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O Monitoramento de Lotes Urbanos e Terrenos baldios no município de Itabirito

Por:   •  2/5/2021  •  Trabalho acadêmico  •  2.249 Palavras (9 Páginas)  •  183 Visualizações

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TRABALHO DE  CONCLUSÃO DE CURSO

INTITUTO POLITÉCNICO – Centro Universitário UNA

MONITORAMENTO DE LOTES URBANOS E TERRENOS BALDIOS NO CONTROLE EPIDEMIOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE ITABIRITO

ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

 Eduardo dos Reis Braga

Orientador Técnico

Cristiano Benicio

  1. Introdução 

              A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 25 milhões de pessoas no mundo morrem por ano em virtude de doenças  transmitidas por vetores e pragas, (FAVERI, 2013). Essas doenças tendem a se proliferar com maior facilidade na falta de higiene. Uma grande preocupação no Brasil hoje é a dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti que se prolifera especialmente pela presença de água parada. O Aedes aegypti é originário do Egito e a dispersão pelo mundo ocorreu da África, primeiro da costa oeste do continente para as Américas, depois da costa leste para a Ásia (MS, 2016). No Brasil, a situação atual é preocupante, visto que a quantidade de casos encontrados é grande quando em relação aos números apresentados em âmbito mundial. Há ambientes que contribuem para o desenvolvimento e maior proliferação do mosquito Aedes aegypti, especialmente nos países tropicais, onde as condições de temperatura, a precipitação, a umidade relativa, velocidade do vento, cobertura vegetal e a presença de criadouros são favoráveis (MIYAZAKI et al., 2009).

Os focos de doenças contagiosas e a proliferação de animais peçonhentos vem crescendo a cada ano no Brasil. Estima-se que ocorrem anualmente no Brasil cerca de 39000 casos de acidentes com escorpiões (Brasil,2010). O Estado de Minas Gerais registrou cerca de 80 municípios em situação de alerta ou risco de surto de dengue, chikungunya e zica, doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. O município de Itabirito em Minas Gerais, registrou nos últimos 3 anos (2016/2017/2018) cerca de 249 casos confirmados de contaminação por dengue, um número alarmante se levado em consideração a pequena  população da cidade, aproximadamente 51 mil habitantes.

A aquisição de terrenos como forma de investimento, que na maioria dos casos são mantidos por seus proprietários a espera de valorização e acabam não apresentando manutenção periódica necessária, se tornou um problema ao criar um ambiente favorável para a proliferação de focos de doenças, o que representa um risco eminente à saúde da sociedade. Devido ao risco causado pela falta de manutenção destes terrenos o estudo realizado apresenta medidas preventivas para sanar eventuais problemas oriundos de focos de proliferação de animais peçonhentos e transmissores de doenças.

  1. Justificativa 

Diversos casos de surtos de doenças como a dengue, que se manifesta pelo acúmulo de água parada, a proliferação de escorpiões, dentre outros animais peçonhentos, já foram registrados no município de Itabirito. O sistema de fiscalização (Secretaria de Urbanismo) funciona como principal órgão regulador mediante denúncias, e posteriormente aplica multas aos proprietários que se recusam a sanar os problemas. Tendo como base a situação apresentada, medidas e programas podem ser implementados com a finalidade de prevenir esses problemas. Programas que vão desde um monitoramento regular de lotes vazios até uma possível destinação provisória da área.

[pic 1]

Figura 1 - Lote com entulhos situado no bairro Marzagão Itabirito-MG

                                    Fonte: Registrada 17/09/18 - Eduardo Reis

[pic 2]

Figura 2 -  Lote com água parada situado no bairro Bela Vista em Itabirito-MG

                                          Fonte: Registrada 22/09/18 - Eduardo Reis

3 Objetivos

Objetivo geral

 Identificar e sugerir uma solução para terrenos sem manutenção que contribuem para a proliferação do mosquito Aedes aegypti e de animas peçonhentos na cidade de Itabirito MG.

Objetivos específicos

- Verificar junto ao órgão de saúde a atual situação do município frente às doenças causadas por mosquitos da dengue e acidentes causados por animais peçonhentos.

- Identificar os fatores ambientais que contribuem com a sua proliferação.

- Identificar a legislação vigente sobre saneamento no município e relacioná-la com a atual situação.

- Relatar quais soluções podem ser tomadas para a atenuação do problema.

  1. Referencial teórico 

A dengue é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um Flavivirus, denominado vírus Dengue (DENV), transmitido por mosquitos do gênero Aedes. A doença constitui-se um importante problema de saúde pública e cerca de dois terços da população mundial é suscetível a ela1,2.

O primeiro registro de caso de dengue no Brasil data de 1685, em Recife, Estado de Pernambuco. No entanto, os primeiros casos baseados em critérios clínicos foram relatados no Município de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, em 19233. Durante cerca de 60 anos, de 1923 ao início da década de 1980, não houve relatos de casos no país e, por isso, o Aedes aegypti, principal espécie transmissora, foi considerado erradicado2,3. Entretanto, a reinfestação do país em 1976 pelo vetor, a partir de Salvador, Estado da Bahia, ocasionou epidemias, a princípio pelo sorotipo 1, posteriormente, pelo sorotipo 2 e, mais recentemente, pelos sorotipos 3 e 41,2,3.

Até o momento, não há vacina para uso preventivo contra o vírus da dengue, sendo o vetor o único elo vulnerável da cadeia epidemiológica2,4 e no qual se baseia todo o controle e a prevenção da dengue. Contra os mosquitos deve haver uma intensa mobilização comunitária, na qual a população deve ser orientada para a eliminação dos criadouros potenciais, além da aplicação de larvicida em depósitos de água e uso de inseticida para as formas adultas do mosquito por parte das autoridades de saúde2,4.

Apesar de existirem várias campanhas sobre a importância da limpeza dos terrenos baldios, e terrenos privados, muitas pessoas desconsideram tais alertas e continuam depositando entulho em lotes vazios, tornando o ambiente propício ao abrigo de animais peçonhentos e vetores de doenças, favorecendo assim a proliferação.

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