INTEGRAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ORGANIZACIONAL E O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Pesquisas Acadêmicas: INTEGRAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ORGANIZACIONAL E O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 4/3/2015 • 5.380 Palavras (22 Páginas) • 490 Visualizações
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V I I S E M E A D
P O L Í T I C A G E S T Ã O T E C N O L Ó G I C A
INTEGRAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ORGANIZACIONAL E
O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Autor: Edilson Hélio Santana
Titulo: Especialista em Sistemas Computacionais
Mestrando em Administração
Instituição de ensino: FACECA/CNEC
Faculdade Cenecista de Varginha
FAPAM – Faculdade de Pará de Minas
Endereço: Rua José Abreu e Silva, 60 – Bairro São Luiz
CEP 35661-203 – Pará de Minas – MG
e-mail: ehsminas@ig.com.br
Telefones: (37) 9976-3686 ou (37) 3231-2918
RESUMO:
Muito se tem escrito sobre o Planejamento Estratégico Organizacional (PE). Muito também se
tem escrito sobre o planejamento de Sistemas de Informação (SI), Sistemas de Conhecimento
(SC) e Tecnologia da Informação (TI) também chamados de Planejamento Estratégico da
Tecnologia da Informação (Peti) principalmente após 1990. É certo que o Peti é uma necessidade
latente hoje nas organizações, mas é preciso que este tenha uma integração, uma sintonia, entre
os objetivos estratégicos das organizações. É importante que o Peti seja planejado em função dos
objetivos estratégicos das organizações. Com isso os resultados obtidos irão contribuir de forma
eficiente e eficaz para que os objetivos estratégicos das empresas sejam alcançados. Este artigo
tem como objetivo expor os conceitos básicos desses planejamentos, suas metodologias de
implantação e a integração entre eles. Destaca-se como as contribuições empresariais: as
metodologias para desenvolvimento de PETI com foco no alinhamento do PE por meio do
modelos. Aos gestores de TI fica claro o desafio de fazer com que a TI auxilie a promoção das
inteligências competitiva e empresarial. Outro desafio está relacionado com a efetiva realização
do alinhamento do PETI ao PEE na prática cotidiana das empresas, provocando a competência
dos teóricos da academia e dos gestores empresariais.
PALAVRAS CHAVE: Planejamento Estratégico, Sistemas de Informação, Tecnologia da
Informação, Metodologia.
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INTEGRAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ORGANIZACIONAL E
O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
As organizações necessitam de informações oportunas e conhecimentos personalizados,
para efetivamente auxiliar os seus processos decisórios e a sua gestão empresarial,
principalmente por estarem enfrentando um mercado altamente competitivo, globalizante e
turbulento. De forma permanente, elas buscam adequação e ajustes entre suas funções e
operações cotidianas com as reais e efetivas necessidades do meio ambiente interno e/ou externo
em que estão inseridas, por meio de decisões e ações de seus gestores. As organizações
inteligentes, constantemente necessitam realizar sua reestruturação, reorganização,
flexibilização, adaptação e modificação de forma política, social e econômica, para continuarem
presentes e crescentes no mercado de negócios. Esse contexto atual das organizações, reforça o
relevante papel da TI (REZENDE, 2003).
Inúmeras são as atividades contribuidoras que a TI pode realizar nas organizações para
desempenhar seu papel estratégico, que deve agregar valores aos produtos e/ou serviços da
organização, auxiliando a promoção das suas inteligências competitiva e empresarial
(LUFTMAN; BRIER, 1999; MEADOR, 1997; TOIVONEN, 1999).
É necessário portanto, que as organizações tenham seus planejamentos empresarial e da
TI integrados, coerentes e com sinergia, onde as estratégias empresarias e as estratégias da TI
devem estar plenamente alinhadas entre si.
