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Matrizes Energéticas no Brasil

Por:   •  21/3/2024  •  Trabalho acadêmico  •  1.363 Palavras (6 Páginas)  •  45 Visualizações

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Aluno: Edson Philipy Pereira Nunes

Professor: Gabriel

Disciplina: Ciências do Ambiente

Curso: Engenharia Elétrica

Data: 07/03/2024

Artigo: Matrizes Energéticas no Brasil: Cenário 2010-2030

MATRIZES ENERGÉTICAS NO BRASIL

 Matriz Elétrica do Brasil

 A matriz elétrica brasileira é consideravelmente diferente se comparada com a mundial. Em 2020, o Brasil apresentou uma das matrizes elétricas mais renováveis do mundo, com mais de 80% da geração de eletricidade de fontes renováveis, principalmente hidrelétricas, enquanto no mundo esse percentual representou apenas 27% (EPE, 2021).

É possível observar que o Brasil tem em sua matriz elétrica muito mais fontes renováveis. A maior parte, 63,8%, é proveniente de fontes hídricas, visto que o país possui um território privilegiado em bacias hidrográficas, estando a maior parte localizadas na região amazônica. Na sequência, aparecem as fontes biomassa 9,1%, eólica 8,8% e solar 1,7%. A parcela restante da matriz é composta por fontes não renováveis que juntas somam 15,3% do total, sendo elas gás natural 8,3%, carvão e derivados 2,7%, nuclear 2,2% e derivados de petróleo 2,1% (EPE, 2021).

De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL (2021), a matriz elétrica brasileira está passando por mudanças, caracterizadas principalmente pela redução da participação das usinas hidrelétricas. Durante muito tempo, o aspecto renovável da matriz brasileira esteve ligado às fontes hidráulicas, contudo, de 2010 a 2020, a participação percentual desta fonte foi diminuindo, principalmente devido a restrições ambientais ligadas a grandes projetos hidrelétricos e, também, ao consequente esgotamento dos recursos de geração (ANEEL, 2021). Mesmo com a redução da participação das usinas hidrelétricas, o Brasil está mantendo o foco no aumento da participação de fontes renováveis na matriz elétrica (ANEEL, 2021). A

geração de energia por recursos renováveis, atualmente, é sustentada pelo crescimento de fontes como a eólica e solar que juntas somam mais de 10%, tanto em termos de capacidade instalada quanto em energia gerada (EPE, 2021).

É possível observar a diminuição da participação de fontes hidráulicas para geração de energia elétrica com o passar dos anos. Em 2010, a participação de fontes hidráulicas era de aproximadamente 403.251 GWh e, em 2020, passou para 396.381 GWh. É notório que houve um grande aumento na utilização de energia solar. Em 2010, não havia participação da fonte solar na matriz elétrica brasileira e, em 2020, a produção já representava 10.717 GWh. Nota-se também elevação do suporte originado de fontes eólicas que, em 2020, contabilizou aproximadamente 57.051 GWh, apresentando um crescimento de 2,521% em relação ao ano de 2010, quando se alcançou 2.177 GWh.

A fonte solar e a eólica foram as que mais cresceram no período analisado. Inclusive, o período considerado para a análise é interessante pois mostra, tanto para a eólica quanto para a solar, a rápida evolução de ambas as fontes, que muito foram incentivadas por leilões exclusivos para tais fontes energéticas, sendo o da eólica iniciando-se em 2009 e o da solar fotovoltaica em 2014.

A biomassa, fonte de energia renovável utilizada como combustível nas termelétricas e sistemas de cogeração para geração de eletricidade, apresentou um bom crescimento também, saindo de 5% em 2010 para 9% em 2020 (EPE, 2021).

Geração hidrelétrica no Brasil 

Desde sempre, a energia hidráulica tem sido a principal fonte de geração da matriz elétrica brasileira, isso se deve ao fato da competitividade econômica dessa fonte e, também, da abundância de recursos hídricos presentes no território brasileiro (TOLMASQUIM, 2016). O Brasil possui um potencial hidrelétrico estimado em 172 GW, sendo mais de 60% já utilizado. Do total de recursos ainda disponíveis para aproveitamento, cerca de 70% encontram-se localizados na região Norte, principalmente nas bacias hidrográficas Amazônica e Tocantins-Araguaia (EPE, 2022). Tal fator é favorável para o país, visto que as principais bacias como as do Paraná e São Francisco já estão com seu potencial praticamente esgotado.

De acordo com a ANEEL (2021), em 2020, o parque hidrelétrico brasileiro era composto por 219 Usinas Hidrelétricas (UHEs), cerca de 739 Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) e 425 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), responsáveis por 109,3 GW de

capacidade instalada em operação. Em 2020 produziram em conjunto 396.381 GWh de energia elétrica para atender o mercado (EPE, 2021).

Análise da geração termelétrica No Brasil 

As termelétricas ocupam a segunda posição em termos de geração de eletricidade com aproximadamente 43.058 MW de capacidade instalada, partilhada entre usinas operadas a combustíveis fósseis e biomassa. A capacidade instalada de origem fóssil corresponde a aproximadamente 28.047 MW (65%) do total, distribuídos em usinas que operam a gás natural, derivados de petróleo, carvão mineral e outras origens fósseis.

Em relação às térmicas a biomassa, a capacidade instalada é de aproximadamente 15.011 MW, com predominância de usinas que utilizam o bagaço de cana como combustível (ANEEL, 2021). Em 2020, as termelétricas a combustíveis fósseis foram responsáveis pela geração de 87.400 GWh de energia elétrica, sendo a maior parte proveniente de usinas a gás natural. Quanto às termelétricas a biomassa, a geração foi de 55.613 GWh (EPE, 2021).

Segundo Tolmasquim (2016), no Brasil, as usinas termelétricas são essenciais para a produção de eletricidade, visto que desempenham o papel de complementação da geração hidrelétrica nos períodos de seca, além de oferecerem flexibilidade operativa ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Ainda sobre a função das termelétricas na complementação de energia, Tolmasquim (2016) revela que, térmicas a gás natural, em razão de características técnicas e econômicas, têm sido relacionadas à expansão de fontes renováveis que não podem ser armazenadas, como, por exemplo, eólica e solar, sendo capazes de substituí-las nos períodos de insuficiência ou falta dos ventos e do sol.

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