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Resumo Capítulo 2 tese de doutorado Paula Chamy

Por:   •  15/5/2016  •  Resenha  •  1.028 Palavras (5 Páginas)  •  507 Visualizações

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Resumo do Capítulo 2 de “Interações Socioecológicas na Pesca  à Luz da Etnoecologia Abrangente: a Praia de Itaipu, Niterói/Rio de Janeiro”, de Paula Chamy Pereira da Costa

Na costa leste fluminense (região que engloba a região metropolitana do Rio até a região dos Lagos) está presente a praia de Itaipu, que é formada pelas águas da Baía de Guanabara, pela sistema lagunar Itaipu-Piratininga e pelas massas oceânicas afetadas pelas correntes do Atlântico Sul. Em Itaipu encontra-se um ambiente propício para atividades pesqueiras, entretanto, atualmente a região possui diversos problemas, a maioria deles de cunho ambiental, como: contaminação do solo, desmatamento das encostas, poluição das águas, etc. Esses problemas afetam diretamente os pescadores locais, como será relatado mais adiante.

Conectada ao mar encontra-se a lagoa de Itaipu, que está cercada por restingas já degradadas pela exploração imobiliária, poluição e assoreamento, o que tem prejudicado o ecossistema original. A lagoa possui formato arredondado e está associada a uma grande área alagadiça com solos orgânicos, que são impróprios para construções urbanas.

A região de Itaipu começou a se tornar pesqueira após a Coroa Portuguesa definir que as terras dessa região pertenceriam ao rei, expulsando os índios tamoios que ali viviam. Entretanto, a atividade pesqueira ali não foi proibida, e esses espaços começaram a ser ocupados por pessoas pobres, que não tinham condições de habitarem os centros mais prósperos, nascendo ali uma comunidade de pescadores.

A partir da década de 1970, o sistema rodoviário começou a melhorar e com isso se tornou mais fácil o acesso ao litoral. Além disso, o rápido crescimento urbano e a valorização das áreas costeiras para turismo e lazer provocou mudanças ecológicas e sociais. Foi nessa época que a ponte Rio-Niterói começou a ser construída, além do loteamento da orla da praia de Itaipu.

A partir daí começaram a ocorrer várias mudanças sociais e ambientais em Itaipu. A lagoa de Itaipu começou a receber esgoto sanitário sem tratamento, além da ocupação irregular das marginas da lagoa, trazendo muitos malefícios ambientais. Além disso, a especulação imobiliária deslocou os pescadores que residiam perto da praia ou da lagoa para bairros distantes, aumentando as construções em encostas e áreas de risco, além de distanciar esses pescadores da praia, prejudicando suas atividades.

Com a chegada dos turistas, os pescadores tiveram ainda mais dificuldades de manter suas atividades. Com a praia muito cheia, ficava praticamente impossível pescar. Além disso, se iniciou um processo de degradação da praia, já que os banhistas jogavam lixo na praia, o que além de prejudicar a mesma ainda atraia moscas, urubus, gaivotas e outros animais indesejados. Assim, os moradores locais tiveram que trocar de atividades para sobreviver, abrindo quiosques e restaurantes para atender os novos visitantes. Entretanto, esses comércios não eram regularizados.

Com os novos frequentadores de Itaipu chegam também diferentes tipos de embarcações, como lanchas e jet-skis, que causam o afastamento dos peixes e impedem a localização visual dos cardumes. O barulho emitido por esses veículos também são prejudiciais aos peixes, pois destroem os óvulos em maturação, além de danificar o ouvido e as bexigas nadatórias dos peixes.

Ainda sim, o turismo não traz somente malefícios à Itaipu. Com essa nova movimentação, surgiram empregos para os que não eram pescadores, além da instalação de energia elétrica e telefone terem sido facilitadas.

A praia de Itaipu é conectada diretamente à Baía de Guanabara, o que faz com que a praia seja totalmente afetada pela poluição da Baía. Os pescadores reclamam do lançamento de óleo pelos barcos para pesca de atum e demais elementos poluentes originários da baía que prejudicam a praia e, consequentemente, prejudicam a pesca por causa da diminuição da quantidade de peixes. Alguns ainda afirmam que o material dragado na Baía de Guanabara é lançado nas proximidades da praia de Itaipu sem qualquer tratamento e mesmo com várias denúncias já realizadas, não foi tomada qualquer providência sobre isso.

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