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O Pesquisador da Embrapa Gado de Leite

Por:   •  2/9/2019  •  Artigo  •  3.853 Palavras (16 Páginas)  •  244 Visualizações

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Resultados in vitro de metano e dióxido de carbono para quatro principais volumosos e dez coprodutos de biodiesel utilizados no Brasil na dieta de ruminantes

Heloisa Carneiro¹; Lo- Ruama Barbosa Gomes²; Marcio Roberto Silva³

¹ ³ Pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Minas Gerais, E-mail: heloisa.carneiro@embrapa.br

² Estudante de graduação em Engenharia Ambiental na Rede Ensino Doctum JF-MG

Resumo

O objetivo do trabalho foi avaliar a fermentação ruminal in vitro, a produção de gás metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2) dos dez coprodutos gerados da cadeia produtiva de biodiesel algodão, canola, girassol, girassol-preto, glicerina, mamona, moringa, nabo forrageiro, pinhão-manso e soja através o uso da técnica semiautomática da produção de gases in vitro, usando um delineamento estatístico com quatro tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos basearam na substituição dos volumosos braquiária, cana-de açúcar, capim elefante e silagem de milho em quatro níveis diferentes (0, 30, 50 e 70%) na alimentação dos ruminantes. O coproduto da Moringa independente do volumoso utilizado reduz a emissão de gases do efeito estufa e diminuir as perdas energéticas para o animal. O volumoso capim elefante seguido da braquiária apresentou os melhores resultados, que contribuem para a redução dos impactos ambientais causados pela emissão do metano e dióxido de carbono. De acordo com os resultados, obtidos todas as variáveis apresentaram efeito significativo (P<0,05). Os resultados indicam que os dez coprodutos podem ser incluídos na dieta de ruminantes para diminuir as perdas energéticas e logo aumentar a eficiência alimentar e reduzir o impacto ambiental.  

Palavras-chaves: alimentos alternativos; dióxido de carbono; metano.

Introdução

No Brasil concentra-se o maior comercio de rebanho bovino sendo estimado em cerca de 213 milhões de cabeças (IBGE, 2011), em decorrência disso vem recebendo críticas relacionadas ao aquecimento global. Pois a pecuária é considerada prejudicial ao meio ambiente, por contribuir com a emissão de gases do efeito estufa, através da fermentação ruminal e do manejo de dejeto dos animais. (Fabiola) O CH4 um dos componentes que contribui para o aquecimento global é 23 a 25 vezes maior que o CO2 e vive na atmosfera de 9 a 15 anos, e sua taxa de crescimento anual é 7,0% conforme o IPCC (2006).

Tendo em vista que o aumento dos gases do efeito estufa, como o metano e o dióxido de carbono, estão ligados à má qualidade das pastagens, geralmente degradadas que influencia no potencial de produção desses animais. O processo fermentativo dos ruminantes ocorre por causa desses gases, esse processo auxilia na degradação da matéria orgânica, e durante sua ocorrência o metano é responsável por grande parte da perda energética. (mliena) A fermentação do alimento ingerido ocorre no rúmen, através do processo anaeróbico, realizado pela população microbiana ruminal, os carboidratos celulolíticos são transformados em ácidos graxos de cadeia curta, sendo utilizado pelo animal com fonte de energia (Fabiola). As bactérias metanogênicas que estão no rúmen, conseguem energia para seu crescimento ao usar H2 para diminuir CO2 e formar metano (CH4), o qual é eructado para a atmosfera (Cottle et al., 2011)

Vários fatores influenciam na produção de CH4 entérico dos ruminantes, bem como o tipo de carboidrato fermentado, o sistema digestivo e a quantidade de alimentos ingeridos. Diante disso, pesquisadores estão desenvolvendo tecnologias para diminuir a emissão de metano, através do melhoramento das técnicas de manejo alimentar, manipulação ruminal, suplementação com monensina, lipídios, ácidos orgânicos e compostos de plantas (Berchielli et al., 2012). Que resulte em maior eficiência produtiva, e contribuindo para diminuir o efeito negativo da pecuária para o aquecimento global. A pecuária e a produção de biodiesel ficam interligados durante esse processo pois o estudo realizado da utilização de coprodutos da cadeia de biodiesel pode contribuir no crescimento sustentável da pecuária. Pois milhões de toneladas de coprodutos de biodiesel são lançados no meio ambiente, a comunidade científica atenta-se para seu melhor destino e otimização na alimentação de animais ruminantes. A grande quantidade de ruminantes se beneficiará dos coprodutos, como suplemento alimentar e mitigador de metano entérico (fabiola).

O Brasil se encontra entre os maiores consumidores e produtores de biodiesel do mundo, de acordo com Ministério Minas e Energia (2018) a produção nacional de biodiesel chegou a 452 milhões de litros em março de 2018, sendo o maior registro dos últimos dez anos, comparado a 2016 teve um acréscimo de 32%. Os coprodutos gerados da cadeia produtiva de biodiesel algodão, canola, girassol, girassol-preto, glicerina, mamona, moringa, nabo forrageiro, pinhão-manso e soja, podem apresentar características proteicas de excelente qualidade para a alimentação de ruminantes. Porém o domínio de novas técnicas desenvolvidas para utilização de vários coprodutos na alimentação animal ainda é pouco. As tortas e farelos originários da cadeia produtiva de biodiesel, ainda não são conhecidos os seus valores nutricionais e econômicos, por quanto disso não são agregados valores a eles, exceto os coprodutos algodão, girassol e soja que são fontes com alto teor de proteínas. Portanto é necessária a investigação dos valores nutricionais dos coprodutos que não foram avaliados, com o intuito de utilização na alimentação animal reduzindo os custos, através das alternativas de substituição de itens na dieta dos ruminantes, visando aperfeiçoar os lucros da atividade pecuária e aumentar o desempenho dos ruminantes (millena).

A técnica in vitro semiautomática de produção de gases apresenta amplo potencial em expor a cinética de fermentação ruminal de alimentos, além de avaliar a taxa e a extensão de degradação de suas frações, através da quantificação dos resíduos em diferentes momentos, além disso, dispensa o uso de muitos animais, sendo eticamente adequada (fabiola). O estudo tem por objetivo analisar a fermentação ruminal, a produção de gases in vitro e as perdas energéticas de coprodutos da cadeia do biodiesel, e determinar qual o coproduto melhor atende as necessidades do ruminante com menor produção de metano e dióxido de carbono quando fornecido em substituição a braquiária, cana-de-açúcar, capim elefante e silagem de milho.

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