ESTUDO DE RUÍDO EM CONTRATO OPERACIONAL DE EMPRESA DO SEGUIMENTO DE MANUTENÇÃO PREDIAL E FACILITIES
Por: lucas.caponi • 13/8/2020 • Projeto de pesquisa • 2.518 Palavras (11 Páginas) • 208 Visualizações
ESTUDO DE RUÍDO EM CONTRATO OPERACIONAL DE EMPRESA DO SEGUIMENTO DE MANUTENÇÃO PREDIAL E FACILITIES
Lucas Caponi Moura [1]*
Profª. Fernanda Anraki Vieira [2]*[3]*
RESUMO
Trabalhar com ruídos contínuos pode ser bastante desconfortável, mas também é sabido que além de desconfortáveis podem ser prejudiciais à saúde do colaborador. Diante disso, o objetivo deste trabalho consiste em analisar os ruídos que são submetidos mecânicos e eletricistas que atuam no setor de manutenção predial, em um contrato de segmento bancário. As medidas foram realizadas nos três ambientes que passam durante o dia, trânsito, área de atendimento das agências, e no caso dos mecânicos, sala de máquinas. Os resultados demonstraram que grande parte do dia os colaboradores não estão expostos a ruídos que demonstrem risco a saúde, sendo que o único local que excedeu o limite de exposição recomendável foi a sala de máquinas de uma agência específica, que considerando variáveis como o uso de equipamentos de proteção, o fato de alternarem as agências durante o mês, e o tempo no local variar de acordo com o atendimento, faz com que os possíveis prejuízos sejam minimizados. As fichas de EPI’s foram analisadas, e demonstraram preocupação por parte da empresa com a segurança de seus prestadores de serviço.
Palavras-chavse: poluição sonora, eletricistas, mecânicos.
INTRODUÇÃO
Na América Latina, a preocupação com acidentes de trabalho surgiu com o desenvolvimento da industrialização, no século XX, apesar disso a ligação entre condições de trabalho e o desencadeamento de doenças já podia ser observado a mais tempo. Nesse âmbito o excesso de ruídos vem se constituindo um problema preocupante.
A poluição sonora é hoje, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), depois da poluição do ar e da água, o problema ambiental que afeta o maior número de pessoas. (VASCONCELOS, 2016).
Segundo SALIBA (2016, pág. 11 e 12) o som pode ser definido como “qualquer vibração ou conjunto de vibrações ou ondas mecânicas que podem ser ouvidas”, em contrapartida, “o ruído e o barulho são interpretações subjetivas e desagradáveis do som. Costuma-se denominar barulho ou ruído todo som que é indesejável”.
De acordo com o item 7 no anexo n° 1 da NR15 “As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído, contínuo ou intermitente, superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada, oferecerão risco grave e iminente”.
Entre os efeitos mais conhecidos estão cansaço, dores de cabeça, irritação, aumento da pressão arterial, redução da audição e até infarto, dependendo do nível de intensidade e tempo de exposição.
A perda auditiva por ruído (PAIR) é um dano físico provocado pelo ruído intenso, por mais que pareça um caso extremo, existem muitos outros danos físicos e psicológicos que podem acometer um funcionário, o que traz, como consequência direta, a diminuição da qualidade de vida do trabalhador, e enquanto profissional, a diminuição do seu rendimento. (SILVA, 2015).
Diante disto, o estudo de caso proposto neste trabalho tem a finalidade de apresentar informações reais no que tange a exposição de ruídos que mecânicos e eletricistas do setor de manutenção predial estão expostos, para então enunciar as medidas preventivas que as empresas devem adotar para garantir a integridade física dos colaboradores em questão de forma mais específica. Para tanto, é necessário além coletar medidas, verificar o fornecimento de equipamentos de proteção na realidade empresarial, e possíveis reclamações por parte dos funcionários de transtornos relacionados a exposição excessiva de ruídos.
MÉTODO
O estudo foi realizado em uma das principais empresas do país na área de Engenharia de Instalações que atua em diversos segmentos do mercado de Gerenciamento de Serviços e Engenharia – Manutenção, Automação, Instalações Prediais, Industriais e Especiais. A matriz é localizada no Rio de Janeiro, e possui filiais em outras regiões do país. Nesta pesquisa em específico, acompanhamos eletricistas e mecânicos atuantes em um contrato do segmento bancário na região do centro-oeste, onde realizam manutenção preventiva e corretiva da parte elétrica, hidráulica e de refrigeração. A empresa também forneceu as fichas de Equipamentos de Proteção Individuais (EPI’s) – figuras 3 e 4, constando relação de equipamentos de proteção que são entregues aos colaboradores de cada função.
A pesquisa foi desenvolvida a partir da análise das medidas dos níveis de ruídos contínuos que os profissionais são expostos diariamente. Os dados foram coletados durante uma semana de trabalho (de segunda a sexta-feira, horário comercial) com as equipes que tem suas rotas nas agências da capital, haja visto que cada equipe é composta por um mecânico de refrigeração e um eletricista de manutenção.
Foi utilizado para a mensuração dos ruídos um decibelímetro digital modelo MSL-1325A Minipa, instrumento projetado para atender as exigências da medida de engenheiros de segurança, de saúde, de escritórios de segurança industrial e de controle de qualidade em vários ambientes, com capacidade de medir o nível de pressão sonora (NPS) na faixa de 40db a 130db, e precisão de ±2dB (sobre as condições de referência de 94dB à 1kHz).
Após calibração, o aparelho foi posicionado pelo próprio trabalhador, operando no circuito de compensação A e circuito de resposta lenta (SLOW), seguindo as diretrizes da Norma Regulamentadora 15 (NR 15), nas seguintes situações:
- Durante a atuação do eletricista nas agências no setor de atendimento e no trânsito;
- Durante a atuação do mecânico nas agências no setor de atendimento, na sala de máquinas das agências e no trânsito.
Com as medidas dos níveis sonoros encontradas nas diferentes exposições, o próximo passo foi combinando as medidas, calcular as doses de ruídos contínuos das três equipes, e verificar se estavam de acordo com os limites de tolerância descritos na NR 15, sendo que, se o resultado do cálculo excedesse a unidade (1), a exposição estaria acima do limite de tolerância. O cálculo foi feito utilizando a seguinte fórmula para o cálculo:
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