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Os Materiais e Processos Madeira

Por:   •  13/3/2021  •  Trabalho acadêmico  •  3.701 Palavras (15 Páginas)  •  227 Visualizações

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul 

Faculdade de Arquitetura

Materiais e Processos

Madeira

Júlia Moresco

Letícia Coutinho

Vitória Colatto

Porto Alegre, 2020

  1. Descrição, características e propriedades
  2. Classificação
  3. Principais métodos de processamento
  4. Proposição de aplicação do material em um projeto de Design Visual
  1. Descrição, características e propriedades

De maneira geral, a madeira possui baixo consumo de energia para seu processamento, alta resistência específica, as boas características de isolamento térmico e elétrico. [12]

Material poroso, a madeira é constituída por diferentes estruturas cujo elemento básico é a célula. Diferentes tipos de célula possuem diferentes funções nesses vegetais, e podem estar encarregados da condução de seiva, suporte, armazenamento de substâncias nutritivas, entre outros. Tal variabilidade de células caracteriza a permeabilidade, textura, propriedades físicas e mecânicas da madeira.

A madeira apresenta em sua anatomia uma microestrutura celular bastante complexa, de procedência natural e composição química, que pode ser variável de acordo com a localização geográfica, clima, tipo de solo e espécie. De acordo com suas características morfológicas, anatômicas e químicas, uma árvore pode ser classificada como angiosperma ou gimnosperma. [2]

Como matéria-prima para outros usos industriais, a madeira pode ser considerada como um material bruto que permite o aproveitamento de sucessivos fragmentos a que pode ser reduzida. Esse fracionamento, que transforma o que antigamente era considerado resíduo em subprodutos aproveitáveis, é conduzido atualmente até os seus constituintes básicos, suas moléculas e compostos químicos.

As células da madeira são ocas e alongadas, dispostas paralelamente uma das outras ao longo do tronco da árvore. A composição química da madeira, de forma geral, é constituída por substâncias orgânicas, sendo os principais elementos: carbono (50%), oxigênio (44%) e hidrogênio (6%). O composto orgânico predominante é a celulose (50% da madeira). A lignina atua como elemento cimentante da estrutura da celulose (proporcionando rigidez ao conjunto, o que irá caracterizar a resistência mecânica da madeira) e liga os elementos estruturais da madeira, como fibras, traqueídeos e vasos. As desvantagens principais das fibras vegetais são a limitação de temperatura durante o processamento, tendência a formar aglomerações, e sua natureza hidrofílica. [2]

A lignina difere da celulose por ser uma macromolécula aromática, muito irregular em sua constituição e amorfa. A celulose, por sua vez, é um polímero constituído por cadeias de unidades monoméricas glicosídicas, encontrada na natureza em diversos materiais, incluindo algodão e bambu. Possui alto grau de polimerização e conta com regiões cristalinas e amorfas. Há também a hemicelulose, que está intimamente associada à celulose na parede celular, fazendo parte de regiões não cristalinas, além de contribuir para a composição estrutural da árvore.

A madeira é um produto heterogêneo originado de um processo orgânico, que pode ser explicado pela quantidade, disposição, orientação e composição química de seus elementos anatômicos. Tais fatores ditam as características da madeira.

        Suas propriedades organolépticas (sensoriais) são aquelas relacionadas aos órgãos sensitivos, como: cor, cheiro, gosto, grã, textura e desenho que se apresentam no material. Estão diretamente ligadas ao valor decorativo e ornamental do material.

        A cor é originada por substâncias corantes depositadas no interior das células que constituem o material lenhoso, podem ser resinas, gomas, derivados tânicos e corantes específicos (que, em sua maioria, ainda não foram suficientemente estudados do ponto de vista químico).

        Alguns dos produtos depositados no interior das células, responsáveis pela coloração da madeira, podem ser tóxicos a agentes xilófagos (insetos que se alimentam de madeira). Esses produtos dão a várias madeiras de coloração escura uma alta durabilidade em situações de uso que favorecem a biodeterioração. De forma geral, madeiras mais leves e macias são sempre mais claras que madeiras pesadas e duras. [11]

        Em regiões quentes predominam as madeiras com cores variadas e mais escuras, enquanto que em regiões de clima frio, predominam as madeiras denominadas “madeiras brancas”. A cor varia com o teor de umidade, normalmente tornando-se mais escura quando exposta ao ar, devido à oxidação das substâncias orgânicas contidas no material lenhoso. Tal efeito também é promovido pela elevação da temperatura quando exposta à radiação solar.  

        O odor típico que algumas espécies apresentam deve-se à presença de substâncias voláteis, concentradas principalmente na madeira de cerne. O gosto também está relacionado ao odor, pois se origina das mesmas substâncias.

        O termo grã refere-se à orientação geral dos elementos verticais constituintes do lenho, em relação ao eixo da árvore ou de uma peça de madeira. A distribuição da grã reflete no tamanho relativo dos poros, indicando uma granulação aberta (mais poros) ou granulação fechada (menos poros).

        A textura refere-se ao efeito produzido na madeira pelas dimensões, distribuição e porcentagem dos diversos elementos estruturais constituintes do lenho, no seu conjunto.

        O brilho da madeira é causado pelo reflexo da luz incidida sobre a sua superfície. Porém, como o material é constituído de forma heterogênea, ocorre variação do brilho entre as faces anatômicas. A face longitudinal radial é sempre a mais reluzente, por efeito das faixas horizontais dos raios da madeira.

        O termo desenho é usado para descrever a aparência natural das faces da madeira, resultante das várias características macroscópicas (cerne, alburno, cor, grã) e, principalmente, dos anéis de crescimento e raios da madeira.

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