,34 |
Kazaquistão | 34.479 | 3,44 | 98,13 | 95,70 | 1,57 |
Polônia | 15.432 | 1,54 | 122,07 | 122,07 | 2,01 |
República Tcheca | 6.120 | 0,61 | 70,44 | 68,12 | 1,12 |
Rússia | 173.074 | 17,30 | 283,27 | 308,88 | 5,08 |
Sérvia | 18.288 | 1,83 | 44,42 | 44,86 | 0,74 |
Ucrânia | 37.647 | 3,76 | 70,82 | 69,26 | 1,14 |
Outros | 48.575 | 4,85 | 339,42 | 586,64 | 9,65 |
TOTAL MUNDIAL | 1.000.912 | 100,00 | 5.648,34 | 6.078,58 | 100,00 |
Fontes: World Energy Council, World Coal Institute, BP Statistical Review of World Energy, Energy Information Administration (USA), SIECESC (Brasil) e DNPM (Brasil)
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