Determinação Coeficiente de Retorno Água Esgoto

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DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE RETORNO ÁGUA / ESGOTO PARA O MUNICÍPIO DE CAPANEMA/PR

Maria Eduarda Cerutti Bonatto (UNISEP) – E-mail: [e-mail]

Alexandre Cardoso (UNISEP) – E-mail: [e-mail]

Ricardo Fregonese (UNISEP) – E-mail: [e-mail]

Francisco Trevisan (UNISEP) – Email: [e-mail]

Camila Regina Eberle (UNISEP) – Email: [e-mail]

        

Resumo: O esgoto é a água de abastecimento de uma comunidade após o seu uso em uma variedade de aplicações, contendo constituintes que, sem tratamento, a tornam imprópria para a maioria dos usos, seu tratamento, reuso e disposição final é necessária para a proteção da saúde pública e do meio ambiente.  A relação da vazão da água com a vazão de esgoto dá-se o nome de coeficiente de retorno, é a média entre o volume de esgoto produzido e de água efetivamente consumida (C) onde é usado principalmente no dimensionamento da rede coletora de esgotos. No Brasil o sistema de esgotamento sanitário utilizado é o separador absoluto, onde o esgoto e as águas pluviais escoam por tubulações independentes. De acordo com a NBR 9649 são o conjunto de instalações destinadas a coletar, transportar, condicionar e encaminhar somente esgoto sanitário, a uma disposição final segura. Das redes coletoras escoam água de infiltração, resíduos líquidos industriais, contribuições pluviais parasitárias, o esgoto doméstico e resulta que as vazões de esgoto são menores que as vazões de água consumida. O objetivo principal desse trabalho foi estudar o valor do coeficiente de retorno água/esgoto para o município de Capanema/PR, o qual está compreendido pela bacia hidrográfica do rio Siemens, visando a comparação do valor estimado com o valor sugerido pela norma. Os dados de vazão de esgoto e vazão de água são obtidos com base nos indicadores do Sistema Nacional de Informações em Saneamento (SNIS).

Palavras-chave: Saneamento básico, esgoto sanitário, coeficiente de retorno, vazões de água, vazão de esgoto.

1. Introdução

As empresas de saneamento básico no Brasil, captam água não tratada de uma fonte e transportam até uma Estação de Tratamento de Água (ETA), para assim torná-la potável e distribuir para as unidades consumidoras. Essa água que chega a população é usada para limpeza, descargas, banhos, e só uma pequena parte vai para consumo direto, então se faz necessário um destino adequado dessa água após o uso, a melhor solução é lançá-la num sistema de esgotamento sanitário.  Segundo Netto (1991), o esgoto sanitário é um conjunto de obras e instalações destinadas a propiciar a coleta, afastamento, condicionamento, e disposição final do esgoto sanitário de uma comunidade, de forma contínua e higienicamente segura, sem risco a saúde e promovendo a conservação dos recursos naturais das águas.

De acordo com Crespo (1997), esse sistema é definido como aquele em que o esgoto sanitário e as águas de chuva escoam por sistemas independentes. Sistemas esses denominados, respectivamente, sistema de esgoto sanitário e sistema de drenagem pluvial. Em tese, as águas de chuva não precisam de nenhum tratamento, podendo ser lançadas diretamente nos corpos receptores (arroios, rios, lagos, etc.), diferente do esgoto, que deve ser encaminhado para uma ETE, onde receberá o devido tratamento para chegar às condições sanitárias aceitáveis para o seu lançamento em um corpo d’água.

O sistema de captação de água utilizado no Brasil, é o separador absoluto, que consiste num sistema em rede tubular, onde o esgoto e as águas pluviais escoam de forma independentes.

A norma brasileira NBR 9649 – Projeto de redes coletoras de esgoto sanitários, recomenda o uso do valor do coeficiente de retorno entre 0,50 e 0,90, sendo que os valores menores correspodem a áreas rurais, residenciais, e os valores mais altos para centros urbanos, áreas mais povoadas, na falta desse valor é usado 0,80 ou quando inexistem dados locais oriundos de pesquisas (ABNT, 1986).

Para o dimensionamento, deve-se seguir os critérios dispostos na norma brasileira NBR 9648 – Estudo de concepção de sistema de esgoto sanitário e a norma NBR 9649 - Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário (ABNT, 1986; ABNT, 1986).

Este artigo apresenta um estudo sobre a análise no qual foi analisado o cálculo do coeficiente de retorno água/esgoto para o município de Capanema/PR, esse coeficiente é a correlação de valores entre a vazão de esgoto e a vazão de água. Essa vazão de esgoto, pode ser medida na ETE, e a vazão de água pelos hidrômetros individuais de cada residência, medindo-se o volume de água consumida, pois sua determinação é fundamental para o dimensionamento da rede coletora de esgoto. Os dados deste artigo foram obtidos através do Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SNIS).

2. Objetivos

   Neste contexto, esse artigo tem como objetivo principal, a determinação do valor do coeficiente de retorno água/esgoto para o município de Capanema/PR, com a finalidade de comparar o valor obtido com o proposto pela NBR 9649/1986 e fornecer subsídios para estudos futuros. O município em estudo está situado na bacia hidrográfica do Rio Siemens e os dados utilizados foram obtidos através do (SNIS).

3. Revisão bibliografica

3.1. Sistema e coleta de esgoto

O sistema de coleta de esgoto, para a remoção de esgoto e água pluvial, pode ser dividido em três tipos: sistema de coleta de esgoto sanitário, sistema de coleta unitário, esgoto e água pluvial, e sistema de coleta de águas pluviais. Utilizando o sistema de coleta de esgoto sanitário, a vazão é composta de esgoto doméstico que é oriundo de residências, esgoto industrial que são predominantemente efluentes industriais, infiltração que consiste na água que adentra a rede coletora através de meios diretos como juntas danificadas e vazão externa que é a água pluvial que adentra a rede de coleta através de boca de lobo, descargas de telhados e drenos de fundações.

Nos sistemas unitários, a vazão é composta de esgoto doméstico, esgoto industrial, infiltração, fluxos externos e água pluvial e quando são utilizados sistemas separados de água pluvial, é constatado que nas quantidades variadas de água pluvial, podem estar presente esgoto sanitário.

1. Sistema de abastecimento de água

Segundo a ADASA (2016) ( Agência reguladora de Águas, Energias e Saneamento Básico do Distrito Federal), um sistema de abastecimento de água, incia-se pela captação da água bruta do meio ambiente, a qual é captada em mananciais superficiais, barragens, lagos, ou subterrâneos, dos poços, em seguida é feito a adução, onde a água captada é bombeada até as ETAs  para que possam ter um tratamento adequado, esse tratamento é realizado através de uma série de processos químicos e físicos, a água bruta é tornada potável para que possa ser distribuida á população, depois de tratada a água permanece nos reservatórios a disposição da rede distribuidora, ao final do processo a água é distribuída ao consumidor e está pronta para ser consumida.