Fibra De Vidro

FIBRA DE VIDRO

1 INTRODUÇÃO

Fibra de vidro é um material compósito, ou seja, constituído de dois ou mais materiais componentes.

No que se refere aos compósitos de fibra de vidro, os principais ingredientes, normalmente, são as fibras de vidro, resinas de diversos tipos, um catalisador e um agente acelerador.

É um material que começou a ser utilizado no século XIX, porém é na atualidade que seu uso é mais difundido. Sendo assim, hoje em dia ela é usada nos mais diversos segmentos da economia, como por exemplo, construção civil, náutica, automotiva, elétrica/eletrônica, eletrodomésticos, anti-corrosão, plásticos reforçados, brinquedos, decoração e mobiliário, artesanato e produtos de consumo.

Essa infinidade de produtos que podem ser obtidos a partir da fibra de vidro deve-se às características que esse material apresenta, como alta resistência mecânica, leveza, resistência química, baixa condutividade térmica, baixo custo, facilidade de manuseio, entre outras.

Assim, este trabalho visa elucidar alguns conceitos e peculiaridades acerca da fibra de vidro, fazendo, sempre que possível, uma correlação com a Engenharia de Minas.

2 HISTÓRICO DO MATERIAL

A história das fibras de vidro, também chamadas de fiberglass, plástico reforçado com fibra de vidro, FRP, GRP ou PRFV começa em 1836, quando foi patenteado na Europa um método de tecer vidro maleável.

Em 1839 foi apresentada pela primeira vez em uma exposição industrial, e por volta de 1840 começou a ser comercializada. Na época o material não resistiu à competitividade de outros produtos industrializados.

Após um século de seu aparecimento, a Fibra de Vidro ressurgiu, sendo utilizada em isolamento de cabos e condutores elétricos.

A partir de 1940 o desenvolvimento das resinas sintéticas promoveu uma ampla utilização para esse tipo de fibra e suas aplicações abriram uma grande variedade de mercados.

3 CONSTITUIÇÃO/FORMAÇÃO/PROCESSO PRODUTIVO

A fibra de vidro é um tipo de plástico reforçado. Ela é o resultado da aplicação da resina poliéster sobre o roving, tecido ou manta de fibra de vidro (tipos de fibra de vidro), onde se acrescenta um catalisador e um acelerador.

3.1 COMPONENTES

3.1.1 RESINA:

A resina utilizada na produção do fiberglass é um líquido viscoso, sendo encontrada no mercado variações da mesma para aplicações especiais, sendo as principais:

a) Resina de Poliéster Comum, de uso geral: usada para peças rígidas (Bandejas, barcos tanques, caixas, bancos, etc).

b) Resina de Poliéster Flexível e semi-rígido: rijo, boa resistência ao impacto, alta resistência a flexão (amortecimento de vibrações: cobertura e proteção de máquinas, capacetes de segurança, encapsulamento de peças eletrônicas, gel-coats, massas plásticas, carrocerias de automóveis, barcos, etc).

c) Resina de Poliéster Resistente às intempéries e estável à luz: resistem às intempéries e à deterioração por ação dos raios ultra-violeta (painéis estruturais, clarabóias, glanzing).

d) Resina de Poliéster Resistente ao ataque químico: possui a maior resistência química do grupo poliéster, excelente resistência aos álcalis (aplicações anticorrosivas tais como tubos, tanques, dutos, exaustores, etc).

e) Resina de Poliéster Auto extinguível: Não espalha a chama. Rígido (painéis para construção, componentes elétricos, tanques de combustível).

f) Resina de Poliéster Alto ponto de distorção térmica: trabalham até 20ºC, rígido (peças para aviões).

Resinas para fibra de vidro

3.1.2 FIBRA DE VIDRO:

A fibra de vidro é classificada nos seguintes tipos:

a) Roving: São os filamentos de vidro. É o tipo mais econômico de fibra de vidro. É fornecido em rolos de 20 Kg e deve ser usado desenrolando-o por dentro. O uso mais comum é em um dispositivo que picota e espalha o fio sobre a superfície do molde. Desenvolvido para ser aplicado à pistola (spray-up). É caracterizado pela facilidade de corte, baixo nível de eletricidade estática, boa dispersão, rápida molhabilidade, boa retenção de propriedades mecânicas em ambientes agressivos e ausência de fibras brancas no laminado.

Roving

b) Roving Moído: Específico para aplicações em pastilhas de freios, lonas e peças onde a carga de vidro tem que ser deste tipo (resistência elétrica e química).

c) Fibra Picada: São filamentos picotados em pedaços bem pequenos, de 2 a 6 mm, para serem usados na fabricação de “flakes” de revestimentos especiais anti-corrosivos, como carga funcional em alguns laminados e em plástico injetado.

Fibra Picada

d) Chopped Strand: Carga objetivando reforço de peças em poliéster e epóxi, onde a aplicação de fibras mais longas impede a boa homogenização da mistura final.

e) Mantas: Tem como objetivo dar resistência mecânica aos laminados com resinas poliéster e epóxi em geral. A manta é constituída de fios picados, mais ou menos com 5 (cinco) cm, distribuídos aleatoriamente e prensados com silano. São fornecidos nas gramaturas de 300, 450 e 600 g/cm2.

f) Tecidos: Tecido com teares especiais, trançado em uma, duas e três direções. O tecido é fornecido em várias espessuras, entre 140 e 500 gramas por metro quadrado.

Tecidos

g) Véu de vidro (Sufacing Mat): São mantas muito finas, também chamadas de véu de superfície. O Surfacing Mat é muito usado com o objetivo de esconder as fibras de vidro, ou seja, não deixar que os desenhos de fibra apareçam na superfície. Tendo a propriedade de aumentar a resistência química. É um véu de superfície feito com