Utilização do Bagaço de Cana-de-açúcar
Por: Marina Mitie • 18/9/2015 • Trabalho acadêmico • 5.541 Palavras (23 Páginas) • 367 Visualizações
Utilização do Bagaço de Cana-de-açúcar
Isabela A. Borges; Julia Becker; Larissa Fernanda D. G. de Souza e Marina Fujiwara
Introdução
A cana de açúcar pode ser transformada em energia através de processos industriais, com um índice alto de aproveitamento dos subprodutos e, relativamente, um baixo impacto ambiental.
O caldo é utilizado, atualmente, para produção de etanol a partir da fermentação da sacarose (Etanol de 1ª geração). Porém, os resíduos da cana, entre eles o bagaço também pode ser utilizado em várias indústrias, inclusive na geração de etanol a partir da celulose (Etanol de 2ª geração). Na figura 1 é possível observar a quantidade de energia que o açúcar, o bagaço e a palha geram.
Figura 1 - Potencial de aproveitamento energético
Fonte:http://www.novacana.com/estudos/a-cana-de-acucar-como-fonte-de-energia-eletrica-241013/
Além do combustível, o bagaço da cana tem outras aplicações como: cosméticos, forragem para ruminantes, forragem hidropônica, fibrocimento e concreto, papel, madeira, entre outros. Sendo assim, as usinas têm um acréscimo no fluxo de caixa ao reaproveitar os resíduos da cana.
Desenvolvimento
Destino do bagaço da cana atualmente
Na economia brasileira atual, o bagaço tem diversas aplicações:
- alimentação animal
- cogeração de energia
- produção de combustível
- engenharia civil
- indústria de cosméticos
- produção de etanol de 2ª geração
I. Forragem
Como a disponibilidade do bagaço da cana-de-açúcar ocorre no período de escassez da forragem e é produzido em grande quantidade, ele é muito utilizado como fonte de alimento para os ruminantes. Porém, ele apresenta restrição alimentar para bovinos, pois reduz o consumo total de matéria seca.
A amônia tem como efeito da sua ação sobre a forragem a desestruturação dos componentes da fibra (celulose, hemicelulose e lignina) fazendo com que os microorganismos tenham maior área de exposição e, portanto, aumentando o grau de utilização das diferentes frações da fibra.
Para avaliar a eficiência da armonização, a estimativa de degradabilidade de forragens amenizadas é muito importante, pois a degradação e o consumo destas estão correlacionadas. O conhecimento dessa relação permite a estimativa da ingestão, pelos ruminantes, desses alimentos.
II. Fibrocimento e concreto
As cinzas, resultantes da queima do bagaço da cana, são uma ótima alternativa de fibra para o amianto no mercado de materiais de construção, pois a partir da década de 70, houve esforços para parar o uso de amianto em produtos.
Além de ser mais uma fonte de renda para as usinas, as cinzas também preenchem um dos requisitos básicos para ser substituto da areia: é produzida em grande quantidade. Em 1m de concreto, por exemplo, as cinzas podem substituir até 50% da areia.
Há outra utilidade para as fibras do bagaço: reforço na produção de fibrocimento. Já a cinza substitui o cimento em massa em 30% (ela em contato com a água e em conjunto com o cimento produz um composto aglomerante).
III. Papel
O bagaço da cana possui alta biodegradabilidade, pureza elevada e fibras de alta qualidade em grande quantidade, tornando possível o papel 100% reciclável. Atualmente o papel da cana é utilizado para impressão de livros, revistas e como papéis de desenho.
Além disso, o seu ciclo de produção é em torno de 18 meses (enquanto que o do papel celulósico é de 6 a 7 anos) e utiliza menos produtos químicos para branqueamento das fibras e nos processos de transformação.
IV. Madeira
Para a produção de painéis de madeira, é utilizado, atualmente, a madeira de pinus e eucalipto. Porém, o bagaço da cana tem obtido destaque devido a sua produção em alta quantidade e suas propriedades físico-mecânicas, que são consideradas boas.
Sendo assim, neste mercado, o bagaço pode sofrer agregação de valor e atender à demanda crescente da indústria. Poderá também diminuir a utilização de madeira, reduzindo, assim, o custo de produção, deixando os painéis mais competitivos na economia.
V. Cosméticos
Na indústria farmacêutica, os derivados de celulose são utilizados para fabricação de géis hidrofílicos. Por ser fácil de espalhar e ser pouco gorduroso, facilita a adesão dos pacientes.
Esses géis têm vantagens nos quesitos: biocompatibilidade, toxicidade, biodegradabilidade, baixo custo e alta estabilidade. Além disso, são encontrados de forma abundante na natureza.
Atualmente o bagaço e o extrato vegetal são utilizados em barras esfoliantes e loção hidratante. Em algumas empresas, até a embalagem desses produtos é produzida a partir do bagaço.
VI. Substrato para hidroponia
Um conjunto de plantas jovens, com curto ciclo de produção, crescimento acelerado e alto rendimento de fitomassa fresca (alto teor proteico e boa digestibilidade), forma a forragem hidropônica.
A sua produção serve para suprir necessidades nutricionais dos animais, além de ser uma alternativa de uso em propriedades de médio e pequeno porte. Em épocas secas e frias do ano, essa substituição por forragem em hidroponia é feita, principalmente pela baixa produção e redução na qualidade da feita de espécies nativas.
VII. Bioplásticos
A partir do petróleo, um recurso natural não renovável, são feitos os plásticos
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