Esse alinhamento, esta integração, tão desejado pelos gestores empresariais vem sendo
discutido há muito tempo no mundo acadêmico. Mas as pesquisas e os modelos de alinhamento
entre as estratégias de negócio e as de TI quando são levados para dentro das organizações para
sua implementação, apresentam inúmeras dificuldades práticas (TURBAN; MCLEAN;
WETHERBE, 1996; KEARNS; LEDERER, 1997; BRODBECK; HOPPEN, 2000).
2. REVISÃO DA LITERATURA
Indubitavelmente o Planejamento Estratégico Empresarial (PE) é uma ferramenta de
trabalho que facilita as organizações a lidar com situações de mudanças, se constituindo num
excelente instrumento de gestão. Mas para planejar ações futuras e decisões presentes nas
organizações, a TI é inexoravelmente necessária. Para tanto, ela deve ser planejada em conjunto
com a estratégia de negócios e com os objetivos das funções e operações empresariais, por meio
do Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação (PETI), com metodologias efetivas,
etapas inteligentes, implementação avaliada e operacionalização ativa (REZENDE, 2003).
2.1. Planejamento Estratégico Empresarial (PE)
O planejamento estratégico é um processo de determinação dos principais objetivos de
uma organização, das políticas e estratégias que a governarão, do uso e disponibilização dos
recursos para a realização dos objetivos, em que esse processo é composto por premissas,
planejamento propriamente dito, implementação e revisão. Ele também pode ser chamado de
Business Plan (BHALL, 1987; ABRAMS, 1991).
Esse processo pode ser visto como uma atividade gerencial que possibilita que os
executivos estabeleçam um rumo para a organização, buscando certo nível de otimização no
relacionamento entre organização e ambiente, correspondendo ao estabelecimento de um
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conjunto de providências a serem tomadas pelos gestores para a situação em que o futuro tenda a
ser diferente do passado (OLIVEIRA, 1999).
Pode ser descrito como uma técnica administrativa que cria a consciência de suas
ameaças e oportunidades, de seus pontos fortes e fracos para o cumprimento dos objetivos,
mobilizando a organização na escolha e construção de seu futuro (FISCHMANN; ALMEIDA,
1991; VASCONCELOS FILHO; PAGNONCELLI, 2001).
A definição de planejamento de Mintzberg e Quinn (2001) também está relacionada a um
processo dinâmico e interativo, que descreve como uma série de atividades formalizadas para
produzir e articular resultados, na forma de sua integração de decisões. Esse processo também
deve retratar a definição de um futuro desejado para a organização (ACKOFF, 1974;
ANDREWS, 1980). Dessa forma, o planejamento estratégico constitui-se num sistema integrado
de decisões, capaz de produzir dados e informações para ajudar os gestores a pensar
estrategicamente, sem armadilhas, sem falhas e apoiar a articulação de estratégias ou visões de
futuro na organização, seja com base em insights de suas experiências pessoais, seja com base
em números coletados em pesquisas (MINTZBERG, 1994) .
características da organização, viabilizando o desenvolvimento do planejamento
estratégico.
Para que as relações entre o planejamento estratégico e as estratégias organizacionais
sejam efetivamente integradas, as informações da organização devem ser coerentes em todos os
níveis de planejamento. Fundamentalmente para elaborar o planejamento estratégico, será
necessário estabelecer uma metodologia que integre o mesmo ao planejamento dos sistemas de
informação, dos sistemas de conhecimentos e da TI nas organizações, pois as informações são
parte da organização e de seu ambiente interno e externo, como ferramentas competitivas
(PARSONS, 1983).
2.1.1. Implicações da administração estratégica
Planejar as estratégias da organização requer análises e implicações emergentes da
administração estratégica e da administração moderna, tais como pensamento estratégico,
modelagem de negócios, inovação, competitividade, intelegência competitiva, inteligência
empresarial ou organizacional, modelos e metodologias de planejamento estratégico. Esses
fatores contribuem com a definição de estratégia organizacional ou de negócios e com a
definição de planejamento estratégico, obedecendo sempre aos preceitos de qualidade,
produtividade e efetividade.
