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SEGURANÇA VIÁRIA: ESTUDO PILOTO NA BR-101 NO ESTADO DE PERNAMBUCO

Por:   •  10/6/2015  •  Artigo  •  2.998 Palavras (12 Páginas)  •  565 Visualizações

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SEGURANÇA VIÁRIA: ESTUDO PILOTO NA BR-101 NO ESTADO DE PERNAMBUCO

EMILIA RAHNEMAY KOHLMAN RABBANI (UPE)

emilialsht@poli.br

CLOVIS VELOSO DE SANTANA(UPE)

clovisvelososantana@hotmail.com

WALLYSSON KLAUS PIRES BARROS (UPE)

wallyssonklaus@hotmail.com

DANIELLE MARIA GOMES / MÁRCIA MACEDO (UPE)

dmgo_pec@poli.br / marcia.macedo@poli.br

O Estado de Pernambuco tem sido alvo, nos últimos anos, de investimento público e privado que tem influenciado notavelmente no aumento do fluxo de veículos e consequentemente do número de acidentes viários na região. De acordo com dados fornecidos pela Polícia Rodoviária Federal houve um incremento de 69% na frota de veículos em Pernambuco de 2009 a 2014 e um incremento de 39% no volume médio diário máximo na BR-101 que atravessa o Estado. Este trabalho visa analisar os riscos de segurança, associados à movimentação do transporte rodoviário escolhendo e aplicando uma metodologia de identificação de pontos críticos de acidentes numa área piloto da Região Metropolitana do Recife. Foram coletados dados referentes ao fluxo de veículos, tipo, causa e número de acidentes de trânsito ocorridos no ano de 2013 para um trecho de 60 quilômetros da BR 101 localizada entre a cidade do Cabo Santo Agostinho e Igarassu, no Estado de Pernambuco. O manual de Segurança Viária do PIARC – (Technical Committee on Road Safety), projetado para dar aos engenheiros de estrada uma melhor compreensão do impacto que a infraestrutura tem sobre a segurança rodoviária em todas as fases de concepção e operações. O mesmo disponibiliza vários métodos de identificação de pontos críticos, neste trabalho utilizou - se o método do EPDO – (Equivalent Property Damage Only Index) que atribui pesos distintos de acordo com a gravidade dos acidentes de trânsito para identificação dos pontos críticos. A aplicação do método identificou 44 pontos críticos no trecho estudado. Para cada ponto crítico foi feita uma análise dos acidentes ocorridos, tendo como base dados fornecidos pela Policia Rodoviária Federal, e estudadas as características geométricas da via, de pavimentação, iluminação e sinalização horizontal e vertical com o uso do Google Earth, a fim de realizar um diagnóstico preliminar dos possíveis condicionantes e agravantes que, de forma qualitativa e quantitativa, interferiram nos resultados dos acidentes. A análise preliminar dos acidentes ocorridos nos pontos críticos indicou que maioria dos acidentes de acordo com os dados fornecidos estão ligados aos fatores humanos, confirmando o que muitos autores afirmam, entretanto, identificou-se fatores relacionados as características geométricas e físicas das vias que podem ter contribuindo com os acidentes.

Palavras-chaves: SEGURANÇA NAS VIAS; ACIDENTE DE TRANSITO; PONTOS CRÍTICOS; TRANSPORTE RODOVIÁRIO; CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS

1. INTRODUÇÃO

Os acidentes de trânsito no Brasil destacam-se tanto pelo elevado índice de mortes e feridos, quanto pelas consequências monetárias que recaem sobre os usuários e toda a sociedade. De acordo com um ranking mundial da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2010), o Brasil ocupa a 148ª posição com um indicador de 22,5 óbitos por cem mil habitantes, enquanto países latinos como Chile (12,3), Argentina (12,6) e México (14,7) apresentavam índices consideravelmente menores. Ao avaliar o custo da insegurança viária, no Brasil, são gastos mais de 4 bilhões de reais em decorrência de acidentes de acordo com estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2009).

Conforme estimativas da OMS (2002), caso não se faça nada para diminuir esses números, entre os anos de 2000 e 2020 prevê-se um aumento em torno de 65% no número de mortos e feridos em acidentes de trânsito. E em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento o número de mortes poderá ter um incremento de até 80%. Segundo o Banco Mundial, os acidentes de trânsito representam ainda, anualmente, de 1 a 3% do produto nacional bruto de um país.

A reversão desse quadro, no entanto, é viável já que é possível observar progresso na missão de reduzir a insegurança viária globalmente. Entre 2007 e 2010, dados ainda da OMS (2010) mostram que o número de mortes no trânsito caiu em 88 países, sendo 42 de alta renda, 41 de média renda e 5 de baixa renda. Entretanto, no quesito segurança viária, o Brasil ainda se encontra muito defasado em relação aos países mais desenvolvidos, segundo pode-se constatar através de um estudo realizado pela Universidade de Michigan nos EUA em (SIVAK, 2011), nos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) que avaliou estatísticas de acidentes, programas de segurança no trânsito, obstáculos no seu desenvolvimento, existência de institutos de pesquisa desse tema e agências governamentais responsáveis pela segurança viária. Constatou-se que o Brasil não apresenta um plano de segurança, havendo a necessidade de aprimorar estudos e desenvolvimento de ação planejada e sistemática nesse sentido.

O Highway Safety Manual – HSM (2010) cita que a estratégia mais significante geralmente utilizada por agências operadores, na redução dos acidentes, é o gerenciamento da segurança viária adotando medidas corretivas e preventivas no planejamento urbano. Diante desse cenário, a Universidade de Pernambuco vem desenvolvendo uma pesquisa voltada para identificação e diagnóstico dos locais onde há maior incidência de acidentes levando em consideração a gravidade dos mesmos.

2. OBJETIVO

Escolher e aplicar uma metodologia para a identificação, mapeamento e diagnóstico preliminar dos pontos de alto índice de acidentes (também conhecidos na literatura internacional como blackspots traduzidos neste trabalho como pontos críticos) para uma área piloto da Região Metropolitana do Recife (RMR).

Para atingir o objetivo geral foram adotados os seguintes objetivos específicos:

• Estudar e escolher entre os métodos existentes para identificação e diagnóstico de pontos críticos de acidentes aquele que será aplicado em uma área piloto da Região Metropolitana do Recife;

• Coletar dados relacionados aos acidentes de trânsito das vias para o trecho escolhido;

• Identificar os principais

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