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Por:   •  8/4/2014  •  2.852 Palavras (12 Páginas)  •  352 Visualizações

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CAPÍTULO 3 – RELEVÂNCIA DO TEMA

Região com notável desenvolvimento desde a década de 90, o Vale do São Francisco vem atraindo cada vez mais pessoas para o interior do nordeste. Empresários, estudantes, gente em busca de emprego, imigrantes de outras partes do nordeste, do Brasil e até mesmo do exterior.

Com a prática da fruticultura irrigada voltada para exportação e a chegada de empresas nacionais e internacionais no vale, a massa de imigrantes em busca de emprego vem crescendo significativamente. Segundo a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (1996), a agricultura irrigada emprega em torno de 20 e 30 mil trabalhadores diretamente ligados a produção, mas esse número é, certamente, inferior ao número real.

O agronegócio brasileiro é um grande absorvedor de mão de obra, incluindo pessoas com vários níveis de qualificação, desde aquelas altamente qualificadas, àquelas, em sua maioria, quase sem qualificação. A dispersão geográfica dos empreendimentos rurais dificulta a alocação dos trabalhadores mais qualificados. Organizações rurais ou agroindustriais distantes dos grandes centros, normalmente “importam” mão de obra especializada. Já os trabalhadores sem qualificação suprem a necessidade de muitas atividades em empreendimentos rurais e estão disponíveis na maior parte do país.

Salários e benefícios são instrumentos de motivação ou desmotivação, de forma que devem ser tratados com muita atenção. Os benefícios podem estar associados a níveis de produtividade, sendo assim motivadores e devem atingir a grande maioria dos trabalhadores além de serem claros e bem comunicados. Quanto aos salários verifica-se, tal como em outros setores da economia, que cargos mais complexos têm remuneração maior.

3.1. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta pesquisa tem caráter qualitativo, onde se fez o estudo de caso, ao considerar os seguintes aspectos:

O pesquisador sem possuir qualquer tipo de controle da atuação;

O estudo de uma realidade de forma aprofundada, em que o fator descoberta é fundamental.

MENEZES (195) elenca quatro características básicas para uma investigação qualitativa, que consideramos pertinentes para o trabalho realizado.

A investigação qualitativa tem o ambiente natural como fonte direta de dados, sendo o investigador o seu principal instrumento. Os problemas são estudados no seu ambiente natural, não são recriados experimentalmente pelo investigador. O estudo do problema leva em conta o seu contexto, que exerce influência sobre o caso a ser estudado;

A investigação qualitativa tem um forte cunho descritivo. A coleta de dados é fortemente descritiva, incluindo transcrições de entrevistas, filmagem em vídeo e observações. O investigador deve estar atento ao maior número possível de elementos presentes na situação estudada, aos aspectos triviais e sem importância, estão carregados de significados que o ajudam a compreender o fenômeno em questão;

A investigação qualitativa privilegia o estudo dos processos relativamente aos produtos. O investigador, ao estudar um determinado problema procura determinar como é que ele se manifesta nas práticas diárias dos participantes;

A metodologia qualitativa propõe a análise de dados indutivamente; não tenta encontrar evidências que comprovem hipótese previamente elaboradas.

Na investigação nesse trabalho, em que o foco é identificar as causas da modernização agrícola na vida do homem do campo. Essa metodologia de pesquisa é fundamental, pela possibilidade que oferece para analisar uma situação real em toda a sua complexidade e totalidade.

Com base nos dados obtidos foi realizada uma análise do caso, deixando-se aberta a possibilidade para outras leituras existentes.

3.2. Os sujeitos da pesquisa e procedimentos utilizados

Esta investigação foi realizada no Posto Asa Branca, localizado na BR 407, próximo ao Quati, em Petrolina-PE, um posto de gasolina, no qual existe uma concentração de pessoas á espera de transportes para chegar aos seus respectivos trabalhos, em fazendas, um território de apropriação e exclusão social. Neste local foi possível realizar as entrevistas com os trabalhadores do gênero masculino e feminino compreendendo uma faixa etária entre 16 a 668 anos de idade, perfazendo um total de 17 entrevistados.

Esses trabalhadores do campo foram informados que se tratava de um trabalho acadêmico e que o resultado da investigação teria como resultado um documento escrito, em que sua identidade seria preservada. Houve muita resistência em participar da investigação por parte dos trabalhadores. Por tratar-se de uma pesquisa qualitativa, além das entrevistas realizou-se pesquisa bibliográfica em artigos, revistas e livros sobre o Vale do São Francisco e sobre a mão - de- obra empregada na fruticultura irrigada.

A construção prévia de um referencial técnico contribuiu para o melhor entendimento durante as análises das informações obtidas, principalmente nas entrevistas. O primeiro contato com os trabalhadores procedeu-se entrevistas presenciais quando se buscava traçar o perfil dos mesmos e identificar os motivos pelos quais não estavam inseridos no mercado de trabalho. Houve muita resistência pelos entrevistados em responder os questionários. A análise de dados foi feita pelas transcrições das entrevistas.

3.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Devido ao aperfeiçoamento principalmente tecnológico na agricultura, existiram transformações resultantes através de processos que se alongaram nas relações de produção, na qual os camponeses sentiram em enorme medida essas alterações – privilegiaram-se os setores agroexportadores que, empurrados pelo crescimento das exportações, passaram a buscar atender a necessidade de uma demanda que produza a indústria visando o mercado externo. Assim, observa-se uma relação contrária, quanto ao seguimento modernização da agricultura, que conforme relato de Caio Prado Junior,

A elevação do nível tecnológico das atividades rurais parece reunir todos os fios da meada, e constituir a maneira de atender a todos os interesses em jogo. É isso pelo menos que se ouve mais freqüentemente afirmado. Mas ainda aí é preciso distinguir, porque de um lado, a avaliação de uma técnica não se pode fazer em termos absolutos, sem consideração a outras circunstâncias que a fazem ou não recomendável

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