Essas implicações devem ser entendidas e praticadas pelos gestores da TI, os CIOs (Chief
Information Officer) e os CEOs (Chief Executive Officer) com postura ativa e competente para
contribuir com as organizações de forma inteligente.
2.1.2. Elaboração do planejamento estratégico
A elaboração ou a implementação do planejamento estratégico nas organizações não pode
ser mais como no passado, estática, analítica e extremamente formal, é preciso mais dinamismo
nesse ambiente turbulento, mutável e competitivo. O dinamismo e a interação dos planos de
ações que implementam o planejamento estratégico possibilitam a implantação da chamada
gestão estratégica da organização (ANSOFF; McDONNELL, 1984; PORTER, 1991;
MINTZBERG; QUINN, 2001; FECHIO, 2001).
O planejamento estratégico deve ser elaborado juntamente com o planejamento dos
sistemas de informação, dos sistemas de conhecimentos e da TI nas organizações.
Concomitantemente com um plano de investimento estratégico para perceber que essas
estratégias constituem-se num processo dinâmico e contínuo de monitoração do ambiente
externo e interno, de forma consistente, íntegro e sem desperdícios de tempo, humanos,
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econômicos e financeiros (STRASSMANN; BIENKOWSKI, 1999; BENBASAT ZMUD, 1999;
TAURION, 1999; PUKSZTA, 1999; TRUNCALE, 1999).
2.1.3. Metodologias de planejamento estratégico
Os principais processos metodológicos da formalização de um planejamento estratégico
possuem passos fundamentais, tais como: preparar e organizar o planejamento; estabelecer e
identificar missão, políticas e objetivos estratégicos; conhecer o negócio da organização, funções
empresariais ou organizacionais, meio ambiente, problemas e ferramentas para a execução da
estratégia organizacional; capacitar pessoas; planejar a estratégia organizacional; organizar possíveis
alternativas de ação e formular planos derivativos; definir metodologias de tempo de
utilização, ação e de revisão; relatar normas e padrões para implementar, revisar, avaliar e
retroalimentar a estratégia organizacional. Nesses processos metodológicos do planejamento
estratégico, devem ser relatadas a missão, as políticas, a forma de gestão, as estratégias e as
táticas propriamente ditas. A missão de uma organização pode ser definida como sua função
principal, preferencialmente relatada em uma frase, deixando claro por que a organização existe.
Os objetivos essenciais do negócio estão envolvidos na missão da organização. A missão é a
razão de ser de uma organização, na qual se procura determinar seu negócio. E cada organização
tem sua missão específica, da qual decorrem seus objetivos organizacionais principais
(CHIAVENATO, 2000). As políticas organizacionais podem ser definidas como um conjunto de
intenções e regras emanadas da alta administração da organização que são complementadas e
atuadas com procedimentos, no nível operacional, com características de flexibilidade,
abrangência, coordenação e ética (OLIVEIRA, 1991) declaradas formal e informalmente,
explícitas ou implícitas (BIO, 1993). A gestão pode ser definida como o ato de gerir, gerenciar,
administrar, mediar uma organização ou uma unidade departamental. O ato de gestão sempre
envolve pessoas (recursos humanos), processos (atividades ou funções), procedimentos e
recursos pertinentes diversos. Dentre os modelos de gestão existentes, para a gestão da TI,
recomenda-se a gestão participativa vinculada à alta administração da organização e com
trabalhos conjuntos com os clientes ou usuários (BOYNTON; JACOBS; ZMUD, 1992; REICH;
BENBASAT, 1996).
2.2. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
O planejamento estratégico das organizações privadas e públicas deve ser complementado
pelo planejamento de sistemas de informação, conhecimentos e informática. Esse planejamento
também pode ser chamado de Planejamento Estratégico da Tecnologia da Informação (Peti).
Ambos os planejamentos devem ser integrados e alinhados (REZENDE, 2003).
Frente às mudanças constantes da sociedade da informação e à necessidade de que as
organizações sejam inteligentes, faz com que as mesmas também se modifiquem e requeiram
planejamento de suas informações, de seus conhecimentos e de sua TI (PARSONS, 1983;
TAPSCOTT, 1997; MARKLTS; BENJAMIN, 1997; CASTELLS, 1999; SANTOS et al., 2001).
