Definição de armazenagem

[pic 1] Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia – Campus Sorocaba

Curso: Engenharia de Produção Mecânica Disciplina: Distribuição e Armazenagem Professor

Espaço Físico Para Armazenagem

        A partir do estoque máximo provável para uma certa categoria de produto, podemos calcular o volume necessário para armazenar a mercadoria. Para isso, partimos do volume unitário (volume de um item do produto, incluindo embalagem), como também do peso unitário do mesmo. Multiplicando-se o volume unitário e o peso unitário pelo estoque máximo esperado (medido em número de peças), obtemos o volume total a ser reservado e o peso da carga na sua condição extrema. É comum acrescentar uma margem para futuras expansões, que pode variar de 10% a 50% do valor inicialmente previsto, dependendo das projeções, caso a caso.

        No dimensionamento do setor de estocagem do armazém, o aproveitamento das instalações, tanto em termos de área construída como da cubagem necessária, vai depender do processo de movimentação escolhido e da forma como são armazenados os produtos. Certos índices, bastante utilizados nesse tipo de análise, são úteis para se comparar os níveis de desempenho das diversas alternativas.

• Densidade de Ocupação: mede a quantidade líquida de produto armazenado por metro quadrado ou metro cúbico de depósito. A quantidade de produto pode ser medida em peso ou em volume.

        Exemplo: considere um produto que é armazenado em caixas de papelão de 36x36x36cm arrumadas em palets de 1,10x1,10x1,25m, cabendo 27 unidades num estrado. O depósito em questão tem um pé direito livre de 4,8 metros, podendo ser empilhados até 3 palets na dimensão vertical. Portanto, numa pilha, abrigaremos 27x3 = 81 caixas, com volume útil de 81 x 0,047 = 3,81 m³ por pilha, e um peso líquido (não incluindo os palets) de 81x19,2 = 1.555 kg. A área ocupada pela pilha, por sua vez, é dada pelo produto das dimensões horizontais do palet: 1,10x1,10= 1,21 m²

• Densidade superficial de ocupação útil: é obtida dividindo-se o peso ou volume útil pela área diretamente ocupada pela carga. Ou seja, considerando-se a medida em peso:

        d.s.o útil = 1.555kg/1,21m² = 1.285 kg/m²

e, considerando agora o volume:

        d.s.o útil = 3,81m³/1,21m² = 3,15m³/m²

        Na realidade, o armazém é formado não somente por pilhas do produto, como também por corredores, áreas não aproveitadas, etc. Se dividirmos o peso ou volume da carga pela área bruta ocupada, incluindo as perdas de espaço, os corredores, etc., teremos então a densidade superficial de ocupação real.

        No nosso exemplo, cada pilha ocupa uma área bruta de piso, incluindo corredores, espaços mortos, etc., igual a 3,6m². A densidade superficial de ocupação real é dada agora por:

        d.s.o real = 1.555kg/3,6m² = 431,9 kg/m² (em peso)

        d.s.o real = 3,81m³/3,6m² = 1,06m³/m² (em volume)

        Da mesma forma, podemos considerar uma densidade volumétrica de ocupação útil, que é a relação entre a quantidade efetiva de carga estocada (medida em peso ou em volume) pelo volume diretamente ocupado no depósito. Assim, uma pilha de 3 pallets no nosso exemplo, ocupa um volume igual a 3x1,10x1,10x1,35 = 4,54m³. Então:

        d.v.o útil = 1.555kg/4,54m³ = 342,5 kg/m³ (em peso)

        d.v.o útil = 3,81m³/4,54m³ = 0,84 m³/m³ (em volume)

        Analogamente, podemos considerar o volume bruto ocupado por uma pilha, que é igual à área bruta (3,6m²) vezes o pé direito (4,8m), ou seja, 3,6x4,8 = 17,3m³. Temos, então, a densidade volumétrica de ocupação real:

        d.v.o real = 1.555kg/17,3m³ = 89,9 kg/m³ (em peso)

        d.v.o real = 3,81m³/17,3m³ = 0,22 m³/m³ (em volume)

        Esses índices são úteis para efetuar comparações entre soluções alternativas, contemplando formas diversas de armazenagem, tipos de movimentação, equipamentos, etc. Um índice muito importante que permite comparar soluções alternativas é o fator de aproveitamento que pode ser medido em relação à área de piso ocupada pela carga, como também em relação ao volume. O fator de aproveitamento é dado por:

• Fator de Aproveitamento de Superfície = Fs = d.s.o real / d.s.o útil (mesma coisa para o volumétrico)

        Para o nosso exemplo, temos:

        Fs = 431,9 kg/m² / 1.285 kg/m² = 0,336

        Fv = 89,9kg/m³ / 342,50 kg/m³ = 0,262

        Se usarmos as medidas em volume, os resultados serão os mesmos.

        As variáveis ligadas a layout e à movimentação, que constituem o plano de fundo da análise, resultam em valores diferentes de aproveitamento. No nosso exemplo, temos um aproveitamento efetivo de 34% da área construída e 26% da cubagem do armazém, considerando apenas o setor destinado à estocagem de produtos.

        Esses índices são aceitáveis? É possível melhorá-los? O objetivo de sua quantificação é exatamente comparar os resultados em situações padrões conhecidas ou relatadas na literatura especializada. A escolha final do layout e da forma de movimentação vai depender do cotejo das várias alternativas com os custos e investimentos necessários em cada caso.

Sistemas de Endereçamento de Estoque

 Os armazéns usam, em geral, técnicas de endereçamento de estoques para facilitar a localização dos itens. Estes sistemas são geralmente gerenciados pelos softwares chamados WMS (Warehouse Management System). O sistema de endereçamento consiste em dividir o armazém em:

• Local
• Blocos
• Ruas
• Colunas
• Níveis

Esses itens todos dão o endereço do item no armazém. Outro fator que deve ser levado em conta é a otimização de endereços, com tratamento de locações próximas de pickings diminuindo, assim, o movimento de veículos industriais.

Unitização de Cargas

        Entenda-se por unitização de cargas, o desenvolvimento de modernos sistemas para sua movimentação, que consiste em acondicionar volumes uniformes em unidades de carga, visando reduzir os custos de viagem e o tempo de permanência dos veículos transportadores nos portos de embarque e desembarque, além de conceder maior segurança à carga, eliminando seu manuseio direto.