Os conceitos de inteligência empresarial ou organizacional estão intimamente
relacionados com o planejamento de sistemas de informação, conhecimentos e informática.
Esses conceitos devem estar presentes nesse planejamento para que as organizações procurem
exercitar a inteligência empresarial ou organizacional. As organizações, para serem inteligentes,
precisam disponibilizar produtos de qualidade, praticar bom atendimento, adequar sua política de
venda e preços aos clientes, cumprir prazos predefinidos e estar atentas às mutações do mercado.
Essas exigências forçam as organizações a reverem seus valores comerciais, humanos e
tecnológicos, o que, por si só, não garante as principais metas organizacionais e a inteligência
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empresarial ou organizacional. Esses valores merecem atenção especial das organizações com
sua análise estratégica e seu planejamento efetivo, envolvendo toda a organização, principalmente
no que tange à adoção da TI e respectivos recursos com o objetivo de alcançar estas metas.
A competitividade é componente do conceito de inteligência empresarial ou
organizacional. Nesse sentido, dois fatores são vitais para as organizações no atual momento de
competitividade e globalização: a definição de uma estratégia de posicionamento no mercado e a
utilização da tecnologia da informação como valioso recurso para a definição e manutenção
desse posicionamento estratégico (OLIVEIRA et al., 2001). Juntamente com a TI, o modelo de
gestão da organização, o capital intelectual e a gestão do conhecimento também aparecem como
outros valiosos recursos estratégicos (DAVENPORT; PRUSAK, 1998; JOÃO, 2001).
A globalização ampliou significativamente os negócios mundiais, fazendo com que as
organizações busquem as novidades e que seus negócios cresçam. Nesse crescimento, as
estruturas, as políticas, os processos e as culturas organizacionais devem ser considerados. Isto
faz com que a TI se apresente como um instrumento de coordenação de processos organizacionais.
Dessa forma, a necessidade do planejamento da TI é fundamental e pode ajudar as
organizações na formulação de estratégias transnacionais, atuando na configuração das atividades
da cadeia de valor, nas alianças estratégicas e integração do mercado (PORTER; MILLAR,
1985; BRADLEY; HAUSMAN; NOLAN, 1993; TALLON, 1997; KING; SETHI, 1999).
O ambiente competitivo e a globalização influenciam o posicionamento estratégico dos
negócios da organização. Esse posicionamento pode-se comportar de três formas: a tecnologia da
informação suportar as operações da organização, mas não estar estrategicamente integrada a ela;
a tecnologia da informação suportar as estratégias, mas não participar da concepção e com seu
potencial; e a tecnologia da informação fazer parte integral de todas as estratégias
organizacionais, inclusive as relacionadas a produtos, serviços, clientes, fornenedores,
distribuidores etc. (PARSONS, 1983; JOHNSTON; CARRICO, 1988).
Essas questões relatadas, que envolvem os fatores de sobrevivência e sucesso das
organizações, justificam que os sistemas de informação, os sistemas de conhecimentos e a
informática ou tecnologia da informação sejam planejados, adequados e adaptados com
flexibilidade e efetividade (TAPSCOTT; CASTON, 1993; MARKUS; BENJAMIN, 1997).
Antes de iniciar o planejamento dos sistemas de informação, dos sistemas de
conhecimentos e da informática ou TI, é importante conceituar e relatar os mesmos.
2.2.1. Sistemas de informação
Todo sistema, usando ou não os recursos da tecnologia da informação, que manipula e
gera informação pode ser genericamente considerado sistema de informação (REZENDE, 1999).
Para conceituação inicial, informação é todo dado trabalhado, tratado, útil, com valor
significativo atribuído ou agregado a ele e com um sentido natural e lógico para quem usa a
informação. O dado é entendido como um elemento da informação, um conjunto de letras,
números ou dígitos depositados ou guardados, que, tomado isoladamente, não transmite nenhum
conhecimento, ou seja, não contém um significado claro. Quando a informação é "trabalhada"
por pessoas e pelos recursos computacionais, possibilitando a geração de cenários, simulações e
oportunidades, pode ser chamada de conhecimento. O conceito de conhecimento complementa o
de informação com valor relevante e de propósito definido (REZENDE, 2003).
Independentemente de seu tipo, nível ou classificação, tem como maior objetivo o auxílio
nos processos de tomada de decisões nas organizações. Se os sistemas de informação não se
propuserem a atender a esse objetivo, sua existência não será significativa para as organizações.
O foco dos sistemas de informação está direcionado para o principal negócio ou objetivo
organizacional. O caso contrário seria se os esforços dos sistemas de informação estivessem
direcionados aos negócios secundários ou de apoio. Para facilitar o entendimento deste foco, o
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exemplo pode ser de uma indústria que deve ter seus sistemas de informação direcionados ao
processo fabril, efetivamente auxiliando nos processos de produção e comercialização dos referidos
produtos industrializados por ela. Este foco está intimamente relacionado com os quesitos
de qualidade, produtividade, efetividade, rentabilidade, perenidade, competitividade e
inteligência empresarial ou organizacional (REZENDE, 2003).
2.2.2. Sistemas de conhecimentos
O conhecimento da organização, também chamado de capital intelectual, competência,
habilidade e inteligência empresarial, é reconhecido como um ativo intangível de inestimável
valor (STEWART, 1998; SVEIBY, 1998; DAVENPORT; PRUSAK, 1998).
A aquisição do conhecimento é um processo interno de compreensão das informações
recebidas, que ocorre de forma diferente em cada indivíduo devido à existência de modelos
mentais individuais, que podem resultar em ações e decisões completamente diferentes como
resultado de um mesmo conjunto de dados (TURTHIL, 1990). O conhecimento também pode se
visto como "uma capacidade de agir" e é contextual, não podendo ser destacado do ambiente
(SVEIBY, 1998). Na visão oriental a divisão cartesiana entre sujeito e objeto é rebatida; neste
caso, a criação do conhecimento ocorre de dentro para fora das organizações com o intuito de
redefinir problemas e soluções de seu ambiente (NONAKA; TAKEUCHI, 1997).
Sem fazer distinção entre tácito e explícito ou estabelecer duas dimensões para o
conhecimento, ele é reconhecido como uma mistura de elementos formalmente estruturados e
intuitivos. No caso do conhecimento intuitivo, sua representação e seu entendimento lógico são
mais difíceis (DAVENPORT; PRUSAK, 1998). O conhecimento é uma derivação da informação
manipulada a partir de dados. A geração do conhecimento ocorre quando as informações são
comparadas, combinadas e analisadas por pessoas, principalmente quando utilizadas nos
processos decisórios (PEREIRA; REZENDE; ABREU, 2000).
A gestão do conhecimento pode ser entendida como uma forma de gestão ou
administração, compartilhamento e aproveitamento do conhecimento das pessoas, disseminação
das melhores práticas para o crescimento da organização (PEREIRA; REZENDE; ABREU,
2000; SANTOS et al., 2001; REZENDE, 2002).
Os sistemas de conhecimentos podem ser compostos pelos recursos emergentes da TI ou
por simples softwares específicos, onde são geradas informações com conhecimentos agregados.
Isso significa a difusão das informações relevantes e úteis, "trabalhadas" por pessoas ou por
recursos computacionais, produzidas com qualidade e de forma antecipada, transformando-as em
conhecimento explícito, que possa ser utilizado por todas as pessoas da organização, como
suporte à obtenção da vantagem competitiva inteligente (NOLAN, 1993; DAVENPORT;
PRUSAK, 1998; LAUDON; LAUDON, 1996; MARKUS, 2001; REZENDE, 2002).
As pessoas e suas competências e habilidades fazem com que os sistemas de
conhecimentos funcionem, de fato, como componentes responsáveis pela excelência das
organizações bem-sucedidas e pelo aporte de capital intelectual que simboliza a importância do
fator humano contextualizadas (SANTOS et al., 2001).
Os sistemas de conhecimentos, os SI, a TI e as pessoas se constituem partes essenciais
dos desenvolvimentos recentes das estratégias empresariais baseadas em recursos e no conhecimento
(FLEURY; OLIVEIRA JR., 2001; JOÃO, 2001). Essa abordagem apresenta as
pessoas e seus conhecimentos e capacitações como ativos estrategicamente relevantes e como
competências essenciais para a vantagem competitiva e a inteligência empresarial
(PRAHALAD; HAMEL, 1990; SANTOS et al., 2001). Os recursos que são internos estão
direcionados para a melhoria do desempenho da organização numa abordagem que propõe que
os mesmos sejam os principais determinantes de sua competitividade inteligente, onde são
contempladas as estratégias de criação, transferência, absorção e gestão do conhecimento.
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2.2.3. Informática ou Tecnologia da Informação
A informática ou TI o pode ser conceituada como recursos tecnológicos e computacionais
para guarda, geração e uso da informação e do conhecimento (STAIR, 1996; REZENDE, 1999).
Está fundamentada nos seguintes componentes: hardware e seus dispositivos e periféricos;
software e seus recursos; sistemas de telecomunicações; gestão de dados e informações.
Todos estes componentes interagem e necessitam do componente fundamental, que é o
recurso humano, peopleware ou humanware. Embora conceitualmente esse componente não faça
parte da tecnologia da informação, sem ele esta tecnologia não teria funcionalidade e utilidade.
A gestão de dados e informações com seus respectivos recursos, parte integrante da
Tecnologia da Informação, também são subsistemas especiais do Sistema de Informação global
das empresas. Os dados, quando a eles são atribuídos valores, transformam-se em informações.
A gestão de dados e informações compreende as atividades de guarda e recuperação de dados,
níveis e controle de acesso das informações (NORTON, 1996; STAIR, 1996; LAUDON;
LAUDON, 1996). Essa gestão contempla quatro atividades relevantes: esquema de guarda de
dados (cópia ou backup), recuperação de dados, controle de acesso e níveis de acesso ou de
navegação sistêmica, requerendo para essa gestão um completo plano de contingência e um
plano de segurança de dados e informações.
2.2.4. Conceitos do Planejamento de Informação, Conhecimentos e Informática
O planejamento de sistemas de informação e da tecnologia da informação é o processo de
identificação de software e de hardware e principalmente de banco de dados para suportar a clara
definição e documentação do planejamento estratégico de negócios da organização.
Apesar de tratar os recursos técnicos, o planejamento de sistemas de informação e da
tecnologia difere do antigo Plano Diretor de Informática (PDI), que tem seus esforços mais
direcionados para o plano de informática e seus respectivos recursos (REZENDE, 1999).
O planejamento estratégico de informação e de conhecimento preocupa-se mais com as
informações e com os conhecimentos de toda a organização. Já o PDI tem seus esforços mais
direcionados para a tecnologia da informação e seu respectivos recursos tecnológicos focados na
configuração do hardware e do software e das telecomunicações.
O Planejamento de informações e de informática ou tecnologia da informação recebe o
nome de Planejamento Estratégico da Tecnologia da Informação (Peti) que unifica diversas
nomenclaturas e abreviações.
2.2.5. Metodologias de planejamento de informação, conhecimentos e informática.
As primeiras metodologias foram criadas no final da década de 60 e dentre elas
destacam-se essas precursoras: BSP (Business Systems Planning), SSP (Strategic Systems
Planning), IE (Information Engineering), CSF (Critical Success Factors), o modelo eclético de
Sullivan e a abordagem por estágios de crescimento da organização (PARSONS, 1983; NOLAN,
1993; ROCKART e MORTON, 1984; SULLlVAN JR., 1985; LEDERER e SETHI, 1988;
MARTIN, 1991; GOLDSMITH, 1991).
A metodologia BSI; da organização IBM, explora o planejamento de sistemas de
informação e as relações deles com os negócios, de maneira que os sistemas de informação
possam dar suporte às necessidades organizacionais. Ela é composta por duas grandes fases: a
primeira, mais genérica, tem ênfase na visão estratégica da organização e a segunda fase está
direcionada para a gestão operacional dos dados. Como essa metodologia tem seu foco nos
processos da organização, acaba dando mais atenção aos sistemas de informação transacionais e
gerenciais básicos (TORRES, 1989).
A SSP é a metodologia que define um modelo funcional de negócios pela análise
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funcional das áreas da organização, que geram a arquitetura dos dados combinada com a
necessidade de informações da organização. A metodologia IE estabelece técnicas para
construção de modelos organizacionais, modelos de dados e modelos de processos (LEDERER e
SETHI, 1988; MARTIN, 1991).
A metodologia CSF procura identificar as necessidades de sistemas de informação da alta
administração da organização, em que os principais fatores críticos de sucesso são descritos para
a gestão, numa abordagem top-down (ROCKART e MORTON, 1984). Mas ela não pode ser
aplicada isoladamente, pois requer uma metodologia de Peti propriamente dita. A metodologia
CSF e a IE podem ser mescladas para contribuir na geração de negócios organizacionais com
resultados satisfatórios que asseguram bom desempenho competitivo para a organização
(PARSONS, 1983; TORRES, 1989; GOLDSMITH, 1991).
O modelo eclético de Sullivan estabelece uma matriz entre infusão e difusão dos fatores
organizacionais, sistêmicos e tecnológicos da organização (SULLIVAN, 1985). A infusão referese
ao grau de penetração da tecnologia da informação na organização em termos de importância,
impactos e significados. A difusão ou descentralização refere-se ao grau de disseminação ou
multiplicação da tecnologia da informação por toda a organização (TORRES, 1989).
A abordagem por estágios de crescimento da organização apresenta uma metodologia
com um critério de administração da evolução dos sistemas de informação na organização
(NOLAN, 1993). São estágios dessa evolução: iniciação, contágio, controle, integração,
administração de dados e maturidade. O conhecimento pode ser chamado de sétimo estágio, mais
abrangente que o simples tratamento e uso da informação, com o sentido de adicionar para as
organizações uma vantagem competitiva por meio dos recursos da tecnologia da informação e do
conhecimento (PARSONS, 1983; TORRES, 1989; NOLAN, 1993; MARKUS, 2001;
BASSELLIER, REICH e BENBASAT, 2001).
Outras metodologias precursoras também podem ser destacadas: Method/l, Information
Quality Analysis, Business Information Analysis and Integration Technique, Planejamento
Apoiado no Conhecimento, Business Process Redesign, Business Information Characterization
Study, Ends/Means Analysis, Nolan Norton Methodology, Portfolio Management, Strategic Set
Transformation, Value Chain Analysis, Customer Resource Life Cycle e Critical Success Factors
(HAMMER, 1990; DAVENPORT, 1994; KETTINGER, TENG e GUHA, 1997; BROADBENT,
WEIl,I, e CLAIR, 1999; MARKUS, 2001; BASSELLIER, REICH e BENBASAT, 2001).
Além dessas metodologias precursoras de Peti, muitas outras foram desenvolvidas e
pesquisadas nessas últimas décadas.
3. INTEGRAÇÃO DOS PLANEJAMENTOS
O planejamento estratégico da organização e o planejamento dos sistemas de informação,
dos sistemas de conhecimentos e da informática ou tecnologia da informação devem estar
integrados, ou seja, com as estratégias alinhadas e com sinergia entre si.
A integração dos planejamentos pode ser graficamente representada pela Figura 1
(REZENDE, 1999). A parte superior apresenta o planejamento estratégico da organização (PE)
que essencialmente desmembra os objetivos e as estratégias das funções empresariais: produção
ou serviços (PROD SERV), comercial ou marketing (COM MKT), materiais ou logística (MAT
LOG), Financeira (FIN), recursos humanos (RH) e jurídico-legal (JL).
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FIGURA 1 – Integração entre os planejamentos
Os objetivos e as estratégias da organização direcionam o planejamento dos sistemas de
informação, dos sistemas de conhecimentos e da tecnologia da informação (Psici) ou Peti. O
Psici ou Peti, quando integrados, também subsidiam a elaboração dos objetivos e das estratégias
da organização que a disponibilizarão de informações e conhecimentos.
O Psici ou Peti basicamente planejará os sistemas de informação (SI operacionais,
gerenciais e estratégicos), os sistemas de conhecimentos (SC). A partir desses sistemas, se
organizará a necessidade da informática ou tecnologia da informação (TI) e seus recursos
(hardware, software, sistemas de telecomunicações e gestão de dados e informações) juntamente
com a definição dos perfis das pessoas ou dos recursos humanos (PERFTL RH) coerentes com
as propostas da organização.
O aprofundamento e o amadurecimento dessa integração dos planejamentos originaram
um modelo de alinhamento estratégico dos planejamentos (REZENDE, 2002).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O referencial pesquisado reitera a importância da integração entre o Peti e o PE. Com o
planejamento da TI integrado ao negócio empresarial temos uma visão da organização como um
PE
PROD
SERV
COM
MKT
MAT
LOG
FIN RH
SI
SC
TI PERFIL
RH
PSICI
(PETI)
JL
10
todo ao contrário da visão convencional do Plano Diretor de Informática, que foca apenas as
soluções tecnológicas e muitas vezes distantes do PE.
Esta integração é muito importante para as organizações por inumeras razões. A principal
é a facilidade do desenvolvimento do negócio com sinergia com as estratégias de TI permitindo a
empresa enfocar as aplicações da TI na efetividade organizacional gerando significativos
retornos, inclusive atuando como ferramenta fundamental para auxiliar a alavancagem dos
negócios e em sua inteligência organizacional ou empresarial.
Para as empresas a pesquisa pode contribuiu para com as práticas cotidianas de gestão,
objetivando minimizar os problemas relacionados com as implicações organizacionais aqui
apresentados. Destacando-se como as contribuições empresariais: as metodologias para
desenvolvimento de PETI com foco no alinhamento do PE por meio do modelos.
Aos gestores de TI fica claro o desafio de é fazer com que a TI desempenhe seu relevante
papel estratégico nas organizações, agregando valores aos seus produtos e/ou serviços e
auxiliando a promoção das inteligências competitiva e empresarial, à medida que seus recursos
computacionais possibilitem a geração de cenários decisórios produzidos com as informações
oportunas e com os conhecimentos personalizados.
Outro desafio está relacionado com a efetiva realização do alinhamento do PETI ao PEE
na prática cotidiana das empresas, provocando a competência dos teóricos da academia e dos
gestores empresariais.
Temos a necessidade de identificar os principais recursos sustentadores do alinhamento
do Peti ao PE e apontar as variáveis relevantes que podem contribuir na gestão dos negócios
empresariais. Fica aqui, portanto uma sugestão para futuras pesquisas acadêmicas que visem
mapear nossa realidade empresarial regional através do método survey que busquem analisar
essas variáveis quantitativa e qualitativamente. Mahmood e Soon (1991) desenvolveram um
instrumento de avaliação do impacto da Tecnologia de Informação (TI) sobre variáveis
estratégicas que pode ser adaptado a nossa realidade regional.
REFERÊNCIAS
ABRAMS, R. M. The successful business plan: secrets & strategies. New York: Oasis, 1991.
ACKOFF, R. L. Planejamento organizacional. Rio de Janeiro: LTC, 1974.
ANDREWS, K. R. The concept of corporate strategy. Homewood: Richard D. Irwin, 1980.
ANSOFF, H. I.; MCDONNELL, E. J. Implanting strategic management. Englewood Cliffs